Para algumas pessoas, em
determinados momentos da vida, pensar na morte como a única saída para uma
situação de sofrimento intolerável, talvez pareça a única solução possível.
Quando uma pessoa se sente no limite, de tal forma angustiada, desesperada e
sem esperança, é compreensível que considere que prescindir do direito de
viver, apesar de constituir uma solução permanente, pareça ser a melhor forma
de lidar com uma situação que, naquele momento, é tão avassaladora e dolorosa.
É como se sentisse que está perdida num labirinto completamente escuro, como se
todos os caminhos que permitem o acesso às portas de saída deixassem de
existir, e quem mesmo que tentasse percorrer um desses caminhos, isso apenas
resultaria em mais um esforço inútil, pois não só encontraria as portas
completamente trancadas, como não teria disponíveis as chaves adequadas para as
abrir.
Se para si, a dor emocional que
sente é de tal forma elevada, que a possibilidade de suicídio é uma opção
viável, ou se de outra forma, receia que alguém que lhe é importante esteja a
correr esse risco, reflita por favor, apenas por mais um pouco, nas próximas
linhas e permita que esta informação a possa ajudar a compreender quão urgente
pode ser procurar ajuda especializada.
A dimensão
Reconhecemos que falar sobre
suicídio é particularmente desafiador. Parece que, semelhante a tantas outras
situações de vulnerabilidade psicológica, para as quais preferimos olhar apenas
em secreto, o silêncio funciona somente como mais uma “máscara” que visa
esconder uma realidade de profunda dor, misturada com sentimentos de vergonha,
estigma e diferença, oferecendo, mais uma vez, pouca ou nenhuma ajuda útil. Por
isso, gostaríamos de por momentos, convidá-lo/a a retirar essa máscara, e a
vestir o papel de um/a espectador/a atento/a, a uma realidade tão presente nas
ditas sociedades modernas. Senão repare: apenas num único ano, cerca de um
milhão de pessoas no mundo tiraram a sua própria vida – aproximadamente uma
morte a cada 40 segundos – e provavelmente há 4 milhões que o tentam fazer! O
suicídio encontra-se entre as 10 primeiras causas de morte, sendo que por cada
suicídio ocorrem 11 tentativas sem sucesso. Cerca de 20% das pessoas que tentam
suicidar-se, senão procurarem ajuda especializada, repetem essa ação no prazo
de um ano, aumentando a probabilidade de eventualmente morrerem por suicídio.
Cerca de 10 % de todas as tentativas de suicídio são mortais. Só em Portugal, a
taxa de suicídio dobrou na última década, de cerca de 600 para mais de 1.200 casos
por cada ano. Dá que pensar, não é?
Porquê o suicídio?
É importante entendermos que, a
probabilidade de uma pessoa cometer suicídio varia num contínuo, que contempla
a ideação suicida – pensamentos acerca da possibilidade de cometer o suicídio ‒,
a tentativa de suicídio – gestos autodestrutivos não fatais – , até ao suicídio
consumado, que resulta em morte. Mas face a qualquer um desses grupos,
naturalmente a questão à qual gostaria de saber uma resposta, se prenda com o
que motiva alguém a escolher terminar com a sua própria vida. Em termos
genéricos, por um lado, o suicídio veicula o desejo de uma pessoa em escapar ou
terminar com o seu sofrimento (que é resultante de variadíssimos problemas) e,
por outro lado, o seu desejo em comunicar o seu sofrimento aos outros – é um
pedido de ajuda. Além disso, cada pessoa tem os seus próprios motivos, muito
particulares, profundos e extremamente dolorosos que a levam a ponderar
desistir de viver. Uma mudança repentina nas suas circunstâncias de vida, tais
como dificuldades financeiras, desemprego ou perda de status socioeconômico, mudanças no contexto familiar ou relacional
(divórcio, fim de uma relação, morte de um familiar…) ou ainda a sensação de
isolamento, solidão e a ausência de horizontes ou projetos futuros podem
constituir fatores relevantes.
Não esqueçamos também a
companhia indesejável de certas perturbações do humor (depressão, perturbação
bipolar, esquizofrenia), que podem contribuir para um estado de maior
desorganização e desconforto emocional, ao fragilizarem as potenciais
competências para pensar em soluções e lidar com as adversidades, o que por sua
vez aumenta a possibilidade do desespero se tornar ainda mais intolerável.
Sabia que mais da metade das pessoas que se suicidaram, estavam deprimidas?
Estima-se ainda que o risco de suicídio ao longo da vida em pessoas com
perturbações do humor (principalmente depressão) é de 6 a 15%; com alcoolismo,
de 7 a 15%; e com esquizofrenia, de 4 a 10%.
A comunidade científica também
nos informa que a probabilidade de tentar o suicídio é duas a três vezes
superior nas mulheres, enquanto os homens apresentam uma probabilidade quatro
vezes maior de o consumarem. A escolha do método de suicídio, que pode ser
influenciada pela disponibilidade de meios, também é variável em função do gênero
feminino ou masculino.
Na verdade, talvez possa ficar
surpreendido ao se aperceber que a maioria das pessoas que pensam, tentam ou
cometem o suicídio, escolheriam outra forma de solucionar os seus problemas, se
não se encontrassem numa tal angústia que as incapacita de avaliar as suas
opções objetivamente. A sua intenção é parar a sua imensurável dor psicológica
e não pôr termo à sua vida. Dão por isso sinais de esperança de serem salvas.
Querem simplesmente fugir das duras realidades da vida e tensões com as quais
não conseguem lidar, para as quais não veem uma solução possível, nem
perspectiva de melhoria ou mudança no futuro.
O suicídio pode ser compreendido
como resultante da interação de 3 fatores: pressão/stress social, vulnerabilidade
individual e disponibilidade de meios:
Alguns números acerca das
características das pessoas que tendem a suicidar-se…
²
Mais frequente
nos homens que nas mulheres (2:1).
²
Presença de
problema psiquiátrico/psicológico em pelo menos, 93% dos casos.
²
Perturbação do
humor (depressão, bipolaridade) ou alcoolismo em 57 ‒ 86 % dos casos.
²
Doença terminal
em 4 ‒ 6% dos casos.
²
Cerca de 66%
comunicaram a intenção suicida (40% de forma clara).
²
Cerca de 33%
tiveram tentativas anteriores de suicídio.
²
Cerca de metade
não tinham contatado técnicos de saúde mental.
²
90% tinham contatado
serviços de saúde.
Factores que aumentam a probabilidade de
suicídio
²
Modelos de
suicídio: familiares, pares sociais, histórias de ficção e/ou notícias
veiculadas pela mídia;
²
História de
suicídio, violência ou de perturbação de humor na família;
²
Tentativas
prévias de suicídio;
²
Ameaça ou ideação
suicida com plano pormenorizado elaborado;
²
Acesso fácil a
agentes letais, tais como armas de fogo ou pesticidas;
²
Presença de depressão,
esquizofrenia, alcoolismo, toxicodependência e perturbações de personalidade;
²
Presença de
perturbações alimentares (bulimia).
²
Presença de
doenças de prognóstico reservado (HIV, cancro etc.);
²
Hospitalizações
frequentes, psiquiátricas ou não;
²
Ter entre 15 e 24
anos ou mais de 45; Depressão;
²
Desemprego ou
dificuldades econômicas que alteram o estatuto familiar;
²
Problemas no
trabalho;
²
Morte do cônjuge
ou de amigos íntimos;
²
Família atual
desagregada: por separação, divórcio ou viuvez;
²
Perdas precoces
de pessoas importantes (pais, irmãos, cônjuge, filhos);
²
Falta de apoio
familiar e/ou social;
²
Ausência de projetos
de vida;
²
Desesperança
contínua e acentuada;
²
Culpabilidade
elevada por atos praticados ou experiências passadas;
²
Ausência de crenças
religiosas;
²
Mudança de
residência;
²
Emigração;
²
Reforma;
²
Ter sido alvo de
abuso sexual ou psicológico;
²
Experiência de
humilhação social recente.
Suicídio: ato planejado
ou impulsivo?
O suicídio raramente é uma
decisão repentina, apesar de amigos e familiares conceberem esse acontecimento
como algo completamente inesperado, surpreendente ou até chocante. Na maioria
dos casos, o suicídio é algo planejado – a pessoa constrói um plano, estabelece
uma data, define um método e pensa nessa possibilidade ao longo de algum tempo,
antes de tomar uma decisão definitiva.
Porém, a impulsividade é uma
característica da personalidade que interfere na tomada de decisão, ao modelar
a rapidez com que se passa do pensamento ao ato, podendo constituir um fator de
risco acrescido. Existem assim algumas situações em que o suicídio ocorre de
forma impulsiva. Perante uma dada situação, que é dolorosa e intolerável, a
pessoa toma uma decisão imediata, precipitada e sem pensar (no sentido de
minorar a dor emocional sentida), emitindo uma resposta autodestrutiva que
conduz à consequência irreversível da morte.
Sinais de alerta
Como descrito anteriormente, a
maioria das pessoas que se suicidam, dão pistas e sinais de aviso, mas os
outros que as rodeiam não estão conscientes do seu significado nem sabem como
responder. Eis alguns exemplos de sinais de alerta, cuja detecção atempada e
intervenção eficaz poderá salvar vidas:
²
Tornar-se uma
pessoa depressiva, melancólica (apresenta uma grande tristeza, desesperança e
pessimismo, chora sistematicamente);
²
Falar muito
acerca da morte, suicídio ou de que não há razões para viver, utilizando
expressões verbais tais como “Não aguento mais”, “Já nada importa”, ou “Estou a
pensar acabar com tudo”;
²
Preparativos para
a morte: pôr os assuntos em ordem, desfazer-se/oferecer objetos ou bens
pessoais valiosos, fazer despedidas ou dizer adeus como se não voltasse a ser
visto;
²
Demonstrar uma
mudança acentuada de comportamento, atitudes e aparência;
²
Ter
comportamentos de risco, marcada impulsividade e agressividade;
²
Aumento do
consumo de álcool, droga ou fármacos;
²
Afastamento ou
isolamento social;
²
Insónia
persistente, ansiedade ou angústia permanente;
²
Apatia pouco
usual, letargia, falta de apetite;
²
Dificuldades de
relacionamento e integração na família ou no grupo;
²
Insucesso escolar
(por exemplo, quando antes era aluno interessado);
²
Automutilação.
Face a este quadro, é provável
que dê por si a reconhecer pelo menos alguns destes sintomas em pessoas que
conheça, ou até mesmo em si próprio. Note, contudo, que a lista fornecida
apenas fornece alguns exemplos de sinais que podem indiciar a presença de
ideação ou tentativa de suicídio. Naturalmente, quanto maior o número de sinais
presentes, maior o risco de suicídio, e paralelamente, maior a urgência em
procurar ajuda quanto antes.
Como intervir?
Se veio até esta página por
estar a colocar o suicídio como uma opção, queremos que saiba que não está
sozinho. A sua vida é importante e podemos ajudá-lo. Por vezes, não falar dos
problemas faz com que eles cresçam dentro de nós e conversar com alguém faz com
que eles diminuam de tamanho e facilita o encontro de soluções alternativas.
O acompanhamento individual é a
melhor forma de criarmos um espaço em que se possa sentir seguro, compreendido
e ajudado na procura de outras opções ou soluções para as suas dificuldades.
