MARIA ANGELA MIRANDA[2]
- Londrina, PR (Brasil)
O
egoísmo não consiste em vivermos conforme os nossos desejos, mas sim em
exigirmos
que
os outros vivam da forma que nós gostaríamos. O altruísmo consiste em deixarmos
todo
o
mundo viver do jeito que bem quiser.
Oscar
Wilde
Tomás de Aquino diz que tolerância é o mesmo
que paciência.
E paciência é uma virtude do ser
humano baseada no autocontrole emocional. Paciência é a capacidade de aceitarmos a vida com bom humor; de suportar
situações desagradáveis, comportamentos que nos incomodam; atitudes, gostos,
preferências e opiniões que não são compatíveis com as nossas sem perdermos a
calma e a concentração. É olharmos para o mundo com amor, com aceitação.
Tolerância é a aceitação das diferenças. Nós,
os seres humanos, necessitamos de laços afetivos, de sermos aceitos, de sermos
amados. Mas, para construirmos laços afetivos, é fundamental o exercício
constante da tolerância. Não amamos ou somos amados à primeira vista, o amor é
uma construção delicada e diária. Para ser fundamentado em bases sólidas,
precisamos conhecer quem somos, quais são nossos limites, aprendermos a tolerar
hábitos, atitudes, comportamentos, sentimentos e escolhas que não são as
nossas, olharmos para o outro com amor, com aceitação.
Saber tolerar o outro é querer entender,
aprender e aceitar a capacidade de raciocínio e de sentimento do outro. Tolerar
é aceitar que ninguém está com a verdade absoluta, é querer absorver novas
experiências, novas ideias, é construir um novo saber.
No convívio social, para interagirmos com os
demais, necessitamos de tolerância. O ser humano não é bom por natureza, ele
pode se tornar bom se tiver disposição para isso, vive em busca de
aperfeiçoamento, de se tornar melhor, isto significa que o ser humano não é
perfeito. Para sermos aceitos como somos, e necessário que aceitemos o outro
como ele é, que sejamos tolerantes com os que pensam, sentem ou agem diferente
de nós.
Aprender a observar a realidade pessoal e a
realidade da sociedade nos leva a entender a importância de se respeitar o
limite que existe nas individualidades. Não podemos perder tempo encontrando
defeitos onde existem apenas características. São as características que nos
tornam únicos, mas não perfeitos. Portanto, temos que ser tolerantes conosco e
com o próximo.
A fome, a pobreza, a marginalização e o
terrorismo são resultados de situações de profunda intolerância e focos de
novas atitudes de intolerância e violência. A tolerância deve ser uma ação
solidária na superação das desigualdades, deve ser o reconhecimento das
diversidades sociais, religiosas, sexuais, étnicas. O único caminho para
acalmarmos nossas inquietações é através da tolerância. Ela nos transforma e
permite que juntos construamos o mundo que desejamos.
Não
julgues esse ou aquele companheiro ignorante ou desinformado, portanto, se
aprendeste
a
ouvir, já sabes compreender.
Emmanuel
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