A FÉ RACIOCINADA - Por Alex Bonafini
Jorge Hessen - jorgehessen@gmail.com
Há poucos dias, um reconhecido
divulgador do Espiritismo, utilizou-se das redes sociais para confessar que
“não era mais espírita”. Ouvimos suas razões pelo “youtube” e percebemos a sua
ingenuidade, motivo pelo qual deliberamos comentar seu ato. Todavia, antes de
explanar sobre a deserção do propagandista insurgente e “ex-espírita”,
asseguramos que não existe no dicionário kardequiano o termo “ex-espírita”. Até
porque, uma vez ESPÍRITA, jamais serão desintegrados os ensinos revelados pelos
Espíritos aos que foram racionalmente abrangidos. Portanto, os que se assumem
“ex-espíritas” jamais foram ESPÍRITAS.
Em Obras Póstumas encontramos o
artigo “Desertores”, nele aprendemos que “entre os ESPÍRITAS convictos, não há
deserções, na lídima acepção do termo, visto como aquele que desertasse por
motivo de interesse ou qualquer outro, nunca teria sido sinceramente ESPÍRITA;
pode, entretanto, haver desânimos. Pode dar-se que a coragem e a perseverança
fraqueiem diante de uma decepção, de uma ambição frustrada, de uma preeminência
não alcançada, de uma ferida no amor-próprio, de uma prova difícil[2].”
Se alguns “ex-espíritas”
desertaram, aniquilando o ideal, admitindo extinguir a chama da Doutrina dos
Espíritos sob qualquer pretexto, segundo as contingências históricas, podemos
afiançar-lhes que o Espiritismo permanecerá despontando sucessivamente por meio
de diversos instrumentos de desenvolvimento e expansão. Isto quer dizer que o
Espiritismo prosseguirá sempre, conquanto alguns, às vezes, abandonem a luta ou
retrocedam, devido às conveniências particularíssimas.
Digam o que disserem, ou façam o
que fizerem ninguém será capaz de privar o Espiritismo do seu caráter
revelador, da sua filosofia racional e lógica, da sua moral consoladora e
regeneradora. Qualquer oposição é impotente contra a evidência, que
inevitavelmente triunfa pela força mesma das coisas.
Muitos antagonistas de Kardec
acreditavam que o Espiritismo se extinguiria por causa dos “espíritas” que se
envolviam em desordem, arrogância ou deserção, onde centros espíritas se
esvaziavam ou até fechavam as suas portas, entretanto os Espíritos não ficaram
imóveis ou ociosos, ao contrário, solucionaram de maneira objetiva, provocando
novos fenômenos e fatos transcendentes, a fim de manterem desperta as mentes
humanas sob a pujante luz do Consolador Prometido.
É óbvio que alguém que
verdadeiramente estuda e busca o aperfeiçoamento moral dentro dos ensinamentos
do Espiritismo jamais (nunca mesmo!) será mental , intelectual e
sentimentalmente a mesma pessoa. O Espiritismo não impõe nada, pelo contrário,
expõe! Se é certo que todas as grandes ideias contam apóstolos fervorosos e
dedicados, não menos certo é que mesmo as melhores dentre as ideias têm seus
desertores. O Espiritismo não podia escapar aos efeitos da fraqueza humana.
Alguns “ex-espíritas” por algum
tempo pregaram a união, semeando a separação; habilmente levantaram questões
importunas e ferinas; despertaram o despeito da preponderância entre os
diferentes grupos. Em verdade, todas as doutrinas têm tido seu Judas; o
Espiritismo não poderia deixar de ter os seus e eles ainda não lhe faltaram. Kardec
chamava-os de “espíritas de contrabando”, mas que também foram de alguma
utilidade: ensinaram ao verdadeiro ESPÍRITA a ser prudente, circunspeto e a não
se fiar nas aparências. Sem dúvida, podem os tais “ex-espíritas” terem sido
crentes, mas, sem contestação, foram crentes egoístas, nos quais a fé racional
não ateou o fogo sagrado do devotamento e da abnegação.
Aos que lutam com coragem e
perseverança, cujo devotamento é sincero e sem ideias preconcebidas, os Bons
Espíritos protegem manifestamente. É verdade! Os Bons Espíritos ajudam-nos a
vencer os obstáculos e suavizam as provas que não possamos evitar-lhes, ao
passo que, não menos manifestamente, abandonam os que desertam e sacrificam a
causa da verdade às suas ambições pessoais e mesquinhas.
Quem sabe possamos também chamar
de desertores os que pregam virtudes religiosas e sociais, acolhendo-se em
trincheiras de usura, os que levantam casas de socorro, desviando recursos que
deveriam ser aplicados para sanar as dores do próximo, as mães que, sem motivo,
emudecem as trompas da vida no santuário do próprio corpo, embriagando-se de
prazeres que vão estuar na loucura, os que passam as horas censurando atitudes
de outrem, olvidando os deveres que lhes competem os que condenam e amaldiçoam,
ao invés de compreender e abençoar, os que perderam a simplicidade e precisam
de uma torre de marfim para viver.
Quando perpetramos a deserção
voluntária dos nossos deveres, diante das leis que nos governam, decerto que
imprimimos determinadas deformidades no corpo espiritual. Benfeitores da Vida
Maior são unânimes em declarar que, em todas as ocasiões nas quais sejamos impulsionados
a desertar das experiências a que Deus nos destinou na vida terrestre, devemos
recorrer à oração, ao trabalho, aos métodos de autodefesa e a todos os meios
possíveis da reta consciência, em auxílio de nossa fortaleza e tranquilidade,
de modo a fugirmos do profundo poço da irrealização pessoal.
[1] https://gecasadocaminhosv.blogspot.com.br/2017/09/eu-nao-sou-mais-espirita-ex-espirita.html
[2] KARDEC, Allan. Obras Póstumas, Os desertores, RJ: Ed
FEB, 2001
Os que se dizem ex-espíritas,ingressaram na doutrina para ver se se tornavam médiuns famosos,(ex:chico,divaldo,raul teixeira.muita pretensão)como não tinha predisposição,nem a vontade de estudar com assiduidade para que pudessem vir a serem cogitados pelos mentores a desenvolverem a mediunidade,porém como não tinham essa tênue vontade,acham que por não conseguirem realizar os fenômenos por si,os outros são fraudes.São pessoas que acham que estudando por x anos irão tornar-se médiuns,são aqueles que não querem trabalhar para o próximo,querem trabalhar para se auto promover.Essa é mina opinião.
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