sábado, 30 de julho de 2022

EMPATIA OU SIMPATIA, QUAL É A MELHOR POSTURA?[1]

 

Adriana Machado

 

Tenho visto muitos artigos ou mensagens nas redes sociais que falam sobre as nossas posturas diante do próximo. Dentre elas, a distinção entre estarmos simpáticos ou empáticos uns com os outros.

Pelo que pude perceber, tais posturas são primeiramente ações, aptidões. Tanto uma como outra, leva-nos a agir com o próximo com carinho e respeito, até mesmo com amor. Uma, no entanto, a empatia, nos leva a nos colocar no lugar da outra pessoa, agindo e pensando como ela se estivéssemos na mesma circunstância. Ela é uma aptidão que conquistamos para nos identificar com o outro, sentindo o que ele sente, desejando o que ele deseja, aprendendo da maneira como ele aprende etc.

Já a simpatia, é uma atração que provocamos na outra pessoa. É um sentimento de reconhecimento ou consentimento que se desperta no outro. Percebemos assim que a simpatia pode provocar um afeto que faz com que duas ou mais pessoas se mantenham unidas. A simpatia é uma tendência para nos solidarizarmos com algo ou alguém.

Bem, seguindo com esse raciocínio, podemos ser empáticos e simpáticos em situações positivas ou negativas. Mas, como nas primeiras (positivas) não existe muita complexidade na atuação destes, vamos nos ater às segundas situações.

Pensemos em alguém necessitado de compreensão. Então, buscando uma imagem metafórica, seria perceber que alguém está cavando um poço profundo abaixo de si sem parar. Quando percebemos e chegamos próximos, podemos nos jogar de cabeça naquele buraco para resgatar esse ser, ou ficar à margem, chamando-o e indicando onde se encontraria a escada que depositamos no buraco e que o auxiliaria a enxergar a sua ação e, por consequência, a saída. Mas, seriam somente essas as atitudes que poderíamos tomar? Verdadeiramente não. Então, vejamos.

Se eu me jogar de cabeça, como farei para sair do buraco aberto pelo meu próximo? Como enxergarei claramente se não busquei pensar, lá no topo, qual seria o meu próximo passo após convencê-lo de que ficar ali não o levaria a solucionar o seu problema?

Antes de qualquer atitude, preciso entender o que está acontecendo, seja com a pessoa que está precisando do auxílio, seja comigo mesma. Preciso ser franca e me questionar: tenho condições para abraçar essa tarefa? Se eu estiver lá dentro com ele, poderei ajudá-lo a sair ou acabarei como ele? Tenho instrumentos para sair dali depois, seja sozinha seja com ele?

Claro que sair dessa situação será uma atitude individual, motivada pelo livre arbítrio de cada um. Para aquele que desce em auxílio, é mais do que necessário ter o entendimento de que não pode ficar lá embaixo por muito tempo.  Isso porque não estaremos incentivando o outro a sair se ele estiver confortável conosco ao seu lado. Não são poucas às vezes que o outro se joga lá embaixo porque acredita que será a única forma de ser lembrado ou amado. Diante dessa manobra inconsciente dele, somente o levaremos a sair dali quando ele perceber que poderá ser amado fora dali. Claro que poderemos descer tantas vezes quantas forem necessárias, mas o tempo que dispusermos ali também terá que ser proporcional à vontade do outro de se libertar de suas correntes.

São atitudes maduras que temos de enfrentar, porque muitas vezes, por algumas experiências entrarem em nossas vidas, pensamos que temos de abraçá-las, mas isso não é real. Já me vi me jogando dentro do poço atrás dos meus amores, não percebendo que, por eu estar lá com eles sem o raciocínio que liberta, muita dificuldade tive para ajudar a sairmos todos de lá!

Vocês poderiam estar pensando que esse é um raciocínio mesquinho, porque se um parente, filho, companheiro, estiver mal, por não acreditarmos que temos capacidade ou por não podermos ficar lá por muito tempo, deixaremos de ajudá-los, abandonando-os? Não, não é isso. O que significa é que, se eu sou empático àquela pessoa, ou seja, se consigo compreender o seu ponto de vista, me colocando até em seu lugar, terei que, ao descer no buraco, estar com todos os instrumentos que possuo para sair dele depois. Se eu consigo enxergar a sua dor, não significa que eu a queira senti-la a ponto de me impossibilitar ajudar a quem eu tinha como alvo do meu auxílio. Senão, serão dois atolados necessitando de ajuda!

Ainda, tenho que ser muito sincera comigo, porque talvez não tenha que ser eu a retirá-lo de lá. Se eu estou incapaz de ajudar pessoalmente, posso buscar quem possa fazê-lo por mim (outro instrumento, outra ferramenta de auxílio).

Para tudo isso, ainda seria necessário que sejamos simpáticos aos olhos daquele que se deixou cair, porque nesta relação, se ele não sentir a conexão conosco, nossa intervenção poderá não adiantar naquele momento.

Mas, friso que somos quem somos e Deus sabe disso. Se estamos na vida de alguém, ele poderá necessitar de nós como somos, às vezes, simpáticos, às vezes empáticos, às vezes, antipáticos e nada compreensivos.

