Waldenir A. Cuin
− Tem o homem o direito de repousar na velhice?
Sim, que a nada é obrigado, senão de acordo com as suas
forças.
− Então, que há de fazer o velho que precisa trabalhar
para viver e não pode?
O forte deve trabalhar para o fraco. Não tendo este
família, a sociedade deve fazer as vezes desta. É a lei de caridade.
Questão 685/O Livro dos Espíritos
É inegável que pela maneira como
tratamos os idosos que se relacionam conosco, estamos ensinando os mais jovens
como devem nos tratar quando da nossa velhice.
Daí, então, a necessária
reflexão sobre as nossas atitudes e comportamentos com relação às pessoas mais
velhas. Primeiro por uma questão de sensibilidade e humanidade e segundo pelo
nosso próprio bem, pois se existe uma certeza, se não desencarnarmos antes, é
de que um dia também seremos idosos.
O mundo que hoje nos acolhe, com
todos os recursos desenvolvidos e conforto oferecido, foi construído pelo
trabalho hercúleo daqueles que nos antecederam.
Por certo a junção do idoso com
o jovem sempre trará significativos e bons resultados à sociedade, pois que o
velho tem experiências e o moço tem a força.
Não podemos ignorar que com o
passar da idade a criatura vai conhecendo mais limites físicos e em várias
oportunidades também limites mentais, daí a importância da compreensão,
tolerância e principalmente muita paciência dos mais jovens.
Ao idoso cabe o direito de,
conforme sua condição e limite, exercer atividades condizentes com o momento em
que vive. A ocupação o fará útil, destruindo a ideia da invalidez, enquanto
isso também possibilita uma vida mais saudável e dinâmica, mantendo a estima em
alta.
A diferença de idade e de
gerações coloca jovens e idosos em patamares diferentes de realidade. Diante
disso os mais velhos precisam se esforçar para compreender as mudanças que
acontecem e os jovens têm a necessidade de conviver com o passado dos idosos,
ouvindo-os narrar suas histórias de vida, assunto tão ao gosto nessa faixa de
idade.
Ainda, no contexto social em que
vivemos, com frequência deparamos com idosos experimentando grande
vulnerabilidade familiar e social, quando não possuem o mínimo necessário para
viver, sendo que muitos, por várias circunstâncias, não possuem famílias.
A esses precisamos exercitar a
caridade, socorrendo-os, dentro do possível, naquilo de que precisam. Sendo a
velhice um período da vida com grandes limitações e muitas vezes com
enfermidades pertinazes, muito mais difícil se torna a vida de um idoso que
precisa da caridade alheia.
Vejamos, então, de nossa parte,
o que podemos fazer para melhorar sempre a vida dos idosos, mantendo harmonia,
consideração e respeito para com eles, assim, além da nossa gratidão por tudo
que eles nos fizeram, também estaremos dizendo àqueles que nos observam como
desejamos ser tratados quando a velhice nos envolver.
Os idosos de hoje foram os
jovens de ontem e os jovens de hoje serão os idosos de amanhã.
Pensemos nisso.
[1] O CONSOLADOR - Ano 16 - N° 808 - 29 de Janeiro de 2023
- http://www.oconsolador.com.br/ano16/808/ca8.html
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