Miramez
A adoração necessita de manifestações exteriores?
− A verdadeira adoração é a do coração. Em todas as
vossas ações, pensai sempre que o Senhor vos observa.
A adoração exterior é útil?
− Sim, se não for um fingimento. É sempre útil dar um
bom exemplo; mas os que o fazem só por afetação e amor próprio, e cuja conduta
desmente a sua aparente piedade, dão um exemplo antes mau do que bom, e fazem
maior mal do que supõem.
Questão 653/O Livro dos Espíritos
Os povos primitivos não têm
outros meios do que a adoração exterior, e ela serve para eles, devido aos seus
limitados conhecimentos sobre a verdade. Não podemos exigir uma adoração em
Espírito e Verdade de quem não pode dá-la; seria violência com o tipo de vida e
a evolução que ele comporta.
Não deves criticar os adoradores
de Deus que se servem dos meios materiais para fazê-lo. Se já conheces o Pai e
sentes a necessidade de adorá-Lo pela gratidão, na pureza do amor, faze-o, pela
tua altura espiritual já conquistada. Quem mais aprendeu deve ter mais
tolerância para com os ignorantes. Um professor não deve exigir de um aluno nos
primeiros cursos o que os universitários já conhecem. A lei dos afins são as
melhores em todos os campos de vida. O aprendizado é gradativo.
A Doutrina dos Espíritos
apareceu no mundo como sendo a terceira revelação, e como tal mostrar-nos-á as
leis mais claras, nos despertando para uma vida mais pura. Assim acontecendo,
oremos e ajudemos aos que se encontram na retaguarda da filosofia divina, que
nós também precisamos dos que se encontram à nossa frente, encarnados e
desencarnados.
Entrelacemos as mãos, porque
somos todos elos da divina força de Deus em busca da luz.
A adoração verdadeira nasce do
coração, envolvendo todos os sentimentos. Devemos acionar os pensamentos em
gratidão, todos os dias, Àquele que nos criou, não para lembrá-Lo de que
existimos, pois, Ele está presente em tudo, mas, com esse gesto nos
aproximarmos d'Ele, pela força do amor.
O perigo da adoração exterior é
atrair gente que somente pelos lábios mostra, por vaidade, que está adorando a
Deus. Quem já o faz em Espírito e Verdade, tendo oportunidade de esclarecer aos
que desconhecem essa modalidade divina de adorar a Deus, deve fazê-lo sem
afetação, sem vaidade, sem orgulho e com humildade, pois sendo Ele Deus, vê
todos os nossos feitos e reconhece as nossas intenções. A pureza, em tudo que
fazemos, é luz em nossos caminhos, é paz nas nossas vidas, é amor que o nosso
coração irradia em todas as direções.
No momento da adoração sincera,
quando chamamos Jesus de Mestre e Senhor, Ele está sentindo e vendo isso, pelos
Seus atributos divinos. Vejamos o que Ele mesmo disse aos Seus adoradores:
Vós me chamastes o
Mestre e o Senhor, e dizeis bem, porque Eu o Sou. (João, 13:13)
A adoração sincera é divina, mas
ela deve se estender aos pensamentos, às ideias, às palavras e às ações. O
verdadeiro adorador de Deus e Cristo, o é pela vida que leva dentro da pureza,
onde o amor universal seja o instrumento dessa gratidão. Aqueles que louvam o
Senhor somente para mostrar seus gestos, estando longe seus sentimentos,
desconhecem as consequências do que fazem. Falta-lhes maturidade espiritual, e
a paciência de Deus continua esperando que o tempo e as Suas leis naturais
possam levar Seus filhos a compreenderem seus maiores deveres ante a
paternidade universal.
A adoração válida é aquela que
corresponde à evolução da alma, desde quando o amor seja o instrumento e a
sinceridade a marca mais segura do filho ao Pai. Dos espíritas esperamos que
adorem ao Senhor em Espírito e Verdade, de modo que a verdade os liberte.
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