João Fusco, mais conhecido por
Jofus, nasceu na cidade de Araraquara, Estado de São Paulo, no dia 1º de junho
de 1895. Filho de pais humildes e católicos, viveu a maior parte de sua
infância e mocidade na cidade de Araraquara, casando-se no ano de 1910, com d.
Regina Pavezi Fusco. Fez ainda nessa mesma cidade os cursos primário e de
Contabilidade e, mais tarde, em S. Paulo, estudou Ciências Econômicas. Era
profundo conhecedor de Direito e História. Possuía marcante inteligência e uma
personalidade moral que causava assombro a todos que com ele conviviam.
João Fusco tornou-se espírita na
cidade de Rio Preto, no longínquo ano de 1929, após ler alguns livros sobre
Espiritismo. O que contribuiu decididamente para a sua conversão foi a cura,
por seu intermédio, de uma senhora doente, após ter ela sido desenganada por
médicos, padres, pastores e curandeiros.
A partir dessa época tornou-se
profundo estudioso das obras da Codificação Kardequiana. O Centro Espírita
"Allan Kardec", da cidade de S. José do Rio Preto, foi o marco
inicial de uma nova era na vida de João Fusco, pois os dirigentes daquela
instituição, vendo nele um homem culto, estudioso, enérgico e moralista,
resolveram entregar-lhe a direção do Centro.
Jofus reorganizou vários Centros
Espíritas do Estado de S. Paulo e do Triângulo Mineiro, instituindo a
escrituração, elaboração de estatutos, quadro associativo, bibliotecas, venda e
distribuição de livros, jornais e revistas espíritas. Instalou cursos de
Evangelização da Infância, de estudos de O Livro dos Espíritos, de
alfabetização de adultos e crianças, de oratória e de desenvolvimento
mediúnico, tornando-se mesmo um pioneiro na implantação das escolas espíritas.
Encetou numerosas viagens pelos
Estados de S. Paulo e Minas Gerais, proferindo palestras, distribuindo livros e
folhetos de sua autoria, numa lídima campanha contra os conspurcadores da
Doutrina Espírita. Em 1931 travou conhecimento pessoal com Cairbar
Schutel, passando a manter estreito contato com o apóstolo de Matão, em
tudo aquilo que dizia respeito à difusão do Espiritismo, formando-se mesmo o
eixo Matão -
S. José do Rio Preto, na obra de esclarecimento e de combate aos pseudos
cristãos.
Entre os escritos de João Fusco
podemos destacar os folhetos "O Anticristo", "Os Violadores da
Lei", "Desfazendo Calúnias do Clero Romano",
"Advertências", "Falsos Profetas", "Contrastes", "Aviso
aos Incautos", "Deus", "Os Centros e suas
Denominações", "Escola Nova", "Os Mortos Vivos", e
outros.
Em 1933 transferiu sua
residência para S. Paulo e, nessa cidade, prosseguiu sua tarefa persistente em
favor da disseminação do Espiritismo. Recebia diariamente volumosa
correspondência vinda de pessoas que demandavam o consolo espiritual, conselhos
e orientação para a cura do corpo e da alma.
Jofus possuía várias faculdades
mediúnicas, dentre as quais a vidência, audição, curas e transporte. Há uma
enorme bagagem de feitos benéficos efetuados por intermédio desse saudoso
companheiro, durante a sua permanência entre nós, notadamente no período de
1929 a 1945.
Espírito varonil, comunicativo,
afável para com todos, a sua palavra consolava sobremaneira. Todos sentiam-se
bem em sua presença. Situava a Doutrina dos Espíritos acima de tudo e era
intransigente no cumprimento dos seus deveres cristãos.
Em 30 de janeiro de 1939 fundou
no bairro do Itaim, na Capital do Estado de S. Paulo, o primeiro Centro
Espírita a prestar homenagem ao apóstolo de Matão, dando-lhe o nome de Centro
Espírita Caírbar Schutel. Foi ainda fundador de outras sociedades espíritas,
dentre elas o Centro Espírita Ismael, em Vila Guarani, na mesma cidade, fato
ocorrido no dia 30 de junho de 1940.
O efeito de sua obra ainda hoje
se faz sentir e sua amplitude não pode ser descrita numa pequena súmula
biográfica.
Desencarnou em S. Paulo, com 50
anos de idade a 6 de julho de 1945.
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