 

Então, a melhor postura é sermos nós mesmos, sempre tentando nos colocar no lugar do outro e amando a vida e o próximo da forma que sabemos, para que a empatia e a simpatia se transformem em nossos instrumentos de auxílio.

sexta-feira, 29 de julho de 2022

INDICADORES PREOCUPANTES DA FALTA DE SABEDORIA HUMANA[1]

 

Anselmo Ferreira Vasconcelos

 

Mais um dado preocupante foi trazido à lume por um artigo da revista “Veja”[2] de 6 de outubro passado, cujo título por si só já desperta, no mínimo, certo constrangimento: “Mentes não tão brilhantes”. Os articulistas recorreram ao insuspeito e onipresente teste de quociente de inteligência (Q.I.) para fundamentar as suas opiniões, cujas quais expressam pessimismo com relação à capacidade cognitiva das gerações atuais. O motivo por eles alegado é o exagerado consumo tecnológico, que tem per se escravizado as mentes dos mais desavisados. Os autores do referido texto constataram que nas últimas décadas deste século, as conquistas atreladas ao Q.I. vêm caindo significativamente.

Citando um estudo realizado na Noruega com 730.000 jovens convocados para o serviço militar obrigatório nos últimos quarenta anos, eles reportam descobertas surpreendentemente decepcionantes. Ou seja, os noruegueses apresentaram uma queda nesse indicador de 2 pontos por ano nos anos 1980, 1,3 ponto nos anos 1990 e 0,2 no corrente século.

Além disso, não deixa de ser alarmante o fato de que não se trata de um fenômeno restrito a uma única nação. Ao contrário. Resultados semelhantes foram colhidos, segundo eles, no Reino Unido e na Dinamarca. Mais ainda, os especialistas têm alertado que o cerne do problema reside nas acentuadas mudanças de estilo de vida. Ou seja, derivam da

“... imersão constante e indiscriminada nos eletrônicos. As plataformas de vídeos, as redes sociais e os aplicativos de mensagens alimentam as discussões embotadoras, nas quais crenças se sobrepõem à razão e a ideologia impede o confronto de ideias enriquecido pelo saber científico – aquele que não se atém às primeiras linhas de um texto, mas se ampara nele inteiro”.

Não se trata, é óbvio, de abdicar completamente das conquistas obtidas nesse particular. A questão é como dosá-las, de modo a não se tornarem um vício, dependência ou, pior ainda, embotamento mental. Sabe-se também que muito do mal que ora grassa nessa esfera advém de hábitos inadequados que estão sendo cultivados desde tenra idade. Com efeito, não é incomum uma criança que mal anda já possuir um smartphone, por exemplo, e com ele se entreter horas a fio. Pelo menos assim tem sido em muitas famílias, cujos pais não têm muita paciência para lidar com os chiliques da sua prole. No entanto, tal procedimento pode gerar graves problemas para a criança.

Segundo o artigo, outra pesquisa realizada pela Universidade de Alberta, no Canadá, com crianças de 5 anos ou menos, e que passam mais de duas horas por dia on-line, estão cinco vezes mais sujeitas a apresentar dificuldades de concentração, bem como sete vezes mais propensas a portar sintomas de transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). A recomendação dos especialistas, portanto, é a do mínimo uso de tais recursos. Ademais, a conclusão apresentada pelos autores parece muito pertinente: as crianças precisam de mais integração social, engajamento em brincadeiras e em problemas e discussões que ocorrem fora das telas. Em outras palavras, elas necessitam viver mais plenamente.

Tal cenário, além de representar notória ameaça ao desenvolvimento da capacidade cognitiva humana, também traz problemas na dimensão espiritual, que necessita igualmente de análise e reflexão. Aliás, como bem observa o Espírito Emmanuel, na obra "Fonte Viva” (psicografia de Francisco Cândido Xavier), “A vida é processo de crescimento da alma ao encontro da Grandeza Divina”. Sendo assim, nada indica que o excessivo apego às redes sociais ou outros tipos de divertimentos proporcionados pelo universo tecnológico cooperem nesse sentido. Na verdade, tais invenções têm sido muito bem usadas pelas trevas para prender a atenção dos seres humanos encarnados – via obsessão - e desviando-os, assim, do que realmente importa.

Já para o Espírito Joanna de Ângelis, no livro “Vidas Vazias” (psicografia de Divaldo Pereira Franco), a sociedade atual precisa definitivamente entender que está vivendo num corpo carnal, a fim de alcançar a plenitude. Dito de outra forma, não estamos aqui para suprir exclusivamente as nossas necessidades inferiores, isto é, as biológicas, conforme a elaborada conceituação de Abraham Maslow (1908-1970), na sua hierarquia das necessidades humanas. Há algo mais desafiador nos aguarda e que abarca a nossa origem propriamente dita.

