Joanna de Ângelis
Remanescente dos atavismos
inferiores, a inveja é fraqueza moral, a perturbar as possibilidades de luta do
ser humano.
Ao invés de empenhar-se na
autovalorização, o paciente da inveja lamenta o triunfo alheio e não luta pelo
seu; compete mediante a urdidura da intriga e da maledicência; aguarda o
insucesso do adversário, no que se compraz; observa e persegue, acoimado por
insidiosa desdita íntima.
Egocêntrico, não saiu da
infância psicológica e pretende ser o único centro de atenção, credor de todos
os cultos e referências.
Insidiosa, a inveja é resultado
da indisciplina mental e moral que não considera a vida como patrimônio divino
para todos, senão, para si apenas.
Trabalha, por inveja, para
competir, sobressair, destacar-se. Não tem ideal, nem respeito pelas pessoas e
pelas suas árduas conquistas.
Normalmente moroso e sem
determinação, resultado da sua morbidez inata, o enfermo de inveja nunca se
alegra com a vitória dos outros, nem com a alheia realização.
A inveja descarrega correntes
mentais prejudiciais dirigidas às suas vítimas, que somente as alcançam se
estiverem em sintonia, porém cujos danos ocorrem no fulcro gerador,
perturbando-lhe a atividade, o comportamento.
A terapia para a inveja
consiste, inicialmente, na cuidadosa reflexão do eu profundo em torno da sua
destinação grandiosa, no futuro, avaliando os recursos de que dispõe e
considerando que a sua realidade é única, individual, não podendo ser medida
nem comparada com outras em razão do processo da evolução de cada um.
O cultivo da alegria pelo que é
e dos recursos para alcançar outros novos patamares enseja o despertar do amor
a si mesmo, ao próximo e a Deus, como meio e meta para alcançar a saúde ideal,
que lhe facultará a perfeita compreensão dos mecanismos da vida e as diferenças
entre as pessoas, formando um todo holístico na Grande Unidade.
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