segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

JEAN GUZIK[1]

 


“O Grande Médium de Efeitos Físicos Polonês”

 

O grande pesquisador da mediunidade de Jean Guzik foi Gustave Geley.

Médium polonês de efeitos físicos, filho de um tecelão, nascido na cidade de Varsóvia em 1875 e desencarnado em 1928.

A mediunidade de Guzik se manifestou pela primeira vez quando exercia as funções de aprendiz no comércio de bronzeamento, ainda adolescente. Houve batidas, pancadas nas paredes e uma agitação de objetos ao se aproximar a noite.

Por essa ocasião entrou em contato com o Dr. M. Chlopicki, um espiritualista que inicialmente o orientou e posteriormente levando Guzik a se tornar médium profissional. Guzik tinha a essa época, 15 anos de idade.

Aksakof entrando em contato com o médium o levou para São Petersburgo, onde realizou uma série de sessões, no entanto, ao que parece, não deu maiores importância. Igualmente, Julien Ochorowicz realizou várias sessões com Guzik.

No entanto, foi Gustave Geley quem o revelou para o mundo das pesquisas psíquicas, realizando uma série de cinquenta sessões em Varsóvia, em Setembro de 1921. Em seguida, levou-o para Paris, onde realizou experiências no Instituto Metapsíquico Internacional.

O método de Geley era rígido: o médium era submetido a um exame médico, despido e em seguida vestido com um pijama sem bolsos e sem punho, preso por fitas seladas e atado a dois assistentes.

 

Relatório assinado pelos 34 pesquisadores

Após uma série de sessões durante os anos de 1922-1923, Geley apresentou um relatório, que foi assinado por 34 signatários, dentre eles, Charles Richet, Eugene Osty, Roux, Moutier, Roque Santolíquido, Camille Flammarion, René Sudre e Sir Oliver Lodge e outros.

Este relatório passou para a história do psiquismo como o “Relatório dos 34”.

 

A grande luta do médium Jean Guzik

Mesmo sendo tomados todos os cuidados necessários e rigidamente adotado procedimentos estritamente de acordo com os processos científicos da época, não faltaram os caluniadores. Estes, não podendo negar de forma científica os admiráveis fenômenos observados, acusaram, afirmando que não passava de truques de prestidigitação.

E aí não estavam só acusando o médium, mas desrespeitando o “Relatório dos 34”, assinados por um grupo seleto de intelectuais franceses, entre os quais se achavam grandes notabilidades científicas do país, onde os signatários concluíram pela autenticidade irrefragrável dos fatos que tinham testemunhado e submetido a mais rigorosa experimentação.

Explica Carlos Imbassahy em sua obra “O Espiritismo à Luz dos Fatos”, que o mágico Dickson “(...) envaidecido pelos aplausos, chegou a lançar um desafio pelo “Le Matin” de 9 de Junho de 1923, onde se comprometia a reproduzir os fenômenos fabricados por Guzik.

O Dr. Stephen Chauvet, cansado de tanta tolice por parte dos acusadores, escreveu à imprensa dizendo que aceitava o repto.

Por sua vez. Geley, de plena aquiescência com o seu colega, dirigiu então, oficialmente ao “Le Matin”, a seguinte carta:

Sr. Redator Chefe. Em resposta ao artigo intitulado – Uma Declaração do Prof. Dickson – aparecida no Matin de 9 de Junho, pedimos-lhe a fineza de inserir em seu jornal a nota seguinte:

- O Instituto Metapsíquico se associa ao desafio lançado pelo Dr. Stephen Chauvet ao prestidigitador Dickson e oferece por seu turno uma soma de 10.000 francos, não só ao Sr. Dickson como a qualquer prestidigitador que conseguir reproduzir, sem o concurso de um médium, e nas mesmas condições de “controle” do I. M. I., os fenômenos constantes da relação assinada por 34 nomes eminentes e publicados in extenso pelo Matin de 7 de Junho.

O I. M. I. entregará a soma de 10.000 francos ao presidente do júri. Se o prestidigitador conseguir realizar as condições do desafio, retornará os seus 10.000 francos depositados e ficará com a plena propriedade dos 10.000 francos do Instituto. No caso contrário, o Instituto retirará, apenas, os seus 10.000 francos e os do prestidigitador serão entregues ao Matin, em proveito dos laboratórios.

O prestidigitador será submetido exatamente à mesma fiscalização que o nosso médium. Ele virá ao Instituto, será despido e examinado por dois dos signatários do relatório, revestido de um pijama sem bolsos, fornecido por nós.

Só nesse momento entrará na sala das sessões; será seguro pelas mãos; seus pulsos serão presos aos pulsos de dois fiscalizadores por uma fita curta, duplamente chumbada; seus pés e pernas serão imobilizados.

Como nas sessões do I. M. I., serão os assistentes ligados uns aos outros por cadeados e cadeias, que prenderão mão a mão, em torno de uma mesa; todas as portas e aberturas serão fechados antes de começar a sessão e seladas por meio de cintas de papel, revestidas das assinaturas dos presentes.

Nessas condições, o prestidigitador deverá reproduzir os fenômenos de Guzik:

- Deslocamentos amplos de uma cadeira ou mesa colocada a 1,50m atrás de si;

- Toques feitos na cabeça e nas costas dos fiscalizadores;

- Fenômenos luminosos à distância.

Diz o adágio jurídico que pertence ao acusador fazer a prova. O Sr. Dickson, em nome da prestidigitação, acusa; nós lhe oferecemos, a ele ou a qualquer prestidigitador, provar o fundamento da acusação.

 

Receba, Sr. Redator Chefe, a segurança...

Pelo Instituto Metapsíquico Internacional,

O Diretor

Gustave Geley”

 

Mais lutas do médium Jean Guzik

A missiva foi publicada no jornal francês “Le Matin”, de 14 de Junho de 1923.

Diz Imbassahy: “A abstenção foi completa”.

O médium Guzik foi um dos mais perseguidos. Senão, vejamos:

Cinco universitários se reuniram em Paris para verificar a mediunidade de Guzik; eram eles os Srs. M. Langevin, Robaud, Langier, Marcelin e M. Meyerson.

Informa Imbassahy que as sessões, em sua maioria, foram negativas. Houve, porém, alguns fenômenos, que seriam suficientes para uma demonstração. Mas os cinco honrados cavalheiros “(...) depois de muito matutar, viram que aquilo bem podia ter sido feito pelo médium e por processos normais; e, então, não tiveram dúvida: proclamaram, num relatório, que o médium fraudara”.

E como chegara a tal conclusão?

Levantaram a suposição de que o médium poderia ter fraudado e daí chegou à assertiva de que – O Médium Fraudou.

Pela “Revue Metapsychique”, de 1923, pág. 409, Geley após ler atentamente o referido relatório, afirmou que as conclusões eram arbitrárias, incoerentes, e que os relatores não entendiam nada do assunto.

Segundo Imbassahy, quando se fala nas fraudes de Guzik, logo surge à baila as célebres sessões na Sorbona, realizadas pelos cinco inexpertos professores. E confirma Imbassahy, que a acusação de fraude deu-se, justamente, porque neles não verificaram nada.

 

Bibliografia

§  Conan Doyle - História do Espiritismo

§  Carlos Imbassahy - O Espiritismo à Luz dos Fatos

§  Gustave Geley - L’ Ectoplasmie et la clairvoyance

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