Miramez
A duração dos sofrimentos do Espírito pode ser eterna?
− Sem dúvida, se ele fosse eternamente mau, ou seja, se
jamais tivesse de se arrepender nem de se melhorar. Então sofreria eternamente.
Mas Deus não criou seres eternamente voltados ao mal. Criou-os apenas simples e
ignorantes, e todos devem progredir num tempo mais ou menos longo, de acordo
com a própria vontade. Esta pode ser mais ou menos retardada, assim como há
crianças mais ou menos precoces, mas cedo ou tarde ela se manifesta por uma
irresistível necessidade que o Espírito sente de sair da sua inferioridade e
ser feliz. A lei que rege a duração das penas é portanto eminentemente sábia e
benevolente, pois subordina essa duração aos esforços do Espírito, jamais lhe
tirando o livre arbítrio: se dele fez mau uso, sofrerá as consequências disso. (SÃO
LUÍS)
Questão 1006 / O Livro dos Espíritos
Não existe pena eterna para o
Espírito. Certas religiões costumam amedrontar seus fiéis com penas eternas,
porém, isto não existe, porquanto Deus é onisciente. Quando Ele nos criou, já
sabia dos nossos destinos. Quando surgimos, foi na condição de simples e
ignorantes, mas, com o passar do tempo, fomos despertando para a luz dos
conhecimentos com certa liberdade de escolha. Se escolhemos mal as
oportunidades, sofremos as consequências do mal que fizemos.
Podemos até dizer que o
sofrimento é eterno, no entanto, a mesma alma não fica nele eternamente. Cada
um sente o que precisa para o seu devido despertamento espiritual. O Espírito
não tem condições de ser eternamente mau, por isso que não pode sofrer eternamente.
Seria um absurdo a alma ficar em
zonas inferiores para sempre. Então as mãos que nos criaram, nos fizeram
desiguais, algumas com predisposição para o mal e outras para o bem? O bem
somente surge no coração das criaturas pela presença da maturidade espiritual,
diante de múltiplas reencarnações, forja essa que leva o Espírito a saber
discernir o bem do mal, a compreender a bondade de Deus e a respeitar as Suas
leis.
Não acreditamos que certos
indivíduos sejam materialistas; eles não o são porque as leis naturais da vida
estão gravadas em todos, por determinação do Criador, e elas vibram nos
corações como luz de Deus para lembrança da verdade.
Ao leitor, convidamos a meditar
na natureza, nos fenômenos que a vida apresenta, desde o que envolve a menor
partícula, até os acúmulos de estrelas. Deves olhar demoradamente, do grão de
areia a toda a Terra, onde em tudo circula a vida com o esplendor daquele que
tudo fez, e notarás entendimento em todas as coisas e a Inteligência Divina
movendo tudo. Já meditaste sobre como se formam os teus pensamentos? De onde
eles vieram? No teu organismo de carne, nas próprias células que trabalham
corno motores divinos que recebem o toque de alguém e dão cumprimento às
ordens?
Podes mudar de ideias; ao invés
de sofrimento eterno, deves falar que temos trabalhos eternos. Quanto mais
crescemos em Espírito, mais trabalhamos para a nossa harmonia e a de todas as
criaturas. Harmonia com Jesus é amor com Deus. Isso é muito bom para a paz de
todos nós.
Isto
é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador.
l Timóteo, 2:3
Tudo o que o Evangelho de Jesus
nos apresenta é muito bom diante da consciência, por nos levar à paz interna.
Quantos já experimentaram e estão vivendo felizes; conquistaram a si mesmos,
amando e servindo sem distinção, criando condições elevadas para manter, a
dignidade no coração! Deus nos criou adormecidos diante das leis naturais para
progredir, e o tempo nos vai acordando.
Modificar a lei que nos garante
a vida, não é nossa pretensão. Somente quem pode mudar a lei é o Criador, mesmo
assim Ele não o faz, porque já as fez com toda a perfeição para a eternidade
afora.
Não deves fazer mau uso destas
leis, que as consequências serão terríveis, e a alma, mesmo por ignorância,
passará a sofrê-las a fim de despertar. As faltas nos trazem tristeza, e a
pureza d'alma converte-se em alegrias duradouras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário