Ricardo Baesso de Oliveira
Alguns vícios não foram
conhecidos por nossos avós; surgiram recentemente. O vício na internet, o vício
no trabalho, no celular e o vício de comprar.
O vício de comprar é também
chamado shopping dependência. Compra-se por tédio, por depressão, ou
simplesmente porque estamos com o dinheiro nas mãos. Vamos ao supermercado
comprar um quilo de batatas e voltamos com um conjunto de facas e uma TV,
quando nem temos um local para colocá-la. E o pior é quando começamos a fazer
só mau negócio, porque o vício tira a capacidade de raciocinar. Compramos fiado
um lote, sem entender o porquê. Como não temos como pagar, nós o vendemos pela
metade do preço e adquirimos uma motocicleta sem termos carteira. E como não
temos carteira, trocamos por um carro enguiçado. E vamos nos endividando cada
vez mais.
De todos esses vícios, um talvez
seja o mais grave: a dependência afetiva. Quantos de nós somos viciados
em outras pessoas!
Vício grave, que faz com que
certos dependentes abandonem filhos pequenos, matem ou morram em decorrência do
vício.
Relato um caso impressionante,
envolvendo uma família vinculada a nós pelo movimento espírita. Uma tarefeira
do centro, com uma ficha de trabalhos mediúnicos de mais de quarenta anos, veio
a falecer. Alguns dias depois, sua filha mais velha passou a apresentar um
quadro muito estranho: tristeza profunda, desinteresse pela vida, angústia,
afastamento dos amigos. Muito estranho mesmo, porque ela era uma moça muito
alegre, sem nenhum problema na área da depressão.
Um psiquiatra e um psicólogo
passaram a acompanhá-la, com medicamentos e psicoterapia, sem que nenhum
resultado fosse obtido. Já não saía de casa, não conversava com ninguém, sequer
o banho conseguia tomar.
Alguém, então, disse ao
marido: Leve-a ao centro espírita.
Sua mãe era tão dedicada à doutrina! Talvez consigam ajudá-la. Eles foram. A
equipe do centro atendeu-os, com muito carinho.
Ela recebeu o passe, uma garrafa
de água fluidificada e sugestão de leituras edificantes. Ao término do
atendimento, os tarefeiros continuaram em prece, vibrando por ela, quando se
comunica, por um dos médiuns, a mãezinha desencarnada, antiga trabalhadora
daquela casa. Em estado de grande agitação, ela diz, aos prantos: Não me
afastem da minha filha! Eu preciso tanto dela! Não consigo viver sem a sua
presença. Pelo amor de Deus, me deixem continuar junto dela.
Todos ficaram perplexos. Era uma
antiga trabalhadora do centro, que conhecia profundamente a Doutrina espírita,
e, desencarnada, estava prejudicando gravemente a filha querida. Ao ser
informada do que estava acontecendo, o Espírito voltou-se e disse: Eu sei
que já morri! Sei de tudo o que está acontecendo, mas não tenho forças para
deixá-la!
Os protetores espirituais da
casa adormeceram a entidade perturbada e levaram-na para um posto espiritual de
socorro, para se iniciar em um tratamento específico de libertação espiritual.
[1] O CONSOLADOR - Ano 17 - N° 823 - 14 de Maio de 2023
- http://www.oconsolador.com.br/ano17/823/ca5.html
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