quarta-feira, 28 de junho de 2017

ALGUMAS IDÉIAS QUE EINSTEIN FAZIA SOBRE DEUS[1]



Jorge Hessen


No século XIX Kardec indagou dos Espíritos: Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?
- Num axioma que aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a  causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá. Responderam os Espíritos [2]. 
A nossa compreensão de Deus muda na mesma proporção em que a nossa percepção sobre a vida se amplia. É uma tarefa difícil, quando o limitado tenta alcançar o Ilimitado, ou o finito entender o Infinito. Assim somos nós diante de Deus. As opiniões científicas ainda estão divididas quanto à origem do universo, mas há unanimidade num ponto, existe ordem no universo.
E “Sendo Deus a essência divina por excelência, unicamente os Espíritos que atingiram o mais alto grau de desmaterialização o podem perceber” [3]. Assinalamos aqui uma pequena digressão: é interessante notar que geralmente, nós imaginamos Deus como alguma coisa absolutamente externa. Pensamos em Deus como um ser ou algo separado de nós, advindo muitos conflitos.
Ora! Se o Todo-Poderoso também está dentro de nós, podemos mudar por nossa própria vontade. Mas se acreditamos que o Pai celestial está exclusivamente do lado externo, então supomos que só Ele pode nos mudar e não nos transformamos pela nossa própria vontade. Achamo-nos então, constantemente, em presença da Divindade; nenhuma das nossas ações lhe podem subtrair ao olhar; o nosso pensamento está em contato ininterrupto com o seu pensamento, havendo, pois, razão para dizer-se que Deus vê os mais profundos refolhos do nosso coração.
Albert Einstein, físico alemão de origem judaica que dispensa apresentações quando, em 1921, perguntado pelo rabino H. Goldstein, de New York, se acreditava em Deus, respondeu: “Acredito no Deus de Spinoza [vide neste blog Deus, segundo Baruch Spinoza (Deus falando com você)], que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pela sorte e pelas ações dos homens” [4]·.
Nesta mesma ocasião, muitos líderes religiosos diziam que a teoria da relatividade “encobre com um manto o horrível fantasma do ateísmo, e obscurece especulações, produzindo uma dúvida universal sobre Deus e sua criação” [5]. Tese que discordamos integralmente , pois Einstein confessou a um assistente que no fundo, seu único interesse era descobrir se no instante da criação Deus teve escolha de fazer um universo diferente e, caso tenha tido opção, por que é que decidiu criar esse universo singular que conhecemos e não outro qualquer? Dizia ainda, Minha religião consiste em humilde admiração do espírito superior e ilimitado que se revela nos menores detalhes que podemos perceber em nossos espíritos frágeis e incertos. Essa convicção, profundamente emocional na presença de um poder racionalmente superior, que se revela no incompreensível universo, é a ideias que faço de Deus[6].
Outros cientistas expunham que da megaestrutura dos astros à infraestrutura subatômica, tudo está mergulhado na substância viva da mente de Deus. O físico americano Paul Davies no seu livro intitulado Deus e a Nova Física afirma categoricamente que o universo foi desenhado por uma consciência cósmica[7]. O Universo, portanto, constituídos por esses milhões de sóis, regido por leis universais, imutáveis, completas, às quais se acham sujeitas todas as criaturas, é a exteriorização do Pensamento Divino. Portanto, o Criador “É” Único…
Fonte: A Luz na Mente


[2] Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio [de Janeiro]: FEB, 1994, Questão 4.
[3] Kardec, Allan. A Gênese, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, Cap. II – A Providência, item 34.
[4] Citado em Golgher, I. O Universo Físico e humano e Albert Einstein, B.H: Oficina de Livros, 1991, p. 304.
[5] Citado em Idem, ibidem, pp 304-305.
[6] Einstein Albert. Extraído do livro “As mais belas orações de todos os tempos”.
[7] Davies, Paul. Deus e a Nova Física, Lisboa: Edições 70, 1986, p. 157.

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