Emmanuel
1 - Como podemos compreender os resultados de nossas
existências anteriores?
− Para compreender os resultados das existências
anteriores, baste que o homem observe as próprias tendências, oportunidades,
lutas e provas.
2 - Como entender, na essência, as dívidas ou vantagens que
trazemos de existências passadas?
− Estudos que efetuamos corretamente, ainda que
terminados há longo tempo, asseguram-nos títulos profissionais respeitáveis.
Faltas praticadas deixam azeda sucata de dores na consciência, pedindo
reparação. Se plantarmos preciosa árvore, desde muito, é natural venhamos a
surpreende-la, carregada de utilidades e frutos para os outros e para nós. Se
nos empenhamos num débito, é justo suportemos a preocupação de pagar.
3 - Qual a lição que as horas nos ensinam?
− Meditemos a simples lição das horas. Comumente, durante
a noite, o homem repousa e dorme; em sobrevindo a manhã, desperta e levanta-se
com os bens ou com os males que haja procurado para si mesmo, no transcurso da
véspera. Assim, a vida e a morte, na lei da reencarnação que rege o destino.
4 - Qual a situação moral da alma no túmulo e no berço?
− No túmulo, a alma, ainda vinculada ao crescimento
evolutivo, entra na posse das alegrias e das dores que amontoou sobre a própria
cabeça; no berço, acorda e retoma o arado da experiência, nos créditos que lhe
cabe desenvolver e nos débitos que está compelida a resgatar.
5 - Em síntese, onde permanece, espiritualmente, a criatura
reencarnada?
− Cada criatura reencarnada permanece nas derivantes de
tudo o que fez consigo e com o próximo.
6 - Qual a explicação lógica das enfermidades congênitas?
− Os grandes delitos operam na alma; estados indefiníveis
de angústia e choque, daí nascendo a explicação lógica das enfermidades
congênitas, às vezes inabordáveis a qualquer tratamento.
7 - O que ocorre aos suicidas nas vidas ulteriores?
− Suicidas que estouraram o crânio ou que se entregaram a
enforcamento, depois de prolongados suplícios, nas regiões purgatórias, frequentemente,
após diversos tentames frustrados de renascimento, readquirem o corpo de carne,
mas, transportam nele as deficiências do corpo espiritual, cuja harmonia
desajustaram. Nessa fase, exibem cérebros retardados ou moléstias nervosas
obscuras.
8 - E os protagonistas de tragédias passionais?
− Protagonistas de tragédias passionais, violentas e
obscuras, criminosos de guerra, aproveitadores de lutas civis, que manejam a
desordem para acobertar interesses escusos; exploradores do sofrimento humano,
caluniadores, empreiteiros do aborto e da devassidão e malfeitores outros, que
a justiça do mundo não conseguiu cadastrar, voltam à reencarnação em
tribulações compatíveis com os débitos que assumiram e, muitas vezes, junto das
próprias vítimas, sob o mesmo teto, marcados por idênticos laços consanguíneos,
tolerando-se mutuamente, até a solução dos enigmas que criaram contra si
mesmos, atento ao reequilíbrio de que se veem necessitados, ou sofrem a pena do
resgate preciso em desastres dolorosos, integrando os quadros inquietantes dos
acidentes em que se desdobra o resgate do Espírito reencarnado, seja nos
transes individuais ou nas provações coletivas.
9 - E aos cúmplices de erros e enganos?
− As grandes dificuldades não caem exclusivamente sob os
suicidas e homicidas comuns. Quantos se fizeram instrumentos diretos ou
indiretos das resoluções infelizes que adotaram são impelidos a recebe-los nos
próprios braços, ofertando-lhes o recinto doméstico por oficina de regeneração.
10 - O que ocorre àqueles que provocaram o suicídio de
alguém?
− Se levianamente provocamos o suicídio de alguém, é
possível que tenhamos esse mesmo alguém, muito em breve, na condição de um
filho-problema ou de um familiar padecente; requisitando-nos auxílio, na medida
das responsabilidades que assumimos na falência a que se arrojou.
11 - Que acontece aos que impelem o próximo à falência
moral?
− Se instilamos viciação e criminalidade em companheiros
do caminho, asfixiando-lhes as melhores esperanças na desencarnação prematura,
é certo que se corporificarão, de novo, na Terra, ao nosso lado, a fim de que
lhes prestamos concurso imprescindível à reeducação, na pauta dos compromissos
a que nos enredamos, ao precipita-los nos enganos terríveis de que buscam
desvencilhar-se, abatidos e desditosos. Nas mesmas circunstâncias carreamos em
nós, enraizadas nas forças profundas da mente, os bens ou os males que
cultivamos.
12 - E o que ocorre aos desencarnados que malbarataram os
tesouros da emoção e da ideia?
− Quando desencarnados, não fugimos à lei de causa e
efeito. Se malbaratamos os tesouros das emoções e dos pensamentos na Terra,
deambulamos nas esferas espirituais por doentes da alma, que a perturbação
ensandece, fadados a reaparecer no plano carnal com as enfermidades consequentes,
a se entranharem nos tecidos orgânicos, que nos compõem a vestimenta física.
13 - E àqueles que se entregam aos desequilíbrios do sexo?
− Nessas condições, o porvir esboça-se, nebuloso,
apontando-nos graves lições de refazimento e resgate. Se abraçamos desequilíbrios de sexo,
agravados com padecimentos alheios por nossa conta, aguentamos inibições
genésicas, muitas vezes, com o cansaço precoce e a distrofia muscular, a
epilepsia ou o câncer de permeio.
14 - E àqueles que perpetram crimes?
− Se perpetramos crimes na pessoa dos nossos semelhantes,
eis-nos à frente de mutilações dolorosas.
15 - E àqueles que se entregam às extravagâncias da mesa?
− Se nos entregamos à extravagância da mesa, arcamos com
ulcerações e gastralgias que persistem tanto tempo quanto se nos perdurem as
alterações do veículo espiritual.
16 - E àqueles que se afeiçoam ao alcoolismo?
− Se nos afeiçoamos ao alcoolismo ou ao abuso de
entorpecentes, somos induzidos à loucura ou à idiotia seja onde for.
17 - E àqueles que se empenham em delitos de maledicência e
calúnia?
− Se nos empenhamos em delitos de maledicência e calúnia,
atravessamos vastos períodos de surdez ou mudez, precedidas ou seguidas por
distonias correlatas.
18 - As consequências de nossos erros se verificam apenas na
forma de doenças comuns?
− Não. Além disso, é preciso contar com as probabilidades
da obsessão, porquanto, cada vez que ofendemos aos que nos partilham a marcha,
atraímos, em prejuízo próprio, as vibrações de revolta ou desespero daqueles
que se categorizam por vítimas de nossas ações impensadas.
19 - Qual deve ser a nossa atitude perante as provas da
vida?
− Diante das provas inquietantes que se demoram conosco,
aprendamos a refletir, para auxiliar, melhorar, amparar e servir aqueles que
nos cercam.
20 - Quais as relações entre o presente, o passado e o
futuro?
− Todos estamos no presente, com o ensejo de construir o
futuro, mas envolvidos nas consequências do passado que nos é próprio. Isso
porque tudo aquilo que a criatura semeie, isso mesmo colherá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário