Nascido no dia 20 de janeiro de 1891,
na cidade do Rio de Janeiro, vindo a desencarnar na mesma cidade, no dia 20 de
julho de 1973.
Era filho do General Silvestre
Rodrigues da Silva Travassos e Dna. Maria José de Araújo Travassos, tendo se
casado, em 1912, com Dna. Felismina Duarte de Oliveira Travassos.
Ingressou na Escola Militar de
Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em 1908, saindo Aspirante em 2 de janeiro de
1911, fazendo brilhante carreira militar até o generalato. 2º. Tenente, em
1915, 1º. Tenente, em 1920, Capitão, em 1925, Major, em 1933, Tenente-Coronel
(por merecimento), em 1938, Coronel (por merecimento), em 1941,
General-de-Brigada, em 1946, General-de-Divisão, em 1951 e General-de-Exército,
em 1952, posto em que foi transferido para Reserva. Posteriormente à sua transferência
para a Reserva, foi promovido a Marechal.
Teve os seguintes comandos:
Participou da Campanha do Contestado, 1914/1915; Comandante do 8º. BC-São
Leopoldo, em Rezende, 1939. Serviu no Estado-Maior do Exército, 1940, Professor
da Escola de Estado Maior, 1941, Comandante da Escola Preparatória de Cadetes
do Ceará, 1942/1943, Comandante da Escola Militar do Realengo, 1943/1944,
Comandante do Depósito do Pessoal da FEB, embarcando para a Zona de Operações de
Guerra, em Nápoles, na Itália, de 1944 a 1945. Comissões como Oficial-General:
Comandante da 5ª. Região Militar, 1947, Comandante do CAER, 1948, Diretor de
Ensino do Exército, onde realizou vários Simpósios e Seminários para reforma
total do ensino no Exército. Juntamente com o General José Pessoa, criou a
Academia Militar de Agulhas Negras, tendo sido o seu 1º. Comandante, e, com o
mesmo companheiro, foi designado para indicar o local onde deveria ser
construída a nova Capital do Brasil (Brasília). Fato interessante se deu nessa
oportunidade, podendo-se considerar de caráter mediúnico. Ao chegarem ao ponto
pré-estabelecido, lá depararam com uma inscrição relativa a uma profecia de Dom
Bosco segundo a qual, exatamente ali nasceria uma civilização de onde emanaria
mel e leite para toda a Humanidade (segundo se sabe, na linguagem simbólica dos
clarividentes, mel e leite significam sabedoria espiritual). No Exército fez os
seguintes cursos: Infantaria e Cavalaria, Aperfeiçoamento e de Estado-Maior.
Recebeu inúmeras medalhas e condecorações.
Por longos anos presidiu a ABE
"Associação Brasileira de Educação". Jornalista profissional,
pertenceu ao quadro de redatores do Jornal do Brasil durante muitos anos,
colaborando ainda em outros periódicos, como: "Defesa Nacional" e
"O Estado de S. Paulo". Sua obra literária, ressalta importantes
aspectos da Geopolítica Brasileira, com os seguintes volumes: "Aspectos
Geográficos Sul-Americanos", 1933, "Projeção Continental do
Brasil", 1938 e "Introdução à Geografia das Comunicações Brasileiras",
1942. Alguns de seus livros inspiraram o aproveitamento do Rio São Francisco e
segundo o próprio Ministro da Educação, a Transamazônica.
Nasceu em lar espírita, onde seu
pai costumava realizar uma sessão de caráter experimental com os familiares. Em
sua juventude, passou a estudar a Doutrina, à Luz da Codificação Kardequiana,
para a qual se sentiu inclinado diante dos argumentos de "O Livro dos Espíritos" e de "O Evangelho Segundo o Espiritismo",
passando a adotar os seus princípios morais.
Na década de 1920, conheceu
Viana de Carvalho, um dos maiores tribunos da Doutrina Espírita de todas as
épocas, o qual iniciava uma campanha de evangelização da infância, com as
chamadas "Aulas de Moral Cristã". O Marechal Mário Travassos entusiasmou-se
pelo assunto, colaborando muito nesse setor, sendo mesmo um dos pioneiros do
movimento de evangelização da infância no meio espírita.
Orador fluente, era convidado
constantemente para conferências no Rio de Janeiro e Estados vizinhos, pregando
Doutrina Espírita e Evangelho. Deolindo Amorim o convidou para ser um dos
professores do Instituto de Cultura Espírita do Brasil, no qual ministrou aulas
de Doutrina por muitos anos. Foi Vice-Presidente da Cruzada dos Militares
Espíritas, por anos seguidos e o iniciador das Semanas Maurícias. Idealizou o
Dicionário Espírita, quando colaborava no Grupo Espírita
"Regeneração", ministrando aulas de Doutrina Espírita, baseado em
"O Livro dos Espíritos".
Foi um dos expositores de um Círculo de Cultura Espírita, que até hoje se
realiza no Grupo Espírita "Discípulos de Samuel" em Aldeia Campista.
No dia 30 de junho de 1953, juntamente com Luiz Antônio Mileco e Marcos Vinícius
Teles, fundava a SPLEB - Sociedade Pró-Livro Espírita em Braille, realizando o
seu primeiro anteprojeto de Estatuto.
Durante 20 anos, foi o seu
Presidente e membro vitalício de seu Conselho. Essa Sociedade tem por
finalidade editar e distribuir gratuitamente livros espíritas em Braille, a
todas as Sociedades de Cegos do Brasil, já tendo editado em Braile quase toda
obra de Allan Kardec, exceto "Obras Póstumas" e a "Revista Espírita".
Editou também, "O Consolador" de Emmanuel e "Biografias de
Grandes Vultos do Espiritismo". Para o Braille, foram passadas várias
obras espíritas, espiritualistas e de cultura geral, destinadas às bibliotecas
das Sociedades. Em 1953, realizou o Primeiro Congresso de Cegos Espíritas, no
Rio de Janeiro, o primeiro congresso nesse gênero de que se tem notícias. Com o
seu prestígio pessoal muito contribuiu para o desenvolvimento da SPLEB,
inclusive dotando-a de sede própria.
O Marechal Mário Travassos era
um idealista, amava Jesus com todas as veras de seu grande coração e procurava
segui-lo através de Seu Evangelho de Amor Penalizado da prova dos cegos,
desejando minorar-lhes os sofrimentos, dedicou-se de corpo e alma ao estudo do
Braille, para que através da leitura das obras espíritas, principalmente dos livros
da Codificação Kardequiana pudessem compreender a bondade infinita de Deus, e
pela lei da reencarnação, descobrissem o porquê de suas deficiências físicas.
O seu corpo foi velado por
parentes e amigos, além de uma guarda de honra constituída por Cadetes da
Academia Militar de Agulhas Negras. Ao seu sepultamento compareceram inúmeros oficiais,
generais e militares de várias categorias, grande número de representantes de
Instituições Espíritas. Antes da saída do féretro, Luiz Antônio Mileco, seu
companheiro de todas as horas, fez breve alocução exaltando as qualidades
militares e espíritas do insigne confrade, terminando com sentida prece a Jesus,
rogando amparo e luz, para o companheiro que partiu.
[1] Personagens do
Espiritismo - Antônio de Souza Lucena
e Paulo Alves Godoy
Nenhum comentário:
Postar um comentário