quinta-feira, 20 de junho de 2024

A CONSTITUIÇÃO FÍSICA[1]

 

 Milk Way over Deadvlei in Namibia


Miramez

 

A constituição física dos diferentes globos é a mesma?

− Não; eles absolutamente não se assemelham.

Questão 56 / O Livro dos Espíritos

 

A constituição física dos mundos que circulam no universo apresenta algumas diferenças, principalmente naqueles que não são da mesma idade sideral.

A matéria primitiva é a mesma em todos os mundos; a maturidade é que modifica a sua composição. Podemos observar pelos olhos da própria ciência oficial da Terra, pelo trabalho que realiza nas suas pesquisas sobre os planetas vizinhos, que são encontrados neles, segundo seus aparelhos de observação, elementos que existem na Terra e, certamente, outros que escapam às sensibilidades dos instrumentos dos homens. Entretanto, os próprios cientistas revelam as diferenças na atmosfera, umas mais pesadas, outras rarefeitas, as diferenças na gravidade e a liberdade que têm os raios cósmicos, por não encontrarem a camada protetora de ozônio, de que a Terra foi merecedora, a falta de mares e, consequentemente, de vegetação, não sendo constatada a presença dos animais.

Há muitos mundos que já foram habitados e vivem em outra função que não é a de moradia para espíritos reencarnados, entretanto, no fundo são todos iguais, por terem nascido da mesma fonte universal, por terem saído das mãos benfeitoras de Deus.

As revelações para os homens deverão ser gradativas. Somente o tempo pode nos dizer quando devem ser descortinadas determinadas verdades. A verdade fora do momento é bem pior que a mentira, cabendo aos instrutores da humanidade regular as mensagens e estabelecer os momentos das revelações. No momento, saber ou não, se os mundos são constituídos dos mesmos elementos, pouco importa. A urgência da atualidade é outra bem diferente: é estudar o amor, analisá-lo e vivê-lo, ou procurar viver essa virtude por excelência.

O de que mais precisamos é, pois, do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo no coração, e que ele seja pregado em toda parte, de todas as formas que já existem no mundo. É pura pretensão julgar que estamos com a verdade e as outras religiões e filosofias de posse somente da ilusão. Todos temos trabalhos a realizar diante de Deus e de nossa consciência. Todos somos irmãos, filhos do mesmo Pai. Condenar quem está fazendo o bem é querer impedir a sua propagação.

A perfeição ainda escapa aos nossos sentidos, mas devemos buscá-la com todo ânimo, com toda a boa vontade. O Livro dos Espíritos é um manancial onde poderemos buscar assuntos e conversar sobre as belezas da criação e das suas leis naturais; todavia, há muitos livros que devem ser respeitados pelas doutrinas que revelam e pelos conceitos que expõem, que devem merecer o nosso respeito e a nossa atenção. Há certas palavras que, por vezes, foram alteradas nas obras básicas, por haver dificuldade da interpretação das mesmas. Quantos dicionários da mesma língua não diferem no sentido das palavras?

A constituição física dos mundos tem algumas diferenças, porém, tem muito mais igualdade do que diferença em tudo que se refere, desde a forma até os elementos. Certas mudanças ocorrem por força da maturidade da própria matéria, pois esta é uma lei em todos os globos do universo. Não estamos com isso deturpando respostas dos Espíritos, que foram dirigidas a Allan Kardec e sim, querendo colocar mais luz no assunto, para que o leitor se inteire da verdade. A nossa conversa é para valorizar as leis que existem em toda parte, e não as destruir; é para procurar ajudar no esclarecimento do que foi dito, e não contradizer.



[1] Filosofia Espírita – Volume 2 – João Nunes Maia

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