quinta-feira, 15 de agosto de 2024

LUZ E TREVAS[1]

 


Miramez

 

Precisam da Luz para ver?

Veem por si mesmos, sem precisarem de Luz exterior. Para os Espíritos, não há trevas, salvo as em que podem achar-se por expiação.

Questão 246 / O Livro dos Espíritos

 

Os Espíritos puros, ou mais ou menos puros, não têm necessidade da Luz para ver as coisas; eles usam a Luz para operações grandiosas na casa do Pai, como co-construtores onde forem chamados a servir. As próprias trevas são Luz que ainda não acendeu.

Para as almas que se encontram envolvidas nas trevas, quando despertarem em seus corações o entendimento da verdade, tudo tornar-se-á claridade em seus caminhos. As trevas são escolas onde a Luz pode se mostrar para os Espíritos rebeldes, tal qual acontece na Terra em que existem os presídios para os infratores da lei, como sendo trevas para eles, com a finalidade de torná-los homens de bem. Essa transformação pode até demorar, mas todos chegarão a ela.

A experiência nos mostra que não existe outro caminho para a educação dos Espíritos rebeldes, a não ser a dor; que acorda a alma para a realidade. Jesus foi a misericórdia de Deus para todos nós, ainda ligados por fios profundos nas trevas. A Sua vida, toda ela cheia de exemplos que devemos copiar, são estímulos santos, a nos ajudarem a esquecer as trevas, ganhando a Luz da libertação.

Todos devemos sempre fazer revisão dos nossos atos, e onde for preciso modificar, operemos com amor, condicionando o bem em todos os departamentos da nossa vida. A Doutrina Espírita é Jesus de novo, renovando Sua fala e ampliando Sua proteção, para que acordemos para a vida, passando das trevas para a Luz imortal.

O Mestre dos mestres não se esquece da humanidade; Ele caminha lado a lado com todos os seres humanos, dando as mãos às criaturas; basta sentirmos a Sua presença e aproveitarmos Seu convite de mudanças, na intimidade do nosso mundo interno. Depois que aceitarmos o Senhor, conhecendo a Sua doutrina de Luz, não devemos desvirtuar Suas qualidades salvadoras com os entulhos dos nossos sentimentos inferiores. Se João, o Evangelista, disse que Deus é amor, o nosso maior dever é, pois, amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, como Jesus nos ensinou nos pergaminhos de Luz.

É bom que nos lembremos de que para os Espíritos puros não existem trevas; tudo é Luz, porque eles têm olhos para ver. Esse estado d'alma não foi doado a eles somente; todos temos esses poderes dentro de nós, bastando despertá-los pelos processos que o Cristo nos ensinou: amor e caridade. Fora dessas duas forças não há salvação. A Luz para vermos se encontra no céu de nós mesmos. Acendamos essa Luz.

Agradeçamos a Deus pela presença do Espiritismo com Jesus na Terra. Ele lembra tudo que o Mestre disse, clareando pontos que naquela época não poderiam ser explicados de modo exuberante, onde sentimos a esperança com todas as suas possibilidades de nos tornarmos livres, conhecendo a verdade. A pergunta focalizada neste capítulo nos mostra a inteligência do codificador, no sentido de deixar para a humanidade todos os pontos claros no conhecimento da verdade:

Precisam, os Espíritos, de Luz para ver?

O benfeitor espiritual responde com a segurança peculiar à sua grandeza:

 Veem por si mesmos, sem precisarem de Luz exterior. Para os Espíritos, não há trevas, salvo as em que podem achar-se por expiação.

A cada resposta da espiritualidade superior, por intermédio da codificação da Doutrina dos Espíritos, a Luz se faz em nossos caminhos, para que possamos sentir Jesus e viver o Evangelho.



[1] Filosofia Espírita – Volume 5 – João Nunes Maia

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