Nesse espaço, pretende-se:
²
Validar a
vivência de desespero, tristeza e sofrimento emocional enquadrando-a na sua
história de vida presente, passada e futura;
²
Compreender os
motivos que o levam a colocar o suicídio como uma opção;
²
Olhar para os
seus problemas sem os julgar, decompô-los em partes menores para que possam ser
trabalhados separadamente;
²
Analisar as
crenças subjacentes à convicção de que não existem outras alternativas de pôr
fim à dor além do sofrimento;
²
Discutir a
relação entre o que pensa, o que sente e como reage, monitorizando esses três
elementos da experiência;
²
Encontrar novas
formas de lidar com os problemas: Explorar e criar alternativas de solução que
possam existir na sua vida (que neste momento não estejam facilmente visíveis)
e desenvolver competências de confronto e resolução de problemas;
²
Desenvolver
formas eficazes e adaptativas de comunicar os seus problemas aos outros;
²
Promover o seu
sentimento de controle e eficácia pessoal;
²
Desenvolver
estratégias de relaxamento que o possam tranquilizar no seu dia-a-dia e em
situações de crise;
²
Promover a
discussão de cenários futuros mais satisfatórios.
Este é um trabalho prático, que
poderá, em alguns momentos, envolver familiares e amigos se isso for vantajoso.
Os objetivos enunciados são apenas orientadores, dado que todo o processo de
ajuda é centrado em si, nas suas características e na sua forma de ver o mundo
e pretende-se que tenha impacto não só no seu presente, como também no seu
futuro.
O que fazer quando
identificar sinais de risco?
Se veio até aqui é porque
desconfia que um amigo, um familiar, ou um conhecido seu poderá estar pensando
em suicídio, ou que inclusive já fez uma tentativa de se suicidar, e não sabe
como ajuda-lo, existem várias coisas que pode fazer por essa pessoa. Se
reconhecer os sinais que descrevemos, aqui estão algumas indicações do que
poderá fazer:
²
Em primeiro
lugar, ser um bom ouvinte é essencial – simplesmente ouça, com toda a atenção,
não apenas os fatos, mas a sua dor, medos e ansiedades. Não julgue, nem dê
conselhos ou opiniões.
²
Reconheça o seu
sofrimento, valorize o que é dito e demonstre que está disponível para ajudá-la.
É fundamental que essa pessoa saiba e sinta o quão importante ela é para si,
que a sua vida tem valor para alguém e que a sua dor emocional é compreensível
e aceitável face às suas vivências presentes.
²
Demonstre empatia
– procure compreender as coisas não do seu ponto de vista, mas segundo o ponto
de vista do outro. Não faça comparações.
²
Se essa pessoa
que o preocupa não falar abertamente do que sente ou pensa, é importante que
tome a iniciativa em conversar com ela. Diga claramente que se apercebeu que o
seu comportamento mudou (especifique que mudanças específicas observou) e que
está preocupado/a com o que possa ter causado essas mudanças.
²
Não mude de
assunto, nem faça comentários do tipo “anima-te”, “vai correr tudo bem”.
²
Não hesite em
questionar aberta e diretamente se essa equaciona a ideia de suicídio como uma
opção válida. Pode dizer algo como: “Imagino que estejas a sofrer muito, que
seja avassaladora a dor que sentes em função de toda esta situação. Estás a
considerar o suicídio como opção?”, “Parecem ser demasiados problemas para
aguentares sozinha. Pensaste no suicídio como fuga?”, “Alguma vez pensaste em
deixar tudo?” Essas questões transmitem a mensagem de que existe alguém que
compreende a sua dor psicológica e de que a pessoa não está sozinha.
Naturalmente, a abordagem a este tema sensível varia em função da situação e
relação de confiança estabelecida.
