Niltom Moreira
É triste quando alguém tem um
órgão debilitado e que num curto prazo de tempo parará, ocasionando a morte
física de pessoa que amamos. É verdade que devemos preservar a vida a qualquer
custo, pois até a própria Lei humana prevê que matar alguém só é admitido em
casos específicos, e o desligar aparelhos...
É válido até mesmo que pessoas
que tenham poder aquisitivo ofereçam valores altíssimos para obterem qualquer
tipo de órgão, afinal é angustiante vermos quem gostamos aos poucos ter a vida
esgotada. Também a ansiedade enfrentada por quem está doente a espera um
transplante é muito grande, e do ponto de vista do doador que não exige
pagamento algum, só nos resta elogiar a atitude, pois está dentro dos
princípios Cristão de “amar ao próximo como a si mesmo”!
Acreditamos que a doação de um
órgão é a demonstração de amor das mais sublimes, mas merece analise mais
aprofundada pela complexidade existente, pois que envolve relação do corpo
físico e perispiritual e crença.
Nosso corpo possui uma cópia
fluídica invisível aos nossos olhos, mas bem perceptível ao mundo dos
espíritos, e o espírito que é o princípio inteligente que somos, utiliza nos
dois Planos esse corpo chamado perispírito. Assim sendo devemos lembrar que a
doação deve acontecer estando o doador consciente da sua máxima vontade,
devendo ter um desprendimento total da matéria, pois que a vida continua, e se
este não estiver convicto realmente de querer doar, podem ocorrer problemas além-túmulo.
Quando deixamos o corpo físico
continuamos a individualidade, e se somos apegados à matéria temos dificuldade
de nos desvencilharmos de tudo que nos pertence, seja objetos, valores e
sentimentos. Claro que temos os mensageiros de Jesus que nos auxiliam no
passamento nos ajudando discernir, mas em razão de vários fatores temos
dificuldades nos primeiros momentos de raciocinar adequadamente, por isto
muitas vezes a pessoa recebe um órgão por doação e passado um tempo aparecem às
rejeições que normalmente torna inútil o transplante, e a medicina não consegue
evitar o óbito.
A ciência leva em consideração
apenas o que pode ser explicado por meio de comprovação científica, mas o que
se segue após a morte é explicado apenas pela fé. A medicina diz que após a
morte cerebral o quadro é irreversível, mas do ponto de vista religioso ainda
existe um espírito vinculado aquele corpo, e enquanto existir a ligação
fluídica entre espírito e corpo material, o processo de desencarne ainda não
foi concluído, pois o corpo ainda está munido de fluido que possibilita a vida
orgânica. É necessário que os benfeitores espirituais procedam à dissipação
dessa “energia” da matéria e ai sim cortem o laço fluídico, cordão de prata
como é mais conhecido.
O motivo pelo qual podemos
passar por situações desta natureza, é que para o Espírito que somos, serve o
período de coma ou semelhante, de aprendizado e até resgate. Portanto o doar um
órgão é válido sempre, mas devemos fazê-lo com muito amor para evitar problemas
futuros. Quem não estiver totalmente desapegado da matéria evite doar para o
bem de ambas as partes.
Coluna Semanal - Estrada Iluminada
Fonte: Espirit Book
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