segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Joseph Oliver Lodge[1]




O nome de Sir Oliver Lodge constitui um dos mais altos ornamentos das ciências modernas.
Cientista inglês nascido em Penkhull, Staffordshire em 12 de junho de 1851 e desencarnado em Amesbury em 22 de agosto de 1940. Professor de física do Colégio Universitário de Liverpool no período de 1881-1900; diretor da Universidade de Birmingham em 1900 e professor em Oxford em 1903. Trouxe importantes contribuições às teorias da eletricidade de contato e eletrólise, da descarga oscilatória nas garrafas de Leyde, da produção de ondas eletromagnéticas no ar e introduziu melhoramentos do telégrafo sem fio.
Realizou experiência sobre diminuição de neblina por meio de dispersão elétrica. Autor de vários tratados científicos e obras entre as quais destacamos: "Manual de Mecânica Elementar", em 1877; "Pioneiros da Ciência”, em 1893; "Vida e Matéria", 1905; "Elétrons ou a natureza e propriedades da eletricidade negativa", 1907; Ciência e Mortalidade", 1908; "O éter no Espaço", 1909;"Além da Física ou a idealização do mecanismo", 1930.
A importância que o mundo deu à sua penetração pelo campo do espiritualismo e às experiências rigorosamente controladas com que estudou o caso post-mortem do seu filho Raymond, morto em uma trincheira de Flandres logo nos primeiros meses da primeira grande guerra, geraram fortes controvérsias. O desvio da rota da ciência acadêmica o tornou alvo de vigorosas agressões por partes de seus "colegas" de profissão. Mas ele tinha plena consciência dos riscos que enfrentava.
Marchou para o circo à maneira dos mártires cristãos. Mas foi sobretudo um mártir da ciência. Acusaram-no de ingênuo por aceitar afirmações do seu filho, dando conta da existência de bebidas, cigarros, árvores e casas na vida espiritual. Era apenas um pai desolado, que se entregava à dor natural da perda, diziam. No entanto, todos os que investigam os problemas do após a morte, sabem que nos planos inferiores do mundo espiritual a semelhança com o plano terreno é notória.
Oliver foi um exemplo vivo de coragem, ao dar testemunho de sua fé. Mas aquela fé consciente, racional e até mesmo exigente, ensinada por Kardec. Não a fé cega, proveniente da submissão medrosa e incondicional a princípios dogmáticos, mas fé que serve ao mesmo tempo de fundamento à religião e à ciência. Esse tipo superior de fé exclui a crendice. Não é uma graça que vem do alto, mas conquista do homem através da evolução. Por isso mesmo não é apenas divina, mas tem duas faces: é humana e divina ao mesmo tempo. Os homens cultos, em geral, e particularmente os homens de ciência, fogem da fé religiosa, mas não podem escapar às garras lógicas da fé científica. Sir Oliver Lodge nos oferece um exemplo decisivo da conjugação desses dois aspectos da Fé, que assim, com inicial maiúscula, é uma só, como um rosto se compõe de duas faces.
O personagem em pauta não foi somente um cientista de talento e pai amoroso, foi sobretudo um homem de visão plena e apurado senso crítico, ao desviar sua atenção para pesquisas espirituais, desempenhando o difícil papel de vanguardeiro de um tempo em que Ciência e Religião caminharão juntas pela mesma estrada da vida.

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