²
É importante que
a pessoa que pensa em suicídio saiba que a sua morte causaria sofrimento nas
pessoas que a rodeiam, e haveriam pessoas que sentiriam a sua falta. Por isso,
nunca é demais ter um gesto de carinho para com ela. Por vezes, a tentativa de
suicídio pode ser um pedido de ajuda que pode evitar se a pessoa compreender,
antes de tentar terminar a sua vida, que existe alguém que gosta de si, se
importa consigo.
²
Nunca deixe a
pessoa sozinha se sentir que existe perigo de ela cometer suicídio,
nomeadamente se lhe parecer que a mesma tem um plano concreto de suicídio e já
tomou decisões para o pôr em prática. Incentive-a pedir ajuda especializada (a
um hospital, médico, psicólogo, ou psiquiatra) e retire da sua proximidade
todos os objetos com que a pessoa se possa magoar. Se for necessário, chame uma
ambulância, ou outro tipo de ajuda que possa ser pertinente, rapidamente.
Como lidar com a
perda?
Se teve alguém na sua vida que
se suicidou, provavelmente sente culpa e sente que transporta consigo o peso
dessa vida perdida. É natural que sinta que podia ter agido de forma diferente,
que podia ter feito coisas diferentes. Poderá sentir que deveria ter notado os
sinais, talvez reveja constantemente os últimos tempos que passou com essa
pessoa, as últimas coisas que lhe disse. Gostávamos de lhe propor que parasse
por momentos e ficasse com esta ideia: uma pessoa que se suicida está em grande
sofrimento. Enquanto amigos e familiares, podemos fazer o que está ao nosso
alcance para demonstrar a importância que a vida dessa pessoa tem para nós. Mas
muitas vezes os sinais são difíceis de detectar, e mesmo que os tivesse
reconhecido, isso não seria uma garantia de que as coisas teriam sido diferentes.
Em último caso, a decisão é sempre da pessoa que comete o ato – a culpa não é
sua. A responsabilidade pelo que aconteceu, não estava nas suas mãos.
Se o conteúdo desta página o
toca diretamente, e se se identifica com estes sinais ou conhece alguém nesta
situação, peça ajuda. Existem várias entidades (CVV) e pessoas prontas para lhe
prestar toda a ajuda necessária, que respeitarão as suas ideias, as suas
crenças, os seus problemas e respeitarão, acima de tudo, o seu valor enquanto
pessoa. Por isso, antes de escolher uma opção irreversível, dê pelo menos uma
oportunidade a si mesmo de experimentar uma solução diferente. Estamos
disponíveis para si – a sua vida é importante para nós.
Alguns mitos sobre suicídio:
Mito: As
pessoas que falam sobre o suicídio não vão realmente cometê-lo só querem chamar
a atenção, não devemos dar importância.
Realidade:
Não, é essencial estar atento ao que a pessoa diz – o fato de falar em suicídio
é um sinal de alerta. É um pedido de ajuda, uma forma de comunicar o seu
sofrimento, e não apenas uma chamada de atenção. É importante aceitar,
compreender e valorizar o que a pessoa sente.
Mito: A
pessoa que fala em suicídio quer mesmo morrer e está decidida a matar-se,
independentemente do que façamos.
Realidade:
Quando alguém fala em suicídio, é importante reconhecer a dor da pessoa, porque
ela está a pedir ajuda e podemos ainda estar a tempo de ajudá-la de alguma
forma.
Mito: Quando
alguém sobrevive a uma tentativa de suicídio, está fora de perigo.
Realidade:
Na verdade, a existência de tentativas prévias de suicídio é um fator de risco
que aumenta a probabilidade da pessoa tornar a tentar suicidar-se.
Mito: O
suicídio é hereditário.
Realidade:
Não existem estudos com resultados claros, e de fato a existência de suicídios
na família pode ser um fator de risco a considerar. No entanto, existem muitos
outros fatores que interferem na tomada de decisão, não sendo a hereditariedade
o fator mais determinante.
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