Desse modo, é vital que o indivíduo desperte para a importância do desenvolvimento da sua inteligência espiritual – o que exige determinação, prática e o bom aproveitamento do tempo (matéria prima cada vez mais escassa), enfim. Conhecer-se e aperfeiçoar-se interiormente constituem metas de vida altamente relevantes, que todos deveriam igualmente buscar realizar. Adquirir o hábito de dialogar consigo mesmo, encarar as nódoas da personalidade e enfrentar as atitudes infelizes são providências essenciais para quem, de fato, almeja algo mais além da quase sempre espinhosa experiência na matéria. Somente a obtenção dessa capacitação poderá lhe facultar a devida conexão com os elevados ideais da vida, que lhe garantirão a paz de espírito e a felicidade permanentes.

E ao se despojar das frivolidades e dos hábitos nocivos, tão em voga na atualidade, o indivíduo poderá começar a construir, finalmente, um patrimônio de luz imperecível.  



[1] O CONSOLADOR - Ano 16 - N° 782 - 24 de Julho de 2022  - http://www.oconsolador.com.br/ano16/782/ca1.html

[2] Publicado em VEJA de 6 de outubro de 2021, edição nº 2758

quinta-feira, 28 de julho de 2022

MISSÃO DO ESPÍRITO PROTETOR[1]

 

Miramez

 

Qual a missão do Espírito protetor?

− A de um pai para com os filhos: conduzir o seu protegido pelo bom caminho, ajudá-lo com os seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, sustentar sua coragem nas provas da vida.

Questão 491/O Livro dos Espíritos

 

A missão do protetor espiritual é como se fosse a de um pai. Dando toda a cobertura ao seu filho do coração, investe no seu tutelado em todas as suas tarefas, e quando esse compreende seus deveres ante a paternidade universal, o protetor espiritual se sente confortado na sua intimidade, como um verdadeiro pai sente a alegria de ver seu filho em caminhos nobres. Ele destina seus esforços para ajudar a despertar os sentimentos do bem naquele que é seu protegido por aquiescência de Deus. A missão do protetor é te proteger sem agressão, mas, essa proteção depende muito de ti. Ele bate à tua porta, tu é que deves abri-la recebendo as sugestões de amor, por amor.

Todos os homens, e por vezes os Espíritos, têm seus protetores espirituais, que a cada dia fazem esforços incomuns no sentido de se aproximarem mais dos seus tutelados. A sua tarefa é árdua e ele incentiva o protegido nas linhas do bem, clareando seus pensamentos cada vez mais e fortalecendo seu coração nos momentos das provas indispensáveis. Ele inspira e cuida do encarnado, para que este possa levantar seu ânimo em quaisquer circunstâncias.

Quando o seu tutelado fecha os ouvidos e embota os sentimentos na razão direta da sua influência espiritual, o protetor vai se distanciando do seu protegido, como que sem condições de auxiliá-lo com eficiência, porém, nunca o perde de vista, pois é o seu dever ajudá-lo com as suas possibilidades, sem contrariar a lei e sem violentar os direitos que lhe faculta o livre arbítrio. Todos conhecem a liberdade, mesmo relativa, de cada ser, de atrair para junto de si conforme o que é, o que pensa e o que faz. É a lei que diz que os semelhantes atraem os semelhantes, porém, a misericórdia de Deus cobre a multidão dos erros humanos, e em meio a todos os caminhos difíceis da alma, o Anjo-Guardião sempre está presente, ajudando seu tutelado a lembrar-se dos seus compromissos para com a sociedade e para consigo mesmo.

Medita todos os dias, mesmo que seja por segundos, em teu Protetor espiritual, que essa oração em silêncio buscando alguém de luz é respondida pela luz do amor, que fartar-te-á o coração dando-te ânimo para as lutas, retirando do teu íntimo a vacilação que possa te levar ao caos.

O Livro dos Espíritos, codificado por Allan Kardec, é um orientador divino que não deve faltar em tuas consultas diárias, dando-te as diretrizes de que precisas no dia-a-dia. O teu compromisso na Terra pode ser grande, mas, nunca é cumprido a sós. Muitas mãos foram colocadas para te ajudar. Aproveita-as, que a glória surgirá nos teus caminhos, para a paz de muitos.

A esperança acena para ti, mostrando-te um futuro de paz de consciência, se compreenderes as leis que garantem a vida e sustentam a paz. Se és espírita, deves compreender, melhor que os outros, a continuação da vida em todos os ângulos, e que o túmulo não é sinônimo da morte e, sim, de mais vida.

É bom que te lembres da questão de O Livro dos Espíritos, tema deste capítulo: “Qual a missão do Espírito Protetor? Vejamos a resposta maravilhosa do Espírito ao interrogador:

A de um pai em relação aos filhos; a de guiar o seu protegido pela senda do bem, auxiliá-los com seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, levantar-lhes o ânimo nas provas da vida.

Medita no que ela te tala sobre o Espírito protetor, e tem mais confiança naquele que te protege que, por ele, fluem as bênçãos de Deus, pela presença do Cristo em nós. Confia em Deus e em ti mesmo, que essa confiança se estenderá a todos aqueles que te procuram para te ajudar e isso tranquilizará teu coração em todas as tribulações que surgirem em teu caminho.

Um Espírito protetor nunca esquece o seu protegido, mas se aproxima mais dos que se esforçam para melhorar moralmente.



