Richard Simonetti – 6 de julho de 2010
Segundo disseram os Espíritos a
Allan Kardec na questão 118 do O Livro
dos Espíritos,
“nós podemos permanecer estacionados em nossa evolução, mas nós não
regredimos”.
Mas, o que dizer quando vemos,
estes três exemplos a seguir?
1 - Um chefe de família, pai de três filhos, marido
carinhoso, vida conjugal tranquila abandona o lar para envolver-se com uma
jovem volúvel.
2 - Uma pessoa boa, prestativa para todos, mas que um dia
discute com um vizinho por causa do som e irrita-se, toma um revólver e atira
no vizinho matando-o.
3 - Uma adolescente disciplinada e obediente que
lamentavelmente se transforma ao entrar para a faculdade. Envolve-se com más
companhias, torna a convivência um inferno. Desrespeita os pais, agride os
irmãos, não aceita qualquer orientação, compromete-se em perniciosos
desregramentos.
Quem convive com pessoas assim pode dizer que elas
“INVOLUIRAM”?
Não. Elas apenas revelaram o que estava dentro delas.
Para o Espírito (encarnado) é fácil conservar a calma, a
serenidade, o equilíbrio, quando tudo corre bem, dentro da rotina, quando não
enfrenta desafios ou contestações.
É em circunstâncias especiais, de tensão e grande emoção, em
crises existenciais, quando nos desnudamos, mostramos quem somos, qual o nosso
estágio evolutivo.
No relacionamento diário há o verniz social, um conjunto de
normas de civilidade que regem nossas relações. Mas é uma camada muito fina,
que se rompe facilmente.
Isso ocorre também no plano coletivo.
A pessoa deixa-se envolver por impulsos instintivos da
multidão e tornam-se capazes de cometer atrocidades. É difícil encontrar algo
mais selvagem do que um linchamento. A turba desvairada massacra alguém que
despertou sua ira. Querem fazer “justiça” com as próprias mãos. Não é difícil
encontrar naquele meio, cidadãos pacatos que, aparentemente, jamais se
prestariam a semelhante iniciativa.
Há alguns anos foi preso no Brasil o alemão Gustav Franz
Wagner, apelidado de “besta humana”, em face das atrocidades que cometeu contra
os judeus, na condição de carrasco nazista. Vizinhos que conviviam com ele
tiveram dificuldade de aceitar sua verdadeira identidade, porque se tratava de
um homem afável, simples, que as crianças chamavam de vovô.
Então, tais casos não se tratam de “INVOLUÇÃO”, são apenas
“REVELAÇÃO”. O Espírito (encarnado) apenas revela o que é, mostrando que não
conseguiu conter sua fraqueza moral. Transita pela Terra inteiramente distraído
das finalidades da existência, marcando passo nos caminhos evolutivos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário