Miramez
Que objetivou a Providência, tornando necessária a guerra?
A liberdade e o progresso.
Desde que a guerra deve ter por efeito produzir o advento
da liberdade, como pode frequentemente ter por objetivo e resultado a
escravização?
Escravização temporária, para esmagar os povos, a fim
de fazê-los progredir mais depressa.
Questão 744 / O Livro dos Espíritos
Desde quando não pode o homem
evitar as guerras, elas são transformadas em instrumentos de liberdade e
progresso, porque a lei nos fala muito claramente que nada se perde, tudo se
transforma no melhor.
Os homens deixam passar despercebidos
os caminhos do amor, de maneira que passam a surgir os roteiros da dor que,
pelo sofrimento, os faz entender a mensagem de regeneração espiritual. Como
podemos notar, o flagelo da escravidão é um dos movimentos que liberta a alma,
fazendo-a esquecer o orgulho e o egoísmo. Rolam existências e mais existências
como servidores comuns de senhores perversos, para que nasça no coração a
humildade e a obediência.
Quando os seres humanos não
obedecem às advertências espirituais para a educação pelo amor, a disciplina
vem por processos rudes. As guerras, nesses casos, são instrumentos violentos
para acordar as almas endurecidas. O Espírito não deve dormir no que se refere
à reforma interna, para não cair nas armadilhas das trevas.
Vamos anotar o que disse Lucas,
no capítulo; vinte, versículo quarenta e seis:
E disse-lhes: Por que estais dormindo? Levantai-vos e
orai, para que não entrei sem tentação.
Devemos orar sempre, e não
dormirmos no esquecimento, porque as tentações estão soltas, procurando sintonia
espiritual para se apoderarem das almas, mas Jesus veio nos ensinar como nos
defendermos de todas as investidas das trevas e nos capacitarmos para os
caminhos da luz.
Com determinadas leis,
desapareceu a escravidão, no entanto, ela continua a existir pelos pensamentos
e provações. Somente a lei do amor é capaz de libertar as criaturas. Continua
no mundo a escravidão de todos os povos da Terra. Quando não são escravos dos
próprios homens, o são dos bens materiais, do ouro, que os torna dependentes da
realidade.
Já dissemos, mas tornamos a
dizer, que as guerras sagradas são aquelas que travamos no nosso interior; elas
são motivo de libertação espiritual das criaturas, porque não dependemos de
destruir o nosso próximo para sermos vitoriosos. Somente alcançamos a vitória
quando vencemos a nós mesmos.
Quem ainda faz guerras
exteriormente, permanece sob o jugo da ignorância. As nações que se encontram
esfaceladas em guerras exteriores, não se lembram de Deus, nem reconhecem Jesus
como Guia da humanidade. Muitas delas se entregam ao culto exterior das formas
ilusórias e, por vezes, são capazes de dar a vida física em troca de simples
forma material, como sendo heróis das ilusões passageiras. O que se deve matar
é o orgulho e o egoísmo, monstros que dominam os corações dos povos e arruínam
os sentimentos de todas as gerações.
Entreguemo-nos um pouco à
oração, pedindo a Deus para a nossa transformação espiritual. Os tempos estão
chegados; a espiritualidade toca os sinos de alerta para que todos acordem das
ilusões. A Doutrina dos Espíritos é um porta-voz da espiritualidade superior,
convidando os homens para a salvação, pelos seus próprios recursos.
Que Deus nos abençoe a todos,
para conhecermos mais depressa a verdade, porque somente ela tem o poder de
libertar as criaturas.
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