[1] Filosofia Espírita – Volume 10 – João Nunes Maia

quarta-feira, 27 de julho de 2022

FENÔMENOS RELACIONADOS AO PERIGO, MORTE, LUTO[1]

 

Patrícia Pearson

 

Nos últimos anos, uma variedade de fenômenos perceptuais anômalos foram observados que parecem ser desencadeados por crises relacionadas ao perigo, morte e luto. A pesquisa sobre esses fenômenos ganhou impulso na última década, pois fica claro que a taxa de prevalência da experiência relatada é substancial.

 

Impressões de crise

As impressões de crise são marcadas pela percepção abrupta de que outra pessoa está em perigo urgente ou morreu. Essas também são chamadas de 'aparições de crise', um termo usado por pesquisadores psíquicos do final do século XIX, embora a manifestação visual não seja necessariamente uma característica definidora. Estudos de Myers et al, Green, Rhine, Stevenson[2], Fenwick[3]  e Haraldsson[4] destacaram casos em que a ação foi tomada como resultado da impressão, mas antes que a notícia convencional de morte ou perigo fosse transmitida ao percipiente. Stevenson, mais recentemente, estudou apenas os casos que podiam ser corroborados por testemunhas. (O percipiente reagiu comprovadamente à impressão – fazendo um telefonema urgente, por exemplo, ou correndo para casa. As impressões de crise assumem várias formas:

 

Percepções visuais

Percipientes relatam a manifestação repentina de uma pessoa no momento ou próximo ao momento da morte dessa pessoa. Estes ocorrem em estados de vigília, independentemente das condições de iluminação[5]. Exemplos: Uma mulher malhando na academia de repente percebe seu parceiro de pé diante dela no que parece ser uma solidez tridimensional completa. No entanto, a percepção ocorre no momento em que seu parceiro está realmente sendo esmagado pela queda de uma rocha em uma geleira durante a escalada[6]. Um homem relata ter visto seu pai sentado à mesa do café da manhã na cozinha da família, mesmo quando lhe é dada a notícia de que seu pai acaba de falecer[7].

As impressões podem assumir uma forma simbólica em vez de literal. Chaz Ebert, esposa do crítico de cinema Roger Ebert, contou que acordou e encontrou a figura da morte na porta de seu quarto: a figura apontava para um caixão que estava deitado em sua cama e continha seu ex-sogro, que não estava ainda conhecido por ter morrido naquela noite[8].

Outro exemplo de imagem simbólica refere-se a um marinheiro da marinha britânica no mar, que estava deitado em sua cama quando de repente alucinou um texto de teletipo que anunciava a morte de seu avô na Inglaterra[9]. 

Em 1942, o pesquisador GNM Tyrell identificou 130 casos de percepção visual coletiva, onde mais de uma pessoa viu a mesma impressão ao mesmo tempo[10]. Tyrell analisou os casos pesquisados ​​e apresentados no conjunto de dois volumes de 1886, Phantasms of the Living[11] .

 

Gleanings intuitivos 

Nesse tipo de impressão, uma convicção súbita e específica de que alguém está em perigo leva o percipiente a agir. Um exemplo inicial foi relatado por Hans Berger, inventor do EEG[12]. No momento em que quase foi atropelado por um canhão puxado por cavalos, sua irmã sentiu uma ansiedade tão avassaladora por sua segurança que providenciou com urgência que lhe enviassem um telegrama perguntando sobre seu bem-estar. Atingido por sua preocupação insistente, Berger posteriormente dedicou seu tempo a inventar uma máquina que mediria a atividade elétrica no cérebro, acreditando que isso poderia revelar um meio de conexão entre humanos[13].

Uma série de 35 casos investigados pelo psiquiatra Ian Stevenson na década de 1960 incluiu o de uma mulher americana que foi abruptamente assediada pela convicção de que sua filha havia sido atropelada por um carro. Ela imediatamente ligou para o destino para onde seu filha estava indo e soube que uma colisão (não fatal) ocorreu durante a viagem[14].

 

Impressões somáticas 

Foram coletados casos do que parecem ser sintomas compartilhados de doença e morte no início da crise. Um exemplo, relatado ao neuropsiquiatra Peter Fenwick, envolve um homem que, no momento em que seu pai moribundo dava seus últimos suspiros, foi despertado do sono por intensas sensações de sufocamento. “Lembro-me de agarrar minha boca, forçando-a a abrir para me ajudar a respirar. Eu estava lutando por tudo o que valia, mas as dores agora eram insuportáveis”[15]. Casos semelhantes foram relatados em relação a sintomas de ataque cardíaco fatal e lesão acidental[16].

 

Impressões emocionais

Existem relatos de uma mudança inexplicável de humor no instante de uma morte distante, como ser dominado por soluços ou, inversamente, experimentar euforia e sentimentos quase transcendentais de paz. As principais características são o início abrupto do humor, sem qualquer gatilho aparente, e sua coincidência com a morte ainda não relatada. Os pesquisadores tentaram evitar casos em que a instabilidade crônica do humor coincide com uma crise, ou onde 'repetidos pressentimentos sombrios em um caso se tornam verdadeiros'[17]. 

