Miramez
Aquele que deixou trabalhos de arte ou de literatura,
conserva pelas suas obras o amor que tinha durante a vida?
‒ Segundo sua
elevação, julga-as de outra maneira e frequentemente reprova o que mais
admirava.
Questão 315/O Livro dos
Espíritos
O Espírito elevado tem plena
admiração pelas obras que deixou, desde quando essas obras foram em benefício
da humanidade. Tanto ele admira as obras que ficaram com o sinal das suas mãos,
como outras que seus companheiros de plano também fizeram.
Não tem egoísmo nem adoração
somente por sua obra; os seus olhos veem o belo, que faz parte da harmonia
universal. Ele é tomado por alguns momentos de tristeza, se fez alguma coisa
prejudicial aos outros, mesmo que o tenha feito inconsciente da ação maléfica.
O bem comum lhe causa alegria constante.
Essa nossa conversa é um toque a
todos os encarnados. O Espírito na carne está sujeito a tomar caminhos que não
deveria palmilhar e, com a Doutrina dos Espíritos, ficarão conscientes dos
deveres, e com o modo de raciocinar mais lúcido, de sorte que o coração em
Cristo lhes inspire e aí possam tomar decisões acertadas para se alegrarem
mais, quando estiverem novamente no plano espiritual.
O mal que tenhamos feito como
encarnados nos atormenta pelos canais da consciência, e o reparo tem que ser
feito com urgência, porque somente assim ele cessa de nos atormentar. Eis
porque os nossos benfeitores nos apresentam como solução a volta à Terra,
porque é na carne que o reparo é mais rápido, principalmente se foi nela que
cometemos as faltas.
Passemos a admirar as grandes
obras dos grandes instrutores da humanidade, porque é pensando nelas que elas
poderão nos inspirar para fazer mesmo as pequenas coisas, como sendo o inicio
para a nossa paz. É preciso ler as obras da Doutrina Espírita, pois elas
ajudarão na escolha dos caminhos, e a melhor escola para quem deseja se iniciar
nos conceitos de Jesus é a que nos dá lições internas, que começam com a
renovação dos costumes de vida.
O homem precisa conhecer a si
mesmo; a senda de luz que deve trilhar com mais segurança é o mundo interior. O
fora da caridade não há salvação é meio de grande utilidade para que se tenha
inspiração divina, no sentido de começar a amar ao próximo como a si mesmo e a
Deus sobre todas as coisas.
Esforcemo-nos para sentir
admiração por nossas obras, que isso nos dará forças para maiores aberturas no
servir, porém, analisando, alegrando-nos no que fazemos, mas em silêncio, para
que os outros não vejam o gazofilácio[2] da
vaidade tocar alto pela força do orgulho. O louvor em boca própria faz
desaparecer o nome sagrado que descobrimos pela boca de Jesus, que se chama
Amor.
A admiração que devemos ter sem
limites é pela obra de Jesus, procurando copiá-lo sem receio, que ela nos
levará à paz interna, de modo a assistir ao sol da verdade despontar no mundo
da nossa própria consciência.
É lindo para o Espírito que
deixou a Terra conservar o mesmo amor pelas obras que deixou, sejam elas obras
de arte ou de literatura, desde quando essas obras falem da vida universal, da
caridade de Deus, do amor e do perdão. Nessa contemplação de seus feitos, a sua
consciência esplende todas as forças, mostrando-lhe que cumpriu seu dever,
apresentando-se com isso novas esperanças, para outras etapas, que podem vir em
outras vidas.
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