Ian Pretyman Stevenson nasceu em 31 de outubro de 1918, em Montreal, M.D. Cresceu em Ottawa, onde seu pai era o
correspondente canadense para o New York Times. Sua mãe, por sua vez, fez com
que Stevenson se interessasse por Teosofia. Estudou na Universidade de St.
Andrews, na Escócia, e na Universidade McGill, em Montreal, onde graduou-se em
1942 e especializou-se em 1943, sendo o primeiro de sua classe. Nos anos de
1950, inspirado por um encontro com Aldous Huxley, tornou-se um pioneiro no
estudo médico sobre os efeitos do LSD. Stevenson casou-se com Margaret Pertzoff em 1985. A sua ex-mulher,
Octavia Reynolds, morreu em 1983.
Foi um cientista e professor de psiquiatra da Universidade da
Virginia; um dos mais importantes pesquisadores na temática das experiências
espirituais. A sua pesquisa incluía principalmente o tema da reencarnação, a
problemática do relacionamento entre mente e cérebro e a continuidade da
personalidade após a morte.
Em 1957 Stevenson foi nomeado chefe do Departamento de
Psiquiatria e Ciências Neurocomportamentais da Universidade da Virgínia. A sua
principal pesquisa incluía doenças psicossomáticas, compêndios sobre pacientes
entrevistados e exames psiquiátricos.
Em 1958 e 1959, Stevenson escreveu ativamente na conceituada
revista “Haper”, incluindo temas como doenças psicossomáticas e percepção
extra-sensorial (PES), e em 1958, foi o vencedor em uma competição de
ensaios sobre fenômenos paranormais e vida após a morte promovida pela organização
parapsicológica American Society for Psychical Research, em homenagem a um dos
pioneiros da área, William James. A partir daí Stevenson se
aprofundou muito mais nos fenômenos paranormais, se tornando o fundador da
moderna pesquisa científica a respeito da reencarnação e ficando famoso por
recolher e analisar meticulosamente casos de crianças as quais pareciam lembrar
de vidas passadas sem o auxílio da hipnose. Após a publicação de seu primeiro
ensaio sobre reencarnação em 1966, o inventor da fotocopiadora, Chester
Carlson, custeou as suas primeiras visitas de campo à Índia e ao Sri Lanka.
Quando Carlson faleceu (1968), legou um milhão de dólares para manter uma cadeira
na Universidade da Virgínia, e mais um milhão de dólares para o próprio
Stevenson, com o intuito de que a pesquisa sobre a reencarnação não parasse. O
trabalho de pesquisa sobre reencarnação realizado pelo psiquiatra também
recebeu significativo apoio financeiro de Eileen J. Garrett , uma das fundadoras da Fundação
de Parapsicologia.
Em 1967, Stevenson foi escolhido como Diretor do Setor de
Estudos da Personalidade (posteriormente recebendo o nome de "Setor de
Estudos da Percepção"), que funciona ainda hoje com objetivo de realizar
investigação de fenômenos paranormais através de métodos científicos.
Stevenson continuou a administrar pesquisa de campo adicional
sobre reencarnação na África, Alasca, Colúmbia Britânica, Birmânia, Índia,
América do Sul, Líbano, Turquia e muitas outras localidades. As crianças
estudadas normalmente se lembravam de suas experiências passadas entre os dois
e os seus quatro anos de idade, mas pareciam esquecê-las por volta dos sete ou
oito anos. Em seus relatos, mencionavam frequentemente terem morrido de forma
violenta e, além disso, as lembranças de como haviam morrido eram aparentemente
claras. Stevenson também reuniu testemunhos, assim como registros médicos
contendo informação a respeito de sinais de nascença, defeitos de nascimento e
outras evidências físicas de reencarnação.
Stevenson publicou apenas para as comunidades científica e
acadêmica, e seus mais de 200 artigos e vários livros - trazendo ricos detalhes
de pesquisa e argumentos acadêmicos - podem ser técnicos demais para um público
leigo. Sua pesquisa, com mais de 3.000 estudos de casos, fornece evidências
discutidas por Stevenson, apoiando a possibilidade de reencarnação, apesar de
ele mesmo ter sido sempre muito cauteloso ao se referir a elas como "casos
sugestivos de reencarnação" ou "casos do tipo de reencarnações".
Alguns de sua área questionaram a metodologia e a
objetividade de Stevenson em tecer conclusões a partir de suas pesquisas. O
próprio Stevenson reconheceu uma limitação em seu argumento sobre reencarnação,
a qual Tom Shroder, editor do “Washington Post”, chamou de "erro
fatal": a ausência de qualquer evidência de um processo físico, pelo qual
uma personalidade poderia sobreviver à morte e se transferir para outro corpo.
Stevenson aposentou-se em 2002, deixando o seu trabalho para
sucessores, dirigidos pelo Dr. Bruce Greyson. Dr. Jim Tucker, um psiquiatra infantil, continua
com trabalho de Ian Stevenson com crianças, concentrando-se em casos
norte-americanos.
Stevenson morreu em 8 de fevereiro de 2007, em uma comunidade
de aposentados de Blue Ridge em Charlottesville, na Virginia, de pneumonia.
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