segunda-feira, 19 de junho de 2023

JOHANNES BRAHMS[1]

  

 

No dia 7 de maio de 1833, em Hamburgo, nasceu Johannes Brahms, amante do estudo, e que mostrava-se sempre acessível a tudo que fosse nobre e belo e participava tanto das tristezas como das alegrias alheias. A característica fundamental da sua música é a de uma resignação elegíaca[1].

Devemos ressaltar que Brahms compreendeu que a música, não obstante as ornamentações exteriores, é, em sua mais alta expressão, uma questão do Espírito! Estamos de pleno acordo, porque o corpo físico é simples aparelho executor das ordens e das vibrações do Espírito, e muito especialmente em se tratando de música, porque música é linguagem quintessenciada.

Brahms foi um sentimental, profundamente sensível às doces harmonias, embora seu físico não correspondesse à delicadeza de seu Espírito.

A música e o seu temperamento, na opinião de um de seus biógrafos, ocultam uma alma terna dentro de um corpo de granito. E contam mesmo que, no meio do ensaio de uma de suas peças, saltou ele da cadeira e cruzou a sala com as mãos apertadas, gritando: Parem com essa música terrível. Tinha as costas voltadas para os músicos e as lágrimas lhe corriam pelo rosto. Avassalara-o a comoção e essa era o meio de que se valia para disfarçá-la.

Na opinião de Schumann, o então jovem Brahms apresenta todos os indícios que autorizam a proclamá-lo um predestinado; e mais adiante sentenciou:

quando esse moço se resolver a lidar com o coro e a orquestra, quando essas potentes massas lhe emprestarem a sua força, então ele há de proporcionar-nos visões ainda mais deslumbrantes dos mistérios do mundo dos Espíritos.

A mediunidade de Brahms propiciou-lhe ofertar-nos músicas de tal sentimentalidade que nosso espírito, ao ouvi-las, parece desprender-se do corpo somático, nessa ânsia insopitável de alcandorar-se a etéreas regiões de luz, sabedoria e amor!

Quando contava cerca 64 anos de idade, seu corpo enfermo, atacado de câncer no fígado, começou a ceder lentamente. No dia 2 de abril de 1897 perdeu os sentidos e, na manhã seguinte, às oito horas e meia, fecharam-se os seus lindos olhos azuis.

Sua última palavra, quando o médico o fazia beber um estimulante, foi: “Obrigado”.



[1] Que encerra tristeza profunda.

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