Jorge Hessen - jorgehessen@gmail.com
Não somos o primeiro, o único,
ou o último a divulgar sobre o cortejo de práticas desonestas entre os
religiosos. A mídia em geral, frequentemente, anuncia e expõe tais fatos,
francamente, abomináveis e com grande repercussão negativa. Não conseguimos ver
coerência numa pessoa "meio honesta", "quase honesta" ou
"mais ou menos honesta". Ou se “é honesto”, ou “desonesto", não
há meio termo. Seja sua palavra Sim! Sim! ‒ Não! Não! Ensinou-nos Jesus.
Proferimos palestras em várias
casas espíritas sobre esse tema e destacamos da tribuna que o lídimo cristão é
honesto em tudo que banca. Se alguém deve um centavo que seja,
obrigatoriamente, tem que quitar esse débito com seu credor, por simples
questão de integridade moral. Não se pode "fingir" que deslembrou tal
dívida (quer seja de um centavo).
Por elevadíssima razão é
indispensável haver transparência na prestação de contas, mensalmente, com os
contribuintes da casa espírita. Cremos que é simples obrigação afixar, no
'quadro de avisos' ao público, a comprovação da correta aplicação dos recursos
recebidos.
Os dirigentes que assim procedem
veem patenteadas a credibilidade da instituição que administram e a pureza de
suas intenções. Por outro lado, evitam-se rumores, do tipo: "fulano (a)
está cada vez mais rico (a)"; "sicrano (a) construiu uma mansão com o
dinheiro doado ao centro" e, "beltrano (a) comprou um carro do ano,
caríssimo", olhem só para isso!
Aconteceu conosco. Certa vez,
após uma palestra sobre o “incômodo” tema, houve rumores nos corredores do
centro, alguns dirigentes da casa nos arremessaram saraivadas de 'chumbo
grosso' pela maledicência. “Fraternalmente” proscreveram-nos da escala de
oradores. Porém, tal decisão em nada nos afetou, mesmo porque isso implicaria
em que admitíssemos contemporizar com as artimanhas obscuras que faziam com
dinheiro dos frequentadores.
Nos surpreendemos com as
atitudes de alguns deles, desarmonizados moralmente, mas são confrades que
fingem gestos de “santidade”, usam palavras “dóceis”, olhares de superioridade,
julgam-se donos da verdade, determinando normas de conduta sem sustentáculo
doutrinário para exemplificá-las.
É evidente que ficamos atônitos
e envergonhados quando sabemos, pela imprensa, que algumas instituições
"filantrópicas" desviam recursos, emitem recibos forjados de falsas
doações etc..
Há centros que dão, até, uma
'ajudazinha' aos confrades, driblando o Imposto de Renda retido na Fonte... Imaginem!
Instituições outras recebem a
guisa de doações, roupas, calçados, alimentos, eletrodomésticos etc., e os dirigentes
se apropriam delas, com a maior naturalidade.
Temos conhecimento de
instituições que aceitam doações, até, de objetos valiosos e que os dirigentes
se apropriam dos melhores, é claro, antes de os exporem em bazares ditos
"beneficentes", objetivando arrecadar fundos para obras
"assistenciais".
Daí, indagamos: isso é fruto da
“minha” imaginação?
Será que estamos obsedados ao
abordar tal assunto?
Não, meus irmãos! Estamos
completamente conscientes da responsabilidade cristã. A prudência continua
sendo a nossa melhor conselheira. É imperioso salientar que nossos argumentos
não estão sendo direcionados para a instituição A, B, ou C. Dirigimo-nos a
todas, indistintamente, como alerta geral.
Difundimos esses alertas sem
expor esse ou aquele grupo espírita, mas por questão de consciência ética,
acreditamos que um autêntico espírita tem que ser fiel aos princípios que a
doutrina estabelece e saber que HONESTIDADE é prática IMPERIOSA para todo ser
humano, que dirá, para um espírita cristão?
Portanto, que seja definitivamente
esconjurado todo e qualquer subterfúgio, que tente justificar sistêmicas
concessões fraudulentas, como se fossem naturais para certas ocasiões.
As falanges do mal de
"cá" e do "além-túmulo" se organizam para obstruir muitos
projetos cristãos. Os obsessores (encarnados e desencarnados) são inteligentes,
organizados e vão dando um passo de cada vez, por conhecerem muito bem pontos
vulneráveis dos incautos. É urgente advertir sobre a obrigatoriedade da conduta
honesta para que o ideal espírita seja cada vez mais ético, transparente
consoante os preceitos estabelecidos por Jesus.
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