Nasceu no dia 13 de julho de
1888, na cidade de Uruguaiana, Estado do Rio Grande do Sul. Desencarnou em 11
de julho de 1932.
Foram seus pais Godofredo
Velloso da Silveira e D. Bernardina Silveira. Consorciou-se com Josefino da
Silva Morais, cujo matrimônio durou 28 anos e do qual não tiveram filhos.
Para os seus irmãos, em número
de oito, sempre dispensou carinho, amparo e sustentação, visto ser a irmã mais
idosa da família. Esposa, filha, irmã e amiga, sua dedicação era uma perene
demonstração do elevado grau de espiritualidade assumido, a tudo atendendo com
a máxima solicitude e altruísmo. Em todos os seus atos, mesmo nos mais
singelos, deixava transparecer a grandeza de sua alma de escol, não permitindo
que seus gestos de abnegação fossem enaltecidos ou mesmo percebidos por aqueles
a quem servia, pois se considerava obrigada a dar de si, sem que lhe devessem
gratidão ou reconhecimento.
Tornando-se espírita, encontrou
dentro da Doutrina as mais belas e elevadas oportunidades de servir ao próximo,
servindo dessa forma ao nosso Pai Celestial.
Fundando a Instituição
Legionárias de Maria, na cidade do Rio de Janeiro, a 5 de janeiro de 1928,
sociedade de socorro à pobreza envergonhada, ela se tornou, para seus
companheiros de lides espiríticas, o exemplo vivo, do maior objetivo que o ser
humano pode realizar na Terra: servir ao próximo, procurando despertá-lo para
os surtos do progresso espiritual, não só através de palavras, mas com o
exemplo nobilitante de atos de superioridade moral — amando muito, perdoando
sempre, auxiliando o seu semelhante, no lar, na comunidade espírita e em muitas
e variadas fases da vida no mundo. Envolvia a todos que dela se aproximavam na
aura irradiante de sua fé inquebrantável, incutindo-lhes a certeza da
imortalidade da alma e da existência de um Pai que preside a todas as coisas,
fazendo-o através de palavras penetrantes e esclarecedoras, fundamentadas no
exemplo que sabia tão bem propiciar.
Apesar de bastante enferma e com
o corpo minado por insidiosa moléstia que a consumia, subia religiosamente,
todas as semanas, a ladeira de um hospital em Cascadura, para levar alento,
conforto, esperança e fé a uma multidão de criaturas abandonadas, que jaziam no
isolamento daquele nosocômio, prestes a abandonar a vida terrena. Suas
palavras, impregnadas de sinceridade e com base nos ensinamentos evangélicos,
envolviam a todos os seres carentes de sustentação espiritual na hora da
desencarnação. Quantas cenas edificantes e maravilhosas se passaram naquele
ambiente de dor, esquecido pela maioria dos homens! Só Deus poderá julgar e
avaliar o trabalho extraordinário dessa extraordinária mulher.
Desejosa sempre de ver o
progresso do seu semelhante, incentivava muitas pessoas a comparecerem às
explanações doutrinárias nas sessões de estudos do Centro Espírita
"Fernandes Figueira", em Todos os Santos, sob cujos auspícios foi
criada a Instituição Legionárias de Maria, quando na sua presidência estava o
confrade José Manoel Teixeira, já desencarnado.
Sarah Morais, via em cada ser
que socorria, em especial nas assistidas da Instituição, criaturas ligadas ao
seu coração pelos laços espirituais e com imenso carinho dirige-as ao rebanho do
Divino Pastor.
Possuía múltiplos dons
mediúnicos, principalmente a psicografia, conseguindo receber quantidade apreciável
de sonetos, poesias, quadras e mensagens que a todos enlevavam pelo cunho evangélico
e espiritual que continham.
Nos últimos anos de sua
existência terrena, esqueceu-se totalmente de si, consagrando-se devotadamente
ao serviço de amparo ao próximo. Incompreendida, como acontece com todos os que
têm algo de superior a realizar na Terra, foi objeto de censuras e críticas por
parte daqueles que não podiam alcançar a sublimidade da missão que lhe coubera
por partilha, em sua jornada terrena. Jamais se queixava das dores físicas ou
morais, pelas quais passava, respondendo sempre quando inquirida: "Vou melhor do que mereço".
Desta forma passou por este mundo sem jamais dar qualquer demonstração de
fraqueza, pois, mesmo em seu leito de dor ainda conseguia dispensar conselhos e
orientação para todos aqueles que buscavam soluções para seus problemas
íntimos.
No dia 11 de julho de 1932,
desencarnou essa denodada seareira espírita deixando por escrito várias
disposições que deveriam ser tomadas, dentre elas: de não velarem o seu corpo que
deveria ser costurado num lençol e sair do próprio quarto onde desencarnasse
para o túmulo; não desejava preces pagas nem flores compradas, preferia que
oferecessem os valores das mesmas para os pobres; que ninguém usasse luto, pois
tinha a certeza plena de que uma nova vida a aguardava, onde poderia continuar
as tarefas iniciadas na Terra, quando poderia concretizar seu sonho no infinito
campo da caridade cristã.
[1] Personagens do
Espiritismo - Antônio de Souza Lucena
e Paulo Alves Godoy
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