Richard Simonetti
“Há
muito luto contra o vício de roubar. Pertences alheios fascinam-me. Já fui
pobre, rico e não venci o vício. Na pobreza dou sempre desculpas de que me
falta tudo. Porém, encarnado rico, roubei, apoderei-me de bens de minha mãe,
irmãos, organizei quadrilha e muito roubei. Ainda bem que distribuí muita
esmola e ajudei a muitos, porém, não anulei minhas faltas. Minha vida tem sido
assim, roubo, sofro, arrependo, faço propósito de corrigir-me, volto à carne e
tudo recomeça. No corpo se esquece muito das orientações e ensinamentos. Vou
pedir, e espero conseguir, reencarnar sem os dois braços físicos. Sei que não
provarei que estou curado do vício se não puder fazê-lo. Mas acredito se ficar
uma encarnação sem as mãos, darei valor a elas, para o uso do bem”. (Depoimento
de um desencarnado)
“Se vossa mão ou vosso pé é objeto de escândalo, cortai-os e lançai-os
longe de vós; melhor será para vós que entreis na vida tendo um só pé ou uma só
mão, do que terdes dois e serdes lançados no fogo eterno. – Se vosso olho vos é
objeto de escândalo (tropeço), arrancai-o e lançai-o longe de vós; melhor para
vós será que entreis na vida tendo um só olho, do que terdes dois e serdes
precipitados no fogo do inferno”.
Segundo a expressão evangélica,
“entrar na vida”, equivale ao nascer de novo, ou reencarnar.
O espírito poderá reencarnar com
limitações físicas e mentais que inibem suas tendências inferiores e impõem o
resgate de seus débitos, a fim de que se liberte do “inferno” da consciência
culpada.
Isso não significa que cairemos
numa fogueira onde as almas ardem em sofrimento perene, sem jamais se
consumirem.
As chamas do inferno simbolizam
os tormentos da “consciência culpada”, na Terra ou no Além, é ela que nos
precipitarão ao “fogo do inferno”.
Essas labaredas ardentes
chamam-se angústia, insatisfação, tristeza, desequilíbrio, enfermidade, que nos
perturbam em face de nossos desvios do passado ou do presente.
As afirmativas de Jesus são
exageradas ou enérgicas para que o indivíduo comprometido com o mal se redima.
É como alguns termos que usamos
hoje:
Comer o fígado de alguém -
significa grande raiva.
Derramar rios de lágrimas -
significa chorar muito.
Coração de pedra - significa
grande insensibilidade etc..
Todos temos débitos do passado
que justificam quaisquer limitações. Portanto, elas se manifestam em maior ou
menor intensidade, segundo programas instituídos por Deus, guardando
compatibilidade com necessidades e nossa capacidade de enfrentar desafios.
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