Jorge Hessen[2]
Atualmente estamos atravessando
períodos instáveis na área da sexualidade e do sentimento humano. Em um artigo
publicado no Mail, David Levy, autor de ‘Love and Sex With Robots’ (Amor e sexo
com robôs, em tradução livre), diz: “Os robôs sexuais serão muito semelhantes
aos humanos em tamanho e aparência. Eles terão órgãos genitais como os dos
humanos, e será possível práticas sexuais com eles de acordo com a orientação e
as preferências sexuais do dono”. As máquinas em questão estão sendo
desenvolvidas pela empresa Abyss Creations em sua fábrica na Califórnia. O
preço estimado para o varejo é de U$ 15 mil (cerca de R$ 48 mil) [3].
Noticia-se horríveis casos de
pedofilia, zoofilia, necrofilia, febofilia, pederastia, entre outros
intermináveis tipos perversões sexuais. Atualmente há ativistas que copulam
literalmente com a natureza para “salvá-la” da destruição (!…?…) Isso mesmo!
Apareceu uma nova modalidade de comportamento sexual, o ecossexualismo, que
está se disseminando especialmente no hemisfério Norte.
Narram que os ecossexualistas
praticam o coito com árvores. Penduram-se desnudos nos galhos e arriscam chegar
à descarga orgástica. Se auto-excitam debaixo de cachoeiras ou rolam no chão,
ou na grama até atingirem o ápice do prazer.
Fomos informados sobre um tipo
de relacionamento afetivo em regime de poliamor, ou seja, os poliamantes
praticam o desejo ou a aceitação de ter mais de um relacionamento íntimo
simultaneamente com o conhecimento e consentimento de todos os envolvidos. O
praticante defende a possibilidade de se estar envolvido de modo “responsável”
em relações íntimas, profundas e eventualmente duradouras com vários parceiros
simultaneamente.
Existem os “relacionamentos
abertos”, isto é relação afetiva “estável” (habitualmente entre duas pessoas)
em que os participantes são livres para ter outros parceiros. Se for casado,
diz-se que é um “casamento aberto”. Parece que o “relacionamento aberto” e o
“poliamor” não são a mesma coisa. Em termos gerais, afirma-se que
“relacionamento aberto” refere-se a uma não exclusividade sexual na união,
enquanto o poliamor envolve a extensão desta não exclusividade para o campo
afetivo ao permitir que se criem laços emocionais exteriores à relação
primordial com certa estabilidade.
Sabemos que o comportamento na
área da sexualidade é essencial para o desenvolvimento individual, interpessoal
e social. Também sabemos que os direitos sexuais são direitos humanos
universais baseados na liberdade inerente, dignidade e igualdade para todos os
seres humanos.
Conhecemos as leis humanas e
sabemos do direito à liberdade sexual, à autonomia, à integridade, à segurança
do corpo, à privacidade, à igualdade, à expressão sexual, à livre associação
sexual, às escolhas reprodutivas livres e responsáveis, à informação baseada no
conhecimento científico, à educação, à saúde sexual.
Não estamos aqui para lançar
censuras a tais “direitos”, mas cumpre-nos lembrar e advertir que no Livro do
Levítico, a Lei de Moisés constrói o estatuto referente às práticas sexuais,
determinando as proibidas, as abomináveis e as impuras[4].
Sem embargo, contudo, compreendemos que as Leis de Deus estão inscritas na
consciência de cada um.
Sobre o tema sexualidade,
Emmanuel desenvolve conceitos doutrinários a fim de explicar que as teorias ao
redor do sexo foram objeto de sensatas explicações por Kardec no Século XIX, na
previsão dos choques de opinião, em matéria afetiva, que a Humanidade de agora
enfrenta. O mentor de Chico Xavier sintetizou todas as divagações nas regras
seguintes: Não proibição, mas educação. Não abstinência imposta, mas emprego
digno, com o devido respeito aos outros e a si mesmo. Não indisciplina, mas
controle. Não impulso livre, mas responsabilidade. Fora disso, é teorizar
simplesmente, para depois aprender ou reaprender com a experiência[5].
Portanto, sem educação, sem
controle, sem disciplina, sem emprego digno, será enganar-nos, sofrer e
recomeçar a obra da sublimação pessoal, tantas vezes quantas se fizerem
precisas, pelos mecanismos da reencarnação, até porque o emprego do sexo, ante
a luz do amor e da vida, é assunto pertinente à consciência de cada um.
Admoesta o autor de “Vida e Sexo”
que em matéria de comportamento sexual todos nós nos achamos muito longe da
meta por alcançar. Se alguém nos parece cair, sob enganos do sentimento,
devemos silenciar e esperar. Se alguém se nos afigura tombar em delinquência
por desvarios do coração devemos esperar e silenciar[6].
Devemos calar as nossas
possíveis acusações ante as supostas culpas alheias, porquanto nenhum de nós,
por agora, é capaz de medir a parte de responsabilidade que nos compete a cada
um nas irreflexões e desequilíbrios dos outros. Não dispomos de recursos para
examinar as consciências alheias, e cada um de nós, ante a Sabedoria Divina, é
um caso particular, em matéria de amor, reclamando compreensão[7].
Diante de toda e qualquer
desarmonia do mundo afetivo, seja com quem for e como for, coloquemo-nos, em
pensamento, no lugar dos acusados, analisando as nossas tendências mais íntimas
e, após verificarmos se estamos em condições de censurar alguém, escutemos no
âmago da consciência o apelo inolvidável do Cristo: “Amaivos uns aos outros,
como eu vos amei” [8].
[2] Fonte: A Luz na
Mente
[3] Disponível em https://br.noticias.yahoo.com/conhe%C3%A7a-os-rob%C3%B4s-sexuais-que-ser%C3%A3o-lan%C3%A7ados-em-092237759.html
acesso 09/11/2016
[4] Lv 18, 26-30
[5] Xavier, Francisco Cândido. Vida e Sexo, RJ: Ed. FEB,
1977
[6] Idem
[7] Idem
[8] Jo. 13, 14
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