Aylton Paiva
O Espiritismo não cria a renovação social, a madureza
da humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade. Pelo seu poder
moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitude de sua vista,
pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo é mais apto, do que
qualquer outra Doutrina, a secundar o movimento de regeneração, por isso é ele
contemporâneo desse movimento. Surgiu na hora em que podia ser de utilidade,
visto que também para ele os tempos são chegados.
A Gênese,
de Allan Kardec, capítulo XVII, item 25.
Ao longo dos séculos e milênios
a sociedade vem-se aprimorando, conforme a evolução dos cidadãos e cidadãs que
a compõem. Na atualidade, a forma mais evoluída de organização é a democracia.
A democracia se estrutura e organiza com base na política partidária. Daí a
importância de termos conhecimento sobre o termo política, que tem vários
significados.
Precisamos distinguir as
diversas acepções do termo política:
Política: A Ciência e a arte da administração
pública para o Bem comum.
Política Partidária: No regime democrático
republicano, a organização de grupos que refletem as ideologias do liberalismo
e do socialismo, em suas várias nuances, que, legalmente, inscrevem seus
candidatos à votação popular para os cargos nos Poderes Legislativo e
Executivo, em seus níveis: municipal, estadual e federal. Os eleitos, por
maioria de votos para os cargos no poder executivo de: vereadores, deputados
estaduais, distrital, federal e senador; nos cargos do poder legislativo:
prefeito, governador de estado, governador do distrito federal e presidente da
república.
Política Partidária Legislativa ou Executiva:
quando o político partidário é eleito para o cargo e passa a exercer as funções
legislativas ou executivas atribuídas ao referido cargo.
“Politicalha”: é quando a organização partidária
(partido político) ou o político partidário, no exercício do cargo, têm
condutas antiéticas ou mesmo criminosas em seus atos no âmbito de suas ações
nos exercícios dos seus cargos nos poderes legislativo ou executivo. Essa
qualificação está muito longe da Política e mesmo da Política Partidária, no
seu sentido legal.
A Política no Centro e Movimento Espírita: a
Política que pode ser tratada nos centros espíritas e no Movimento Espírita é a
Política, no primeiro sentido. Essa deve ser estudada porque ela consta na 3ª
Parte de O Livro do Espíritos, de Allan Kardec, especialmente nos
capítulos Da lei de sociedade, Da lei do progresso, Da lei da igualdade, Da lei
de liberdade e Da lei de justiça, de amor e de caridade.
Elas trazem informações sobre a organização da sociedade
de forma justa, solidária e fraterna, conforme a Ética da Filosofia Espírita.
A segunda, Política
Partidária, pode, didaticamente, ser explicada em reuniões de estudos do
centro espírita, sem qualquer viés político-partidário, por pessoas que tenham
o necessário conhecimento sobre o assunto.
Efetivamente, os temas: Política
Partidária, Política Partidária Legislativo ou Executiva podem ser
tratadas, sem conotação com ideologias de partidos: da direita à esquerda, ou
mesmo de candidato a cargos que seja espírita. As pessoas precisam ser
esclarecidas como elas participam (na maioria, inconsciente) e devem participar
da sociedade no exercício da sua cidadania, destacando-se a responsabilidade de
ser eleitor.
A propaganda política partidária
não pode, nem deve, ser tratada no âmbito do centro e do Movimento Espírita.
Tanto quanto candidato a cargo político partidário usar a tribuna do centro
espírita para fazer sua propaganda ou do seu partido, isso ele deve fazer fora
do centro espírita.
Esses temas são tratados por mim
no livro: Espiritismo e Política: contribuições para a evolução do ser e da
sociedade, Editora FEB. É um livro de estudo da aplicação de As Leis
Morais (L.E.) no ser e na sociedade.
Há um capítulo específico em que
é tratada a Participação política do espírita: como ele NÃO deve participar e
como ele DEVE participar.
[1] O CONSOLADOR - Ano 18 - N° 884 - 11 de Agosto de 2024
- https://www.oconsolador.com.br/ano18/884/ca3.html
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