 

Impressões de sonho 

Os indivíduos têm um sonho vívido e distinto que os alerta para a morte de alguém próximo a eles. O sonho pode apresentar detalhes da morte ou uma visita do falecido, despedindo-se ou oferecendo garantias. Fenwick relata o caso de uma mulher que teve um encontro onírico com seu ex-marido na noite de seu suicídio. Ficou suficientemente claro que ela cancelou seus compromissos de trabalho da manhã, explicando que havia ocorrido uma morte; depois foi até a casa dele, onde encontrou o corpo sem vida e ligou para a polícia.

 

Dados de prevalência

 Um corpo considerável de pesquisas transculturais estabelece a prevalência de encontros percebidos com o falecido entre os enlutados entre 43 e 55 por cento[18]. É menos claro quantos desses encontros constituem impressões de crise. Um estudo islandês determinou que 86% dos encontros constituíam a primeira indicação de que uma morte havia ocorrido[19]. Na Alemanha, a Crise ESP foi encontrada entre os tipos mais comumente relatados de percepção psi espontânea. No Reino Unido, uma pesquisa de 2010 com funcionários de hospícios relatou que metade dos entrevistados estava ciente de 'coincidências geralmente relatadas por amigos ou familiares... que dizem que o moribundo os visitou no momento da morte'[20]. Um número desproporcional de impressões de crise ocorre em conexão com mortes violentas ou súbitas, de acordo com dois estudos[21]. Há uma clara necessidade de mais pesquisas nessa área para avaliar os dados.

 

Teorias alternativas

Não há teoria psicológica para as impressões de crise, por si só, mas certamente seria argumentado que elas são reconstruções desejosas da experiência subjetiva depois que uma morte ou perigo veio à luz. Um exemplo seria o processo mental de 'convergência durante a recordação', onde os detalhes inadequados desaparecem quando um sonho ou experiência de vigília se alinha com novas informações. Nenhum estudo foi feito para determinar a natureza precisa desse ato de reconstrução especificamente em relação às impressões de crise. A pesquisa tende a se concentrar no conceito mais amplo de 'psicologia da crença' sem abordar especificamente as percepções da hora da morte[22].

 

Visões do leito de morte

Um crescente corpo de pesquisa explora uma categoria distinta de fenômenos visuais e auditivos percebidos por pacientes moribundos nos últimos dias de suas vidas. Esta pesquisa atraiu atenção à medida que os ocidentais se deslocam em número cada vez maior para os cuidados paliativos, um ambiente no qual são frequentemente observados por familiares e cuidadores quando sua dor é bem gerenciada e sua consciência está clara. Um estudo americano de 2013 relatou que enfermeiras de hospícios testemunham, em média, cinco pacientes experimentando 'comunicação no leito de morte' com uma ou mais figuras invisíveis a cada mês[23]. Penny Sartori, pesquisadora britânica e ex-enfermeira de cuidados intensivos, disse que as enfermeiras às vezes consideram informalmente esses incidentes como uma indicação da morte iminente do paciente[24]. Em 2014, o “American Journal of Hospice and Palliative Care” relatou um estudo no qual mais de 80% dos pacientes moribundos tiveram visões e sonhos durante um período de dezoito meses.

Embora as visões do leito de morte tenham sido observadas ao longo da história, uma primeira onda de interesse por estudiosos seculares ocorreu no início do século 20 , com publicações como Aparições de Pessoas Falecidas em Leitos de Morte de Ernesto Bozzano ( 1906 ), Visões dos Moribundos de James Hyslop ( 1907) e Visões no Leito de Morte de Sir William Barrett (1924)[25]. Essas visões diferem das alucinações mediadas biologicamente em relação ao seu momento, sua especificidade não aleatória, sua ocorrência em estados de consciência clara e seu impacto psicológico observado nos moribundos[26].

 

Companheiros de Viagem

Uma característica significativa da visão do leito de morte é a percepção de figuras – tipicamente parentes falecidos ou figuras religiosas totêmicas – que parecem fazer com que o moribundo se ilumine, se aproxime e/ou se comunique com  presença não detectada por outros na sala. Por outro lado, foram relatados alguns casos em que o moribundo não sabia que a pessoa que estava vendo não estava mais viva. Em um caso inicial desse tipo relatado por Barrett, sua esposa obstetra estava atendendo ao lado do leito de uma mulher que estava morrendo após o parto. Ela e três outras pessoas viram a mulher expressar alegria ao ver de repente seu falecido pai, mas também perplexidade ao ver sua irmã, cuja morte três semanas antes havia sido ocultada por medo de prejudicar sua saúde[27]. Estas são conhecidas como experiências do Pico em Darien[28], referindo-se ao espanto que os exploradores espanhóis sentiram quando escalaram uma montanha no Panamá esperando descobrir o continente da Índia e, em vez disso, contemplaram o oceano Pacífico.

No maior estudo transnacional de visões no leito de morte, foram encontrados casos em que o percipiente não esperava estar morrendo, pois não tinha prognóstico terminal, mas morreu logo após ter a visão. Este estudo[29] não encontrou correlação com níveis de sedação medicamentosa ou expectativa psicológica.

