Max Nonnenbruch - "Oração"
Miramez
Pode-se, com utilidade, orar por outrem?
O Espírito de quem ora atua pela sua vontade de
praticar o bem. Atrai a si, mediante a prece, os bons Espíritos e estes se
associam ao bem que deseje fazer.
O pensamento e a vontade
representam em nós um poder de ação que alcança muito além dos limites da nossa
esfera corporal. A prece que façamos por outrem é um ato dessa vontade. Se for
ardente e sincera, pode chamar, em auxílio daquele por quem oramos, os bons
Espíritos, que lhe virão sugerir bons pensamentos e dar a força de que
necessitem seu corpo e sua alma. Mas, ainda aqui, a prece do coração é tudo, a
dos lábios nada vale. (Allan Kardec)
Questão 662 / O Livro dos Espíritos
O que já escrevemos atrás não tira
o estímulo de quem queira orar pelos que sofrem. Orar é um ato de amor, mas, se
queres beneficiar realmente o irmão que padece, procura orar com amor, com a
prece ardente, de modo que o pensamento sirva de canal para que as bênçãos de
Deus possam aliviar o enfermo ou atribulado. No entanto, o sofredor deve estar
consciente das suas provas e alimentar a fé, de modo que essa fé corresponda ao
que disse Jesus aos inúmeros enfermos que ele curou: A tua fé te curou.
Não só podes, mas deves orar
pelos que sofrem, se possível todos os dias, não somente porque podes curar ou
aliviar aos que padecem, mas, e principalmente, porque é um exercício de amor,
que praticas em teu próprio benefício. Mesmo que o enfermo não tenha fé e não
saiba que alguém está pedindo a Deus por ele, será bafejado pela luz da oração
sincera, e sentirá um conforto que ele próprio não saberá de onde veio. Isto é
Deus operando com o Seu amor para ajudar aos Seus filhos em todas as dimensões
da vida em que estagiam.
Nós temos grande empenho em que
todos os enfermos conheçam Jesus, enfim, que toda a humanidade o conheça,
porque o Mestre é o Governador da Terra; nada se faz nela sem que Ele não saiba
e decida.
Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do
que foi feito se fez.
João, 1:3
Se tudo que usamos, em todas as
faixas em que vivemos, tem Seu traço de amor, o nosso dever é ser grato a essa
Luz, que antes que o mundo fosse, já era.
Orar pelos que sofrem é nosso
dever. A luz da oração, chegando aos corações sofredores, pode fazer muito,
podendo lembrar ao enfermo que ele deve acordar para as coisas espirituais. É
certo que, depois de Deus, somente ele pode fazer alguma coisa por si mesmo; no
entanto, uma ajudazinha todos podem dar. Quando alguém dorme, mesmo que seja um
sono profundo, pode-se acordá-lo, chamando-o mas, a decisão de permanecer
acordado é dele. Depois de Deus, pela força da caridade, somente nós mesmos
poderemos nos salvar. As decisões se movem pelo livre arbítrio, para que a conquista
seja de quem trabalhou para a sua própria paz.
Quem deseja orar pelos que
sofrem, que aprenda a orar com sinceridade, sem interesse que o leve à
perturbação. Esse ato deve ser com amor. Somente quem ganha na purificação dos
sentimentos é quem trabalhou para a sua evolução espiritual. Nada se perde;
portanto, faze alguma coisa por ti mesmo, mudando a corrente dos teus
pensamentos, palavras e atos.
A posição de orar, que muitos
perguntam, és tu quem escolhes; o que é observado é o que passa pelo teu coração,
ante o ponto que escolheste para ser beneficiado. Não é a posição que faz a
prece mais ou menos elevada; os sentimentos é que são levados em conta. Quanto
mais livre das coisas materiais, mais liberta fica a corrente mental, e busca
mais assistência na sintonia dos benfeitores da eternidade. Os Espíritos
superiores sempre atendem aos chamados honestos. Quando apenas os lábios falam,
sem nada do coração, esses sons se perdem, ou o vento os leva, por não terem a
direção do amor.
Todos os reinos se encontram na
posição de orar; falta aos homens aprenderem a agradecer a Deus pelo que Ele
fez e nos dá constantemente por Amor.
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