segunda-feira, 6 de março de 2017

Carmini Mirabelli [1]


 
Mirabelli nasceu em 02 de janeiro de 1889, em Botucatu, São Paulo. Famoso por sua mediunidade, era filho de imigrantes italianos. Muito jovem ainda, transferiu residência para a capital paulista e conseguiu emprego na Casa de Calçados Clark.
Certo dia, tudo se transformou em sua vida. Era subgerente de uma das lojas Clark e, então, aconteceram os fenômenos. As caixas de sapato voavam das prateleiras, como se tivessem asas; estabeleceu-se no ambiente um verdadeiro pandemônio. Toda a imprensa de São Paulo se mobilizou, registrando com sensacionalismo os fatos, que nem o próprio Mirabelli conhecia. Uma verdadeira multidão se plantava nas imediações da loja. Foi chamado um sacerdote para o exorcismo, pois a imprensa tudo considerava como façanhas do demônio. Policiais foram convocados para guardar a loja, que permaneceu fechada por vários dias, sem encontrar a razão daquela brincadeira de mau gosto.
Quando descobriram que só com a presença de Mirabelli ocorriam os fenômenos, ele foi dispensado e tudo voltou ao normal.
Muito competente no ramo de sapatos, conseguiu novo emprego na Cia. de Sapatos Vilaça, passando a ocorrer ali os mesmos fenômenos. Resolveram interná-lo no Sanatório de Juqueri, pois, a essa altura, os fenômenos se repetiam assustadoramente. Depois de apurados exames, os médicos lhe deram alta, pois nada apresentava para que fosse considerado um doente mental.
Mirabelli transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde um grupo de espíritas e cientistas iniciou um trabalho de pesquisa em torno da sua mediunidade de efeitos físicos.
A partir daí, foi alvo de toda espécie de provas por famosos cientistas, nacionais e estrangeiros. Produziu fenômenos de materialização de Espíritos à luz do dia, fenômenos de levitação, de transportes, de voz direta e tantos outros, submetendo-se a toda sorte de pesquisa, com a maior seriedade, em ambientes pré-determinados. E os fenômenos se repetiam.
Os fatos foram tão interessantes que o Presidente Washington Luiz e o Governador de São Paulo, Dr. Lacerda Franco, se propuseram a assistir a algumas sessões com o médium.
Dr. Carlos Frederico Spiccaci escreveu: "Professo o mais puro materialismo, porém, diante dos fatos que presenciei, sinto-me abalado e recorro aos sábios e materialistas para me explicarem todo esse manancial de fenômenos que pesquisei com a maior seriedade, no desejo de esclarecer a verdade".
O Professor Eurico de Góes escreveu o livro “Prodígios da Biopsíquica” obtidos com o médium Mirabelli, de 472 páginas, em 1937, no qual inseriu depoimentos de cientistas do mais alto gabarito.
Carmini Mirabelli desencarnou na capital de São Paulo, em 30 de abril de 1951.

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