Outra característica das visões no leito de morte relatadas pelos pacientes à equipe de cuidados paliativos e familiares é uma percepção de luz ou beleza, descrita em termos como "se você pudesse ver o que eu vejo" e "estou me derretendo em toda essa beleza". Este aspecto é em grande parte anedótico[30] e continua a ser pesquisado[31].

 

Comparado com alucinações mediadas por medicamentos.

A ingestão de morfina, ou outros medicamentos para controle da dor, conhecidos por terem propriedades que alteram a consciência, supostamente desempenha um papel nas visões do leito de morte. No entanto, essa correlação não é suportada por pesquisas. O único estudo transnacional significativo para examinar as variáveis ​​causais descobriu que apenas 20% dos pacientes que viram entes queridos falecidos ou figuras totêmicas no final de suas vidas estavam sob fortes níveis de sedação. A sedação farmacêutica foi encontrada geralmente para criar o efeito oposto, tornando essas visões menos prováveis ​​de ocorrer[32].

Em dois estudos britânicos recentes e um estudo canadense, a equipe de cuidados paliativos fez uma distinção entre as alucinações induzidas por medicamentos, que tendiam a ser inquietantes e idiossincráticas, e aquelas envolvendo companheiros de viagem, que pareciam trazer calma e segurança aos pacientes moribundos, como eles 'aprenderam com quem deveriam ir'[33].

 

Fenômenos de presença sentida

A presença que é visualizada, sentida ou ouvida tanto nas impressões de crise quanto nas visões do leito de morte também foi relatada em outros ambientes: onde os próprios perceptivos estão em perigo ou sofrimento psicológico, ou onde foram enlutados. As categorias podem se sobrepor, como no caso do soldado da Primeira Guerra Mundial, William Bird, que foi acordado nas trincheiras por seu irmão falecido, que insistiu para que ele se levantasse, o escoltou para fora de sua tenda e bem longe dela, e desapareceu; a tenda foi então destruída por um projetil[34].

 

'Terceiro Homem'

O fenômeno de sentir uma presença invisível, mas acompanhante, ao atravessar paisagens fisicamente desafiadoras está bem estabelecido na literatura de montanhismo. Esta presença foi apelidada de 'o Terceiro Homem', em referência a um poema de TS Eliot que menciona uma presença sentida durante a expedição de 1916 à Antártida liderada por Sir Ernest Shackleton, e tem sido frequentemente relatada por alpinistas, exploradores polares, viajantes marítimos, exploradores de cavernas e mergulhadores de águas profundas. Há também vários relatos em teatros de guerra. Um exemplo típico é descrito por John Geiger, chefe da “Canadian Geographic Society”, em seu livro The Third Man Factor (2008).

O alpinista americano James Savigny foi gravemente ferido por uma avalanche na Colúmbia Britânica em 1983. Suas costas, braços e costelas foram quebrados e ele estava sangrando internamente. Ele não conseguia ficar de pé e começou a sucumbir ao choque e hipotermia. Nesse momento, ele sentiu uma presença. Ela o dirigiu e o estimulou por um terreno coberto de gelo de volta ao seu acampamento. Todas as decisões tomadas foram feitas pela presença, eu estava apenas recebendo instruções. Quando chegou à sua tenda, a presença desapareceu. Mais tarde, ele foi encontrado e resgatado por esquiadores de cross-country[35].

 

Presença detectada durante o perigo em ambientes não extremos.

Esta experiência é semelhante ao Terceiro Homem, ocorrendo em momentos de perigo, mas onde o corpo do perceptor não está sob coação biológica ou funcional. Em outras palavras, não pode ser explicado em termos de privação sensorial, altitude elevada ou fatores neurológicos, como a síndrome bem estabelecida de ruptura física da junção Tempero-Parietal que leva a uma sensação confusa de eu versus outro[36]. Casos são encontrados em depoimentos de vítimas de estupro e pessoas que são pegas (mas ilesas) em incêndios domésticos, e também durante momentos críticos de tomada de decisão que permitem evitar o perigo. Até agora, existem numerosos testemunhos no contexto da pesquisa de livros, mas nenhum estudo acadêmico formal foi feito[37].

 

Presenças pós-morte

Existe agora um extenso corpo de pesquisa, particularmente na literatura de luto, sobre a prevalência de encontros de presença sentida na população enlutada. As estimativas variam de 43 a 55 por cento, com alguns países relatando taxas ainda mais altas[38]. A pesquisa não mostra nenhuma correlação consistente com isolamento social, saúde mental, profundidade de apego ou duração do período de luto, todos os quais foram propostos como variáveis ​​psicológicas que poderiam explicar 'alucinações de luto'.

Em um caso típico coletado pela jornalista Patricia Pearson, uma viúva do Novo México relatou ter sentido a presença de seu companheiro em sua cama em duas ocasiões distintas, cinco meses e quatro anos, após sua morte em 2002, dizendo: tão forte que eu rolo para ver quem está lá.

Em outro caso relatado a Pearson, uma executiva de publicidade de Toronto descreve a entrada específica e vívida da presença de seu falecido pai no carro que ela dirige. Ela sente o peso do carro sendo redistribuído enquanto ele se acomoda no banco do passageiro de sua maneira característica, inclinando-se de uma maneira particular para evitar dores nas costas. Ele permanece por vinte minutos, durante um trajeto de uma hora do trabalho para casa. São seis semanas após sua morte[39].

