Nascido a 5 de novembro de 1839,
em Domington, Lincolnshire, Inglaterra, e desencarnado a 5 de setembro de 1892.
Seu pai, William Moses, era
reitor da Escola de Gramática, e sua mãe era filha de Thomas Stainton d'Alford.
O jovem William Stainton Moses iniciou os seus estudos sob a direção de seu pai
e foi em seguida confiado a um professor particular que, maravilhado pelas suas
aptidões, se empenhou fervorosamente com seu genitor para que enviasse o filho
a uma escola pública. Em 1855, ingressou na Escola de Gramática de Bedford,
onde estudou durante três anos, merecendo dos mestres os mais francos elogios,
pois a par da sua dedicação aos estudos revelava acendrado sentimento do dever.
Após receber numerosos prêmios deixou essa escola.
De Bedford, Stainton Moses
entrou para o "Exeter College", de Oxford, no ano de 1858. A sua vida
de estudante foi digna dos maiores encômios, tendo mesmo adoecido gravemente
devido ao demasiado apego às matérias escolares.
A fim de convalescer da
enfermidade, viajou durante um ano pelo continente europeu e, na volta, passou
seis meses no velho mosteiro grego do Monte Athos. A curiosidade e sobretudo
uma grande necessidade de meditação e de isolamento o obrigaram a permanecer
todo esse tempo no convento. Alguns anos após o seu mentor espiritual,
conhecido por Imperator, explicou-lhe que desde essa época ele vinha sendo
influenciado por entidades espirituais, interessadas em ajudar a sua educação
espiritual ...
Com 23 anos de idade, Stainton
Moses voltou para Oxford. Ali, recebendo o diploma, deixou a Universidade em
1863. Embora estivesse desfrutando de melhor saúde, a necessidade de viver uma
vida no campo, levou-o a aceitar um curato em Maughold, perto de Ramsay, Ilha
de Man, permanecendo ali durante cinco anos, substituindo o reitor que, devido
à sua idade avançada, não podia mais exercer essas funções. Isso levou Moses a
exercer tarefa dupla.
Uma epidemia de varíola, que se
manifestou nessa região, pôs em relevo a sua dedicação e intrepidez. Como não
havia médico no lugar, o jovem, que tinha alguns conhecimentos de medicina,
tratou dos corpos e das almas dos habitantes da região. Dia e noite ele se
desdobrava, porém a epidemia progredia lentamente, fazendo com que ele além de
pastor religioso se transformasse no médico e no coveiro daquele núcleo
populacional. A sua extrema dedicação fez com que se tornasse ainda mais
querido por parte dos seus paroquianos. Entretanto, a sua saúde, que não podia
suportar as obrigações impostas pela administração de duas paróquias, obrigou-o
a procurar uma nova residência. Apesar de uma petição que lhe foi dirigida
pelos habitantes do local, Stainton Moses retirou-se pesaroso, para ocupar em
1868, o curato de Saint-Georges, Douglas, Ilha de Man, onde caiu gravemente enfermo,
sendo tratado pelo Dr. Stanhope Speers, que residia em Douglas com sua esposa,
e que já não exercia a sua profissão.
Em setembro de 1869, abandonou o
curato, deixando ali profunda impressão pela prédica e caridade praticadas.
Decorridos alguns meses, nos quais exerceu funções eclesiásticas em Langton, e
em um curato da diocese de Salisbury, uma moléstia da garganta obrigou-o a
renunciar ao ministério.
Ao findar-se o ano de 1870,
Stainton obteve um lugar de professor de inglês na University College School,
cargo que ocupou até 1889. Em 1870 sua atenção foi atraída para o Espiritismo
durante o Tempo em que residiu na casa do Dr. Speers em Londres. A esposa desse
médico permaneceu enferma durante três semanas e, para distrair-se, lia o livro
"Debatable Land" (Região em Litígio entre este mundo e o outro), de
autoria de Robert Dale Owen.
Interessando-se intensamente por
esse livro, logo que ela conseguiu reassumir o lugar na reunião de família,
pediu a Stainton Moses para ler e procurar descobrir o que poderia haver de
verdadeiro nos fatos que o autor narrava.
O Dr. Speers e Stainton Moses
discutiam reiteradamente alguns pontos doutrinários da religião que professava,
e como não estivessem muito satisfeitos com as doutrinas existentes, o Dr.
Speers havia se tornado um materialista intransigente.
Em 1872, Stainton Moses começou
a estudar o Espiritismo, a fim de cumprir a promessa formulada à Sra. Speers,
tendo para tanto assistido a algumas sessões espíritas, principalmente uma que
tinha como médium Lottie Towler.
Numa sessão realizada na
residência do casal Speers, tendo Stainton Moses como médium, todos se tornaram
convictos da realidade da existência de Espíritos comunicantes, consolidando
assim a crença na imortalidade da alma.
Nessa época começou a
desabrochar a mediunidade de Moses, que era dotado de um poder extraordinário.
Nunca se produziram menos de dez espécies diferentes de manifestações no
decurso das sessões realizadas por seu intermédio. Quando as condições eram
favoráveis, as manifestações multiplicavam-se, as pancadas tornavam-se mais frequentes,
as luzes mais brilhantes e os sons musicais mais distintos. Fenômenos maravilhosos
produziram-se por seu intermédio: sons musicais, pancadas, clarões, balsamização
do ambiente com perfumes diversos, passos pesados produzidos por um Espírito
que se denominava "Rector", os quais estremeciam o ambiente, tilintar
de campainhas, levitação de corpos pesados: mesas, cadeiras; transposição da
matéria, fenômenos de voz-direta, além de uma variedade indescritível de
fenômenos dos mais variados matizes.
Durante o período ativo da sua
mediunidade, Stainton Moses ocupou-se assiduamente da formação de sociedades
com o fim de estudar o Espiritismo.
Contribuiu para a fundação da
Associação Nacional Britânica dos Espiritualistas, em 1873, da Sociedade
Psicológica da Grã-Bretanha, em abril de 1875, da qual foi um dos primeiros
membros do conselho; da Sociedade de Pesquisas Psíquicas, em 1882 e finalmente
da Aliança Espiritualista de Londres, da qual foi o primeiro presidente, cargo
que exerceu até a sua desencarnação.
Além dessas atividades, dirigiu
a revista “Light”, periódico de fundo espírita.
Embora a sua faculdade mediúnica
decrescesse de intensidade, ele conservou sempre a faculdade de psicografia.
Desde 1889, a sua saúde ficou
bastante combalida, ataques sucessivos de influenza, minaram-lhe a
constituição, que nunca fora robusta, causando a sua desencarnação.
A sua obra "Ensinos
Espiritualistas" foi vertida para o português por Oscar D'Argonnel.
Trata-se de uma obra que encerra uma série de ensinamentos ministrados pelo
Espírito Imperator, e que Stainton Moses, que também usava o pseudônimo de A.
Oxon, publicou, e que a Aliança Espiritualista de Londres, através do seu
Conselho, fez publicar em edição comemorativa, prestando efusiva homenagem ao
seu inolvidável fundador.
Em sua vida de relação,
Stainton Moses era um homem cordato, justo, que sempre exercia julgamentos
retos, modesto, sem vaidade, que jamais dirigia palavras ásperas aos seus
detratores e que, em resumo, possuía um conjunto de qualid
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