Adriana Machado
Todos os dias, nos oportunizamos
vivenciar circunstâncias que construímos através de nossas ações e escolhas,
bem como circunstâncias que chegam sem nenhum aviso (pelo menos é o que a gente
acredita), nos surpreendendo.
É ao sair da cama que nos
daremos a chance de vivenciar cada uma dessas experiências que vêm até nós para
o nosso crescer.
Até o momento do acordar,
estamos todos agindo da mesma forma. Mas, o que nos diferencia uns dos outros é
como reagimos daí para frente, com cada uma dessas experiências.
Podemos viver, conscientemente,
sabedores da nossa necessidade de absorção dos inúmeros aprendizados que a vida
nos proporciona ou não. No primeiro caso, para cada experiência, uma
consciência mais profunda do nosso próprio Eu; no segundo caso, uma vida
inexpressiva de ausência de conquistas interiores, tendo só a inconsciência de
nossa própria existência.
Para estarmos englobados no
primeiro caso, precisamos entender que somos seres portadores de inúmeros
aprendizados, mas não da totalidade dos aprendizados existente no universo.
Mas, estes poucos que já conquistamos nos dão condições de “melhor” agirmos,
apreendendo as novas lições que nos chegam e vivenciando, conscientemente, cada
experiência, enxergando a atuação da sabedoria divina nos caminhos que nos
cercam. Aí está a misericórdia do Pai Criador por nós.
Diante desta realidade,
compreendemos o porquê reagirmos diferentemente uns dos outros, mesmo que as
circunstâncias nos pareçam idênticas: cada um de nós possui uma gama vasta de
aprendizados, mas nenhum de nós possuiu o mesmo cabedal de entendimentos.
Vivenciamos muitas vidas e nelas aprendemos muita coisa. Porém, em cada uma,
absorveremos os nossos aprendizados de uma forma muito particular, com a visão
que temos das coisas, das pessoas, do mundo.
E, nessas vivências, construímos
ferramentas (internas) que nos auxiliam a viver e enfrentar a vida em todo o
seu enfoque, sejam para os momentos de adversidades ou de muita felicidade
(porque para a Sabedoria Divina, não há diferença entre as duas situações).
Essas ferramentas são uma somatória de nossas emoções e sentimentos, de nosso
raciocínio e instintos, e as criamos e as utilizamos para nos ajudar a
enfrentar aquilo que acreditamos nos massacrar a alma ou nos alegrar
eternamente.
O ponto é que a maioria das
ferramentas que construímos tem data de validade, porque ainda não temos
entendimento suficiente para compreendermos o que é bom para nós. Por isso, ao
nos deparamos com circunstâncias que tememos, criamos uma forma de defesa
emocional que dará certo por um tempo, mas não todo o tempo. Ela caducará,
porque não seremos mais os mesmos e necessitaremos de outras ferramentas melhor
adequadas ao nosso novo ser em evolução. Um bom exemplo é enxergarmos que há
poucos anos nossos instrumentos tecnológicos necessitavam de menos memória do
que os que temos hoje. O que mudou foi o aperfeiçoamento dos programas e das
exigências do mercado em relação aos mesmos.
Nós também nos tornamos
exigentes na absorção e atuação de nossos próximos entendimentos para que o
nosso caminhar fique mais suave e sereno.
Cada uma dessas ferramentas nos
demonstra quem estamos hoje e quais são os nossos maiores temores. Cada reação
nossa, nos dá uma ideia do que precisamos lapidar em nós, porque, diante do
nosso Eu, reagimos na defensiva para não esmorecermos em prol de nossa
sobrevivência.
Precisamos entender que tudo o
que vivemos está de acordo com o que programamos para a nossa lapidação pessoal
e, portanto, esse tudo será um reflexo de nossas construções pessoais e da vida
nos impulsionando para o nosso melhor aprendizado.
Diante disso, que possamos
recepcionar o que a vida nos traz com a singeleza da confiança de que é Deus
quem está atuando e que nenhuma dor será eterna porque, com Ele, nós a
superaremos.
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