 

Conscientização da Morte

Em 1993, as enfermeiras de cuidados paliativos Maggie Callanan e Patricia Kelly cunharam a expressão “consciência da quase morte” para descrever características anômalas que a equipe de cuidados paliativos às vezes observa em seus pacientes nos dias anteriores à morte[40]. Uma delas é a 'visão do leito de morte' citada acima, na qual o paciente se comunica com figuras falecidas no quarto, ou descreve sua presença. Há duas outras características dignas de nota.

 

Referências de “jornada”

Como foi relatado em vários estudos americanos e britânicos, a equipe de cuidados paliativos e de cuidados paliativos geralmente observa uma preocupação com viagens e movimentos nos moribundos[41]. Isso assume a forma de pedidos pragmáticos: ajuda para calçar os sapatos, encontrar a passagem de trem, embarcar no barco, trazer o carro, dar um passeio ou simplesmente voltar para casa. Estes ocorrem em um estágio em que o uso da linguagem em geral se tornou limitado e rígido, e são, portanto, bastante distintos dos murmúrios febris. Um paciente quase em coma pode inesperadamente pronunciar uma breve frase sobre a viagem que está prestes a embarcar. Ou podem perguntar: Quando vou? Estudos mostram que a resposta é invariavelmente em dois ou três dias, independentemente do prognóstico médico. Em um estudo, realizado em uma residência de cuidados paliativos em Quebec, a preocupação com viagens foi encontrada nos sonhos de fim de vida dos pacientes [42].

 

Lucidez terminal

Nesse fenômeno, a consciência nublada de uma pessoa clareia brevemente no final da vida, permitindo que pacientes com deficiência neurológica, psicológica ou cognitiva demais se comuniquem subitamente com lucidez. Por razões que não são compreendidas, tais pessoas de repente recuperam a clareza mental, a ponto de poderem ter conversas finais com familiares ou profissionais de saúde[43].

Relatos de casos de lucidez terminal datam do século XIX e apresentam pacientes que sofrem, de forma variada, de demência grave, acidente vascular cerebral, tumor cerebral, abscesso cerebral, meningite, psicose, esquizofrenia e deficiência mental. Em um caso relatado pelo oncologista americano Scott Haig em 2007, um paciente com câncer de pulmão teve metástase tão profunda no cérebro que o tecido cerebral foi quase completamente superado por células cancerígenas. Ele havia se tornado vegetativo, "sem expressão, sem resposta a qualquer coisa que fizéssemos com ele". Uma hora antes de sua morte, ele acordou e falou calma e claramente com sua esposa e três filhos. Não foi o cérebro de David que o acordou para se despedir naquela sexta-feira, escreveu Haig mais tarde. 'Seu cérebro já tinha sido destruído'[44]. Em outro caso, relatado na Alemanha na década de 1930, uma mulher com deficiência mental grave chamada Anna Katharina Ehmer, institucionalizada desde a infância sem capacidade de andar, falar ou se envolver em autocuidado rudimentar, foi observada cantando um hino sobre o trânsito da alma, repetidamente para si mesma, nas horas antes de morrer de tuberculose. As enfermeiras, seu médico e o diretor da instituição testemunharam esse caso notável.

 

Experiências numinosas em crise e quase morte

Certas condições parecem dar origem a um estado de consciência que pode ser caracterizado como numinoso. Nesse estado, os perceptivos sentem-se imersos em uma luz extremamente brilhante que eles experimentam como amorosa e possuidora de uma qualidade senciente, indicando que não é apenas percepção visual. Sentimentos de profunda paz ou alegria geralmente acompanham a percepção.

 

Durante a experiência de quase morte

A frase 'ir para a luz' é mais comumente associada à Experiência de Quase Morte (EQM). A experiência que descreve é ​​uma das características listadas na Escala de EQM de Greyson, que visa verificar se ocorreu uma experiência subjetiva clinicamente definida (se mal compreendida)[45]. Bruce Greyson, professor de psicologia na Universidade da Virgínia até 2014, define as EQMs como “um evento psicológico profundo que inclui elementos transcendentais e místicos, normalmente ocorrendo em indivíduos próximos da morte ou em situações de intenso perigo físico ou emocional”.

O engenheiro naval americano David Bennett descreveu seu encontro com essa luz enquanto estava submerso no Oceano Pacífico:

À medida que me aproximei, comecei a sentir a luz... Senti amor, alegria, paixão e emoção... Como engenheiro-chefe de um navio, tive muitas ocasiões de usar um soldador de arco. A luz emitida pelo arco é tão brilhante que você precisa usar óculos de proteção para olhar para ela sem queimar os olhos. Esta luz era mais brilhante do que aquela, mas eu ainda podia vê-la confortavelmente.

Bennett acrescenta, ecoando um elemento comum da experiência:

'Separar-se da luz e reunir meu corpo foi a coisa mais difícil que já me pediram para fazer. Foi mais doloroso do que se afogar[46].

