quinta-feira, 15 de novembro de 2018

A CAUSA DA MORTE[1]



Miramez

Qual a causa da morte entre os seres Orgânicos?
‒ O esgotamento dos órgãos.
Poder-se-ia comparar a morte à cessação do movimento de determinada máquina desorganizada?
‒ Sim; se a máquina está mal montada, a atividade cessa; se o corpo adoece, a vida se extingue.
Questão 68 – O Livro dos Espíritos

A causa da morte de um corpo é o esgotamento orgânico. Quando se processa a velhice, os órgãos enfraquecem e a vitalidade diminui. No entanto, a morte por desastre interrompe por vezes o movimento orgânico e a interligação de uns órgãos com os outros. A força vital desapropria-se da área que comandava e tudo entra no caos, por faltar harmonia no conjunto.
A verdadeira causa da morte é de difícil comprovação, dado o engenhoso esquema espiritual, traçado à luz do resgate de cada Espírito, bem como, e certamente, do seu livre arbítrio. O poder da vontade soma como bênção de Deus e pode modificar o cronograma, assim como os homens podem e mudam de vez em quando as suas próprias leis.
A morte de cada corpo humano não é um determinismo. A vida pode se estender o quanto for necessário, desde que os agentes da espiritualidade maior acharem conveniente tal decisão. Assim, as provas, infortúnios e sofrimentos tanto podem aumentar como diminuir. O mundo espiritual, que comanda a existência dos homens na Terra, escolhe o melhor para cada um. Surgem questionamentos quanto ao fato de um homem de bem morrer jovem, sendo que o inconveniente à sociedade permanece até a velhice. Isto porque os espíritos que dirigem a humanidade têm olhos para ver as necessidades mais profundas de cada um.
Não há injustiça em campo algum de vida, cada qual recebe somente o que merece nas linhas que percorre. Devemos procurar estudar mais as leis de Deus, que encontraremos a Verdade, como se respira o ar e se sentem os raios do sol.
A morte é sinônimo de desagregação da forma física, sem que desapareça a vida do corpo, e muito menos a do espírito. Tudo criado por Deus tem vida imortal.
O que ocorre são infinitas transformações, que se processam no seio daquilo que existe. E quando nos é facultada a oportunidade de falar sobre o Espírito, geralmente usamos termos conhecidos pela humanidade, porém, todos eles são pobres para explicar o valor da alma. Alhures dizemos que o espírito é vida, no entanto, a vida é atributo do espírito, como o amor, a caridade etc... Todos os valores que conhecemos são atributos dessa chama divina, que acordam em si e com a sua presença.
Qual a definição que poderemos dar para Espírito? Onde encontraremos termos adequados? A pobreza da linguagem nos enfraquece a razão; sentimos o que é o espírito sem ter condições de descrever o que realmente ele é. Por aí, pode-se deduzir o que Deus representa para nós, e as dificuldades que temos para falar sobre o Soberano Senhor. Pouco passamos do entendimento do índio e, se quisermos avançar, diremos, repetindo João Evangelista: Deus é amor. E com mais propriedade repetiremos Jesus, quando nos ensina: Pai nosso que estás nos Céus...
A morte que muitos temem na Terra é uma renovação, é uma mudança de dimensão da alma, para que esta compreenda melhor as leis da vida. Muitos perguntam se a inteligência é o espírito, e nós repetiremos que ela é um atributo, um dom que acordou, como muitos outros, na forja divina da consciência. E é nessa linha de entendimento que notamos que nada morre; tudo vive na vida de Deus. E quando começamos a despertar para Cristo, os caminhos que se abrem são infinitos, rumo à felicidade imortal, nos ensejando alegria duradoura e a paz imperturbável do coração. É, pois, o conhecimento da verdade que nos liberta das trevas para a luz, de sorte a somente conhecermos a vida e tirarmos da mente a preocupação com a morte.




[1] Filosofia Espírita – Volume 2 – João Nunes Maia

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