Orson Peter Carrara
Com esse mesmo título, a
conhecida revista “FidelidadEspírita”, edição 77, de fevereiro/09, publicou
importante editorial que nos permitimos reproduzir, na íntegra e com
autorização da publicação, face à oportunidade de abordagem, aos amigos do
Movimento Espírita: Editorial Revista FidelidadEspírita, nº 77, fevereiro de
2009:
Os que no
Espiritismo veem mais do que fatos, compreendem-lhe a parte filosófica; admiram
a moral daí decorrente, mas não a praticam. Insignificante ou nula é a
influência que lhes exerce nos caracteres. Em nada alteram seus hábitos e não
se privariam de um só gozo que fosse. O avarento continua a sê-lo, o orgulhoso
se conserva cheio de si, o invejoso e o cioso sempre hostis. Consideram a
caridade cristã apenas uma bela máxima. São os espíritas imperfeitos[2].
Periodicamente,
surgem os mais diversos modismos no Movimento Espírita. A origem dessas modas é
a dificuldade que alguns adeptos têm de aceitar a simplicidade da Doutrina dos
Espíritos.
Egressos das religiões
dogmáticas ou ritualísticas, eles pretendem introduzir no Espiritismo aquilo
que não lhe pertence. Por isso, estão sempre à caça de terapias maravilhosas,
médiuns curadores, profecias, métodos novos para a mediunidade, “detetives” que
desvendam vidas passadas e, como é natural, acabam nas mãos dos charlatães.
De fato, o Espiritismo não é uma
doutrina comum; embora simples, na prática e vivência dos seus postulados, é
ciência, filosofia e religião, a exigir do seu adepto uma adequação ao método
de pesquisa, que levará ao conhecimento doutrinário seguro, sedimentando,
definitivamente, a fé do espírita, libertando-o da ânsia por novidades.
Não estamos dogmatizando o
Espiritismo, mas apontando alguns problemas que podem prejudicar o seu entendimento.
Kardec chamou de espíritas
imperfeitos os que se prendem à forma e não à essência. Os que admiram e não
praticam.
Enquanto buscamos “novidades”,
não estudamos a Doutrina, permanecendo na superficialidade. O Espiritismo
continua um grande desconhecido!
Compete, portanto, às casas
espíritas a tarefa de esclarecer seus adeptos, oferecendo ambiente adequado de
estudo e prática da caridade (moral e material), para que o espírita tenha
amplo campo para o desenvolvimento de suas potencialidades.
Quando entendermos com mais
profundidade a Doutrina dos Espíritos, encontraremos nela a sublimidade da
mensagem central: a transformação do homem.
Sempre que nos preocupamos mais
com o exterior, introduzindo práticas antidoutrinárias no Espiritismo, desviamo-nos
do compromisso moral de melhoramento, dando maior atenção ao efeito que à
causa.
O Espiritismo não está
ultrapassado, como querem alguns, permanece atual e pouco conhecido.
Esperamos que os centros
comprometidos com a Doutrina formem, competentemente, os espíritas de agora e
do futuro, como prenunciou Allan Kardec:
Os que não se
contentam com admirar a moral espírita, que a praticam e lhe aceitam todas as
consequências. Convencidos de que a existência terrena é uma prova passageira,
tratam de aproveitar os seus breves instantes para avançar pela senda do
progresso, única que os pode elevar na hierarquia do mundo dos Espíritos,
esforçando-se por fazer o bem e coibir seus maus pendores. As relações com eles
sempre oferecem segurança, porque a convicção que nutrem os preserva de
pensarem em praticar o mal. A caridade é, em tudo, a regra de proceder a que
obedecem. São os verdadeiros espíritas, ou melhor, os espíritas cristãos[3].
Notem os amigos que o que vem
ocorrendo no Movimento Espírita está muito bem expresso no editorial em
referência. Não pude evitar um brado de entusiasmo ao ler nas últimas linhas:
(...) O Espiritismo
não está ultrapassado, como querem alguns, permanece atual e pouco conhecido.
Esperamos que os centros espíritas comprometidos com o futuro da Doutrina
formem, competentemente, os espíritas de agora e do futuro, como prenunciou
Allan Kardec.
Eis, pois, nossa maior
necessidade: estudar para conhecer e viver a abençoada, incomparável,
inesgotável Doutrina dos Espíritos. Eis o compromisso que precisamos abraçar
com fidelidade.
Novembro de 2009 - Edição número 423
[2] O Livro dos Médiuns, Cap. III, item 28 –
2º ‒ Allan Kardec
[3] O Livro dos Médiuns, Cap. III, item 28 –
3º ‒ Allan Kardec
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