 

Na ausência da fisiologia do 'cérebro moribundo'

Embora as descrições da luz transcendental tenham sido associadas à EQM, elas também aparecem em circunstâncias nas quais o percipiente não está fisicamente próximo da morte. Uma pesquisa publicada em 2014 comparou pacientes em coma que relataram ter tido uma EQM com pessoas que relataram ter uma experiência do tipo EQM durante a meditação, enquanto desmaiavam, após o consumo de drogas ou álcool ou em meio a outras situações sem risco de vida. Mais de 75% do último grupo relatou características de EQM, incluindo um encontro com 'uma luz brilhante'[47]. Experiências semelhantes foram relatadas por pessoas que consideraram eles próprios para estar em perigo de risco de vida que eles finalmente evitaram. Aqui, por exemplo, está uma descrição da médica canadense Yvonne Kason, que sobreviveu, sem ferimentos graves, à queda de um avião no gelo:

Eu era como uma gota de água que agora se fundiu no mar de luz. Eu ainda existia, ainda era eu, mas estava nesse oceano incrível de luz e amor. O aspecto mais forte para mim foi o amor. Amor Perfeito. É impossível descrever[48].

A qualidade da inefabilidade – ser incapaz de descrever adequadamente a luz – é comum a todos os relatos. Isso corresponde filosoficamente ao que tem sido chamado de dilema do indizível[49].

 

Comparado com estados místicos

 O teólogo alemão Rudolf Otto caracterizou as experiências descritas pelos místicos religiosos como 'numinosas'. Com isso, ele quis dizer um encontro com o 'poder divino' ou 'majestade de Deus', referenciando a palavra latina numen . É um encontro, escreveu ele, que é 'totalmente outro', na medida em que apresenta 'estranho arrebatamento... vitalidade, paixão, temperamento emocional, vontade, força, movimento'[50]. Um elemento central dessa experiência é a luz senciente, conforme descrito pela mística espanhola do século XVI Teresa de Ávila:

O esplendor não é aquele que deslumbra; tem uma brancura suave, é infundida, dá o mais intenso deleite à vista e não a cansa; nem o brilho. É uma luz tão diferente da luz terrena que o brilho do sol que vemos parece muito embaçado em comparação com esse brilho'[51].

Em seu estudo das narrativas medievais de EQM, a estudiosa de estudos  religiosos Carol Zaleski encontrou nos relatos da luz uma notável semelhança com o testemunho contemporâneo[52].

 

Teorias alternativas

As teorias baseadas no cérebro sobre a percepção subjetiva dessa luz e a tranquilidade associada têm se concentrado em danos cerebrais anóxicos[53], anormalidades do sono relacionadas à intrusão REM[54] e e o impacto da medicação sedativa[55]. Como algumas dessas teorias pressupõem uma fisiologia do trauma cerebral, elas são difíceis de conciliar com pesquisas mais recentes sobre uma gama mais ampla de perceptivos fisicamente desimpedidos.

 

 

Traduzido por Google Tradutor



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[5] Haraldsson, ibid.

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[12] Eletroencefelograma

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[19] Haraldsson, E., ibid.

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[29] Osis, K. and Haraldsson, E. , At The Hour of Death.

[30] Sem comprovação científica.

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[32] Osis and Haraldsson., At The Hour of Death.

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[35] Geiger, John.  (2008). The Third Man Factor (Toronto: Penguin).

[36] Geiger, J., ibid.

[37] Steffen and Coyle. Sense of Presence Experiences.

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[41] Seguin, M. (2009). Les Reves en fin de vie: 100 recits de reves pour faciliter la grande traversee. (Flamarion Quebec)

[42] Nahm, M., Greyson, B., Kelly EW, Haraldsson E.  (2012). Terminal lucidity: a review and a case collection,  Archives of Gereontology and Geriatrics, July-August 55:1.

[43] Haig, S. (2007).  The Brain: The Power of Hope,  http://content.time.com/time/magazine/article/0,9171,1580392,00.html

[44] Nahm M, Greyson B. (2013-2014). The death of Anna Katharina Ehmer: a case study in terminal lucidity, Omega 68:1, pp. 77-87. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24547666

[47] Ibid.

[48] Pearson, Opening Heaven’s Door

[49] See, for example, Franke, William (2014).  A Philosophy of the Unsayable (South Bend, Indiana: University of Notre Dame).

[50] Otto, Rudolf (1917/2012).  The Idea of the Holy (Forgotten Books)

[51] Underhill, Evelyn (1919/1999). Mysticism: The Preeminent Study in the Nature and Development of Spiritual Consciousness (London: Oneworld Publications).

[52] Zaleski, Carol. (1987) Otherworld Journeys: Accounts of Near-Death Experiences in Medieval and Modern Times  (Oxford University Press).

[53] Blackmore, Susan. (1993). Dying to Live: Science and the Near-Death Experience (London: Grafton).

[54] Nelson, K.R. et al., (2006). Does the arousal system contribute to near-death experience?. Neurology,  Apr 11 66:7, pp. 1003-9.

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[55] Lopez, U. et al. (2006). Near-Death Experience in a boy undergoing uneventful elective surgery under general anesthesia, Pediatric Anesthesia  . January, 16:1, pp. 85-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16409537