Richard Simonetti
Diante do agonizante o
sentimento mais forte naqueles que se ligam a ele afetivamente é o de perda
pessoal.
"Meu marido não pode
morrer! Ele é o meu apoio, minha segurança!"
"Minha esposa querida! Não
me deixe. Não poderei viver sem você!"
"Meu filho, meu filho! Não
se vá! Você é muito jovem! Que será de minha velhice sem o seu amparo?"
Curiosamente, ninguém pensa no
moribundo.
Mesmo os que aceitam a vida
além‐túmulo multiplicam‐se em vigílias e orações, recusando admitir a separação.
Esse comportamento ultrapassa os limites da afetividade, desembocando no velho
egoísmo humano, algo parecido com o presidiário que se recusa a aceitar a ideia
de que seu companheiro de prisão vai ser libertado.
O exacerbamento da mágoa, em
gestos de inconformação e desespero, gera fios fluídicos (ver https://www.youtube.com/watch?v=saWecab-7Tk
) que tecem uma espécie de teia de retenção, a promover a sustentação artificial
da vida física. Semelhantes vibrações não evitarão a morte.
Apenas a retardarão, submetendo
o desencarnante a uma carga maior de sofrimentos.
É natural que, diante de sério
problema físico a se abater sobre alguém muito caro ao nosso coração, experimentemos
apreensão e angústia. Imperioso, porém, que não resvalemos para a revolta e o
desespero, que sempre complicam os problemas humanos, principalmente os relacionados
com a morte.
Quando os familiares não aceitam
a perspectiva da separação, formando a indesejável teia vibratória, os técnicos
da Espiritualidade promovem, com recursos magnéticos, uma recuperação
artificial do paciente que, "mais prá lá do que prá cá",
surpreendentemente começa a melhorar, recobrando a lucidez e ensaiando algumas
palavras...
Geralmente tal providência é
desenvolvida na madrugada. Exaustos, mas aliviados, os "retentores"
vão repousar, proclamando:
"Graças a Deus! O Senhor
ouviu nossas preces!"
Aproveitando a trégua na vigília
de retenção os benfeitores espirituais aceleram o processo desencarnatório e iniciam
o desligamento. A morte vem colher mais um passageiro para o Além.
Raros os que consideram a
necessidade de ajudar o desencarnante na traumatizante transição. Por isso é frequente
a utilização desse recurso da Espiritualidade, afastando aqueles que, além de
não ajudar, atrapalham. Existe até um ditado popular a respeito do assunto:
"Foi a melhora da morte!
Melhorou para morrer!”
[1] Quem tem medo
da Morte? - Richard Simonetti
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