Adriana Machado
Estamos em um momento de
transição.
Não estou me referindo ao
momento eleitoral, apesar de ser real no nosso país, mas sim da transição
planetária.
Estamos em um momento em que
todas as nossas mazelas estão emergindo com as experiências que estamos
vivenciando.
A espiritualidade fala
abertamente que as nossas máscaras estão caindo. Elas já não se sustentam mais,
elas não devem ser mais utilizadas para nos iludir porque os tempos são outros.
NÃO ENTENDERAM, EU EXPLICO.
Para aqueles que não sabem do
que eu estou falando, vai aqui um pequeno resumo: nosso planeta é habitado por
espíritos imperfeitos, de terceira ordem[2],
espíritos que podem ser descritos como propensos ao mal, ignorantes,
orgulhosos, egoístas etc.
Nossos conhecimentos sobre “as
coisas do espírito” são limitados e o pouco que sabemos fazemos comparações
que, por vezes, nos levam ao equívoco por não termos qualquer noção do que está
além de nós, só do que vemos na matéria. Vivemos em um mundo interior de
tormentos, porque, pela nossa ausência de entendimento da divina sabedoria,
sentimos intensamente e nos revoltamos a cada circunstância que não nos agrada,
a cada “injustiça” que pensamos ser alvo.
Em razão desse nosso grau
evolutivo, vivemos em um mundo material que nos recepciona e que é descrito, na
escala planetária, como de provas e expiações e que, abaixo de nós, somente os
planetas primitivos, aqueles que recepcionam as almas humanas que acabaram de
nascer. Então, podemos concluir que ainda muito precisaremos caminhar para
atingirmos mundos mais evoluídos.
A boa notícia, no entanto, é que
estamos saindo desse patamar planetário e estamos entrando em um novo nível, na
regeneração. Nosso mundo está evoluindo e precisa que aqueles que nele habitam
também cresçam. Não sairemos da escala de espíritos imperfeitos, mas diante do
que já aprendemos (o que não é muito) teremos condições de buscar novas forças,
repousando das lutas empreendidas, para enfrentarmos nossas novas expiações.
Para tanto, não conseguiríamos
permanecer aqui, num planeta que está buscando novas energias, sem desabarem as
máscaras que vestimos todos os dias, com as quais buscávamos iludir a quem
conosco convive, com as quais buscávamos nos iludir para continuarmos vítimas
(e sem responsabilidade) da Soberana Justiça.
O QUE FAZEMOS, ENTÃO?
TEMPO DE ILUDIR X TEMPO DE AGIR
Necessitamos saber quem somos.
Necessitamos nos enxergar, doa a quem doer. Foi por isso que viemos nesta fase
de transição e é por isso que tudo o que vemos está acontecendo agora. Todas as
experiências que vivemos, da mais simplória circunstância à mais complexa, nos
levam a enxergar quem somos. E sabendo quem somos, podemos fazer nossa escolha
futura.
Pensem comigo: se temos
segurança financeira, social e ideológica, nada nos levará a agir ou reagir com
o que há de primitivo em nós. Nada nos incitará a trazermos à tona nossos
instintos de sobrevivência, nossas reações egoístas e violentas. Mostrar-nos-emos
sempre civilizados.
Para que fique palpável o que
afirmo, pensemos no caso global dos refugiados (da Síria, Afeganistão, Somália,
Venezuela...). São milhões de refugiados que fogem de seus países de origem em
razão de perseguições políticas, de raça, de religião, necessitando do abrigo
dos países que estão mais próximos e, principalmente, necessitando que os que
os abrigarem os vejam como seres humanos.
Não afirmo ser errado um país
temer receber um contingente enorme de pessoas que, por vezes, é até maior que
o seu próprio número de cidadãos, mas, isso só acontece porque o mundo se faz
cego diante da necessidade dos que sofrem. Afirma-se que não é problema nosso
uma guerra, uma chacina no país vizinho e, quando somos pegos de surpresa com a
imigração dos que fogem, não temos (como mundo) um planejamento de contingência
para colocarmos em prática.
Mas, verdadeiramente, o que
quero chamar a atenção de vocês nessa questão é (não passem adiante sem
responder as perguntas):
O que pensamos e como agimos quando o problema é do outro
(de outro país, por exemplo)? Julgamo-lo por fechar suas fronteiras?
O que pensamos e como agimos quando o problema chega em
nossas mãos? Queremos abrir as nossas fronteiras para eles?
Conseguiram responder?
Quais foram os sentimentos que brotaram em seus corações?
Medo, temor deste acolhimento trazer prejuízos ao conforto
que todos usufruem?
Medo, temor deles preencherem os empregos que já são tão
poucos?
Medo, temor do aumento da violência e pobreza que vem com
a falta de infraestrutura para toda essa gente?
Medo, temor de suas crenças tão diferentes das que
possuem?
Mas, será que somos somente “trevas”?
Será que também não sentimos
piedade, amor, necessidade de acolher aqueles que precisam mesmo que se lhes
impunha algumas condições?
Será que também não sentimos
piedade, amor, necessidade de acolher aqueles que precisam seja qual for o
resultado que isso acarrete na nossa vida, na de nossos amores, ou em nosso
país?
Qualquer que seja aquele(s) com
o qual(is) nos identificamos somos nós! Esse ser que emergiu dos recôncavos de
nosso mundo interior é quem estamos e que, sem um impulsionamento externo, não
o flagraríamos. Esse ser que precisa ser elogiado ou lapidado com carinho e
dedicação.
Não se iludam achando que, neste
período, precisamos descobrir somente as nossas mazelas internas. Muitas vezes,
precisamos enxergar o quanto crescemos, o quanto estamos melhores para nos
sentirmos merecedores de permanecer neste planeta de regeneração.
Abramos os nossos olhos. Não
queiramos esconder de nós mesmos quem ainda somos, porque não conseguiremos
enganar a Supremacia Divina que sabe o que é melhor para nós.
Acreditem que estarmos em um
mundo onde não nos enquadramos seria ruim. O ambiente nos incomodaria, as
pessoas nos incomodariam, as nossas imperfeições nos dilacerariam
interiormente, nos trazendo muito sofrimento. A boa notícia é que, se estamos
aqui, ainda muito poderemos fazer para nos melhorar. Se estamos aqui é porque a
Suprema Providência entende que temos os instrumentos para darmos a volta por
cima porque, como foi dito acima, quem permanecerá aqui ainda é um espírito
imperfeito, mas esse desejará mudança, esse terá em seu ser a vontade de
valorizar suas vitórias, superar suas “chagas interiores” e seguir em frente,
junto com toda a humanidade.
Os tempos são outros, mas nós
estamos aqui. Façamos parte "destes tempos" com consciência.
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