Jorge Hessen
As causas da obsessão variam de
acordo com o caráter do Espírito. Às vezes, uma vingança que este toma de um
indivíduo de quem guarda queixas da sua vida presente ou do tempo de outra existência.
Muitas vezes, também, não há mais do que o desejo de fazer mal. O Espírito,
como sofre, entende de fazer que os outros sofram; encontra uma espécie de gozo
em os atormentar, em os vexar, e a impaciência que por isso a vítima demonstra
mais o exacerba, porque esse é o objetivo que colima, ao passo que a paciência
o leva a cansar-se.
Com o irritar-se e mostrar-se
despeitado, o perseguido faz exatamente o que quer o seu perseguidor. Esses
Espíritos agem, não raro por ódio e inveja do bem; daí o lançarem suas vistas
malfazejas sobre as pessoas mais honestas.
Muitos obsessores são guiados por um sentimento de covardia, que os
induz a se aproveitarem da fraqueza moral de certos indivíduos, que eles sabem
incapazes de lhes resistirem.
Nossas angústias podem ter
origens na deslealdade aos ajustes cristãos da prática do bem, em decorrência a
infelicidade se instala em nosso ser, resultando numa obsessão pelas brechas da
invigilância acarretando as excitações espirituais negativas.
A propósito dessa obsessão,
etimologicamente o termo tem a sua origem no vocábulo obsessione,
palavra latina que significa impertinência, perseguição, vexação. Para muitos estudiosos espíritas a obsessão é
interpretada como um verdadeiro flagelo mundial
Muitas vezes, dentro do mesmo
lar, da mesma família ou da mesma instituição, adversários ferrenhos do passado
se reencontram. Chamados pela Esfera Superior ao reajuste, raramente conseguem
superar a aversão de que se veem possuídos, uns à frente dos outros, e
alimentam com paixão, no imo de si mesmos, os raios tóxicos da antipatia que,
concentrados, se transformam em venenos magnéticos, suscetíveis de provocar a
enfermidade e a morte.
Importa lembrar nessa
circunstância que há quadros de obsessões explodindo por todos os lados em todos
os níveis, quais sejam de desencarnados para encarnados e vice-versa; de
encarnados para encarnados, bem como dos desencarnados para desencarnados
O pensamento exterioriza-se e
projeta-se, formando imagens e sugestões que arremessa sobre os objetivos que
se propõe atingir. Quando benigno e
edificante, ajusta-se às Leis que nos regem, criando harmonia e felicidade,
todavia, quando desequilibrado e deprimente, estabelece aflição e ruína.
A química mental vive na base de todas as
transformações, porque realmente evoluímos em profunda comunhão telepática com
todos aqueles encarnados ou desencarnados que se afinam conosco. Nosso mundo mental é como um céu, mas, do
firmamento descem raios de sol e chuvas benéficas para a vida planetária, assim
como no instante do atrito de elementos atmosféricos, desse mesmo céu procedem
faíscas destruidoras.
Da mesma forma funciona a mente
humana. Dela se originam as forças equilibrantes e restauradoras para os
trilhões de células do organismo físico; mas, quando perturbada, emite raios
magnéticos de alto teor destrutivo para nossa estrutura psíquica.
A obsessão é impotente diante de
espíritos redimidos! Ou seja, aquele que reconhece as suas limitações e, como
enunciado pelo apostolo Paulo, sente a alegria de saber-se "matriculado na
escola do bem". Em síntese,
identificamos sempre na obsessão (espiritual) o resultado da invigilância e dos
desvios morais. Para garantir-nos contra
a sua influência urge fortalecer a fé pela renovação mental e pela prática do
bem nos moldes dos códigos evangélicos propostos por Jesus Cristo, 'não
esquecendo dos divinos conselhos do vigiai e orai”.
[1] O CONSOLADOR - Ano 17 - N° 827 - 11 de Junho de 2023 -
http://www.oconsolador.com.br/ano17/827/ca3.html
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