Jorge Andréa
O que podemos ver nos reinos da
Natureza, a partir dos minerais até o reino hominal, são os ordenados aspectos
morfológicos, que de tal complexidade, não podemos deixar de atribuir tais
manifestações como consequências de leis responsáveis por tais eventos.
No reino mineral são expressivas
as forças da atração e coesão das moléculas, a organizarem os diversos e bem
ordenados sistemas cristalográficos, traduzindo orientação e equilíbrio na
formação desse reino.
No reino vegetal as
manifestações se mostram mais avançadas, onde a fotossíntese representa
expressiva aquisição. Neste reino, a molécula orgânica afirma-se e já
propiciando elementos construtivos da escola evolutiva dos seres.
O reino mineral é o reino que
define as unidades inorgânicas, mesmo dentro de suas combinações, divergindo do
vegetal, onde a matéria orgânica cresce, expandindo-se e combinando-se em
muitos e novos elementos.
Tudo, é como se um princípio
organizador, limitado no reino mineral, alcançasse novas possibilidades e
atributos na organização vegetal, propiciando múltiplas combinações que se vão
expressando na conhecida irritabilidade celular[2].
Ao mesmo tempo, observam-se reações em face às condições do meio, como o
heliotropismo, as variações de acidez e alcalinidade e muitas outras
elaborações bioquímicas. Neste meio, os processos seletivos da quimiossíntese
já apresentam novos avanços a expensas das bactérias, em que muitas delas fazem
parte do reino animal.
No reino animal as elaborações
são bastante complexas; além dos impulsos que lhe são próprios, consigo carrega
as heranças dos reinos menores que o seu. Na fase animal, com as condições do
próprio sustento relacionado ao meio onde militam, existem as novas condições
equacionadas nos equilibradores orgânicos.
O princípio espiritual,
trilhando independente na escala animal, aprimorando-se cada vez mais,
inclusive na família dos primatas, alcançaria no homem, sua mais expressiva
demonstração a expensas da glândula pineal.
É como se houvesse, há milhões
de anos, uma elaboração onde a memória fragmentária dos animais fosse, pouco a
pouco, adquirindo novas condições até alcançar, no hominal, a memória contínua
(renovações reencanatórias); nesta, o raciocínio seria acompanhado de novos
fatores, inclusive os afetivos, a refletirem-se nos potenciais da
responsabilidade (nascimento do livre-arbítrio).
Assim, do Ardipithecus ramidus, alcançando evolutivamente os australopithecus (aferensis, africanus,
robustus), chegasse ao homo-habilis e
seus continuadores, o erectus e o sapiens do reino hominal, em condições
do mais expressivo estado de conscientização.
A complexa linha da vida
planetária, com seus 3,5 bilhões de anos de existência, se considerarmos todo
esse tempo representando apenas 1 ano, segundo alguns antropólogos, os répteis
apareceram em meados de dezembro e o homem nos últimos 2 segundos.
O homem é recente no planeta (1
milhão e 600 mil anos). O homem autóctone,
aquele que foi o resultado do aperfeiçoamento dos primatas, deveria ter passado
um bom tempo até alcançar o chamado período paleolítico ou da pedra lascada,
cuja máxima aquisição foi o fogo; sua palavra ainda rudimentar, e seu
pensamento foi se transformando lentamente, do fragmentário da fase animal ao
contínuo do reino hominal, onde múltiplos fatores se encontram coligados.
O período neolítico ou da pedra
polida, cujas acentuações vocais, auxiliadas possivelmente pela música, já
formavam palavras, embora reduzidas e muito pobres. Essas novas condições de
comunicação propiciavam a formação de grupos humanos, cada vez mais acentuados,
contribuindo na criação, embora lenta, da agricultura e consequente fixação no
solo.
Com os milênios, aparecem as
línguas chamadas analíticas, cujas palavras definem posições, ideias, como
também os ideogramas, que alcançaram posições interessantes na civilização
egípcia, chinesa e no Japão antigo e mais recentemente outras línguas foram
aparecendo.
A ciência já possibilitou
compreendermos as condições de análise e síntese que o nosso cérebro expressa.
Os fenômenos analíticos estariam, nas manipulações psicológicas, a custa do
hemisfério cerebral esquerdo, cabendo ao direito as expressões de conjunto e
totalidade, tal acontece com a intuição em seus diversos estados criativos.
Também será fácil compreender
que os mecanismos ligados, ora na análise, ora na síntese, encontram-se
imbricados, ficando difícil demarcá-los, entretanto, quando existe
predominância de uma dessas vertentes, a possibilidade de avaliação será de
mais fácil compreensão.
Fonte: Correio Espírita
[2] A irritabilidade celular ou a sensibilidade celular é a
capacidade das células dos seres vivos de perceber um ou mais estímulos e
responder a eles.
Obrigada Romeu
ResponderExcluirMuito bom adorei
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