quinta-feira, 31 de março de 2016

A “carne nutre a carne” – reflexões de um “onívoro” [1]


 

Jorge Hessen Artigos, 31/ago/2015


Um leitor e amigo sugeriu-me comentar sobre a alimentação carnívora. A princípio, não ignoro que a ingestão de carne deriva dos nossos vícios milenários de nutrição. Alega-se também que a nossa atual constituição física ainda depende da alimentação carnívora para a manutenção da saúde e, por consequência, da vida, pois a carne é proteína e proteína é necessária para boa formação muscular, inclusive a cardíaca. Contudo, sei que as substâncias que o nosso corpo necessita também podem ser retirados dos vegetais.
É importante saber a princípio se a alimentação animal é, com relação ao homem, contrária à lei da Natureza. Os Benfeitores disseram a Kardec que em razão “da nossa constituição física, a carne nutre a carne, do contrário morremos. A lei de conservação nos prescreve, como um dever, que mantenhamos nossas forças e saúde, para cumprir a lei do trabalho. Temos que nos alimentar conforme exige a nossa organização fisiológica [2]”. Como observamos o ser humano é onívoro [3] e inclui a necessidade de carne em sua alimentação. Foi o Criador que nos constituiu fisiologicamente necessitando de carne. O complexo é nos autoconvencermos de que um dia não necessitaremos mais da carne.
Sem dúvida que a frase “a carne nutre a carne” justifica a alimentação carnívora sem remorsos. Porém, há os que defendem que podemos nos esforçar para diminuir a ingestão da carne paulatinamente. Concordo!  Para tais vegetarianos há indícios de que a dieta carnívora potencializa o advento de inúmeras doenças que provavelmente têm menores chances de evoluir em pessoas que fazem uso da dieta vegetariana. Este é um bom argumento para a abstenção (da carne), até porque , segundo sustentam os Espíritos, “permitido é ao homem alimentar-se de tudo o que lhe não prejudique a saúde” [4]. Os abstêmios da carne afirmam que há estudos sobre o risco cardiovascular em vegetarianos e onívoros  . Constatou-se que a alimentação onívora, com excessos de proteínas e gorduras de origem animal, potencializa eventos cardiovasculares. Ao passo que as dietas à base de ovo, leite e vegetais ou só vegetais apresentaram menores riscos cardiovasculares.
Entretanto os cientistas alertaram que ainda é muito cedo para se estabelecer uma relação entre o consumo de carne vermelha e laticínios e o câncer de próstata, por exemplo, embora afirmem que as descobertas fornecem pistas para o estudo da ligação com a doença. Os abstêmios da carne garantem que a adrenalina produzida no estresse da morte, as toxinas (lixo metabólico) e a ureia que circulavam no organismo quando o animal é morto, se impregnam na carne. Fora os micro-organismos patogênicos: bactérias, vírus, protozoários (nenhum boi ou porco faz check-up antes de morrer).  Lembrando que quase a metade da carne consumida no Brasil provém de abatedouros clandestinos, portanto as condições sanitárias são uma roleta- russa, porém com todas as balas no tambor.
Será que a prática do vegetarianismo é uma demonstração de evolução espiritual e ser onívoro é, por si só, um sinal de inferioridade moral? Respondo com Chico Xavier que não dispensava um bife acebolado com arroz e feijão. Isso não é lenda, é fato! Pela narrativa dos evangelistas o próprio Cristo comia peixe. O Mestre nunca desaprovou alimento algum. Comumente recorria à figura do pastor e suas ovelhas. Ora, pergunto aqui, para que um pastor criava ovelhas? Seria só para adorno caseiro ou para engordá-las e em seguida comê-las? Se tal situação fosse censurável perante a vida, o Sublime Senhor não usaria essa metáfora, pois o pastor seria pior que o lobo.
Sim, Jesus comia peixes, portanto comia carne (peixe não é vegetal), por isso Ele mesmo advertiu que o importante não é o que entra na boca do homem, mas o que sai dela.  O que não significa aqui que a frase deva ser interpretada ao pé da letra e de modo extemporâneo para justificar o abuso da ingestão de carne, até porque o abuso é ilícito em tudo.
Apesar dos nossos vícios milenários de nutrição e os intransigentes debates em torno do assunto, não creio que comer carne possa acarretar expiações futuras. Contrariamente, a carne ainda serve de base alimentar para muita gente. Além disso, a atual tecnologia tem produzido a carne em laboratório, isso sinaliza um futuro sem frigoríficos, abatedouros e matadouros que não serão mais necessários.
Sem adentrar no mérito da decisão particular daqueles que não ingerem carne, que eu respeito profundamente, recorro a Kardec quando inquiriu aos Espíritos se era importante abster-se o homem da alimentação animal, ou de outra qualquer, por expiação. Os Benfeitores explanaram que “era meritório se tal abstenção fosse em benefício dos outros. Aos olhos de Deus, porém, só há mortificação, havendo privação séria e útil. Por isso é que qualificamos de impostores os que apenas aparentemente se privam de alguma coisa [5]”.
A Doutrina Espírita não proíbe nada; orienta com o apelo que faz à razão. É uma questão de bom-senso! Se a “carne nutre a carne” nada me obriga a parar de comê-la. Até mesmo porque não são muitas as pessoas que se despojam de alguma coisa em benefício do próximo. Os motivos de alguns abstêmios da carne, raramente são muito convincentes; os discursos tangem para filosofias espiritualistas que não têm maior aproximação com o Espiritismo.
Faço aqui uma ajuizada advertência considerando os médiuns que lidam com serviços mediúnicos de desobsessão. Segundo André Luiz, “a alimentação, durante as horas que precedem o serviço de intercâmbio espiritual, deve ser leve. Nada de estômago cheio. A digestão laboriosa consome grande parcela de energia, impedindo a função mais clara e mais ampla do pensamento, que exige segurança e leveza para exprimir-se nas atividades da desobsessão [6]”.
“Aconselháveis os pratos ligeiros e as quantidades mínimas, crendo-nos dispensados de qualquer anotação em torno da impropriedade do álcool, acrescendo observar que os amigos ainda necessitados do uso do fumo e da carne, do café e dos temperos excitantes, estão convidados a lhes reduzirem o uso, durante o dia determinado para a reunião, quando não lhes seja possível a abstenção total, compreendendo-se que a posição ideal será sempre a do participante dos trabalhos que transpõe a porta do templo sem quaisquer problemas alusivos à digestão [7]”.
 
Ver neste blog “Pesquisadores querem colocar carne artificial à venda em até 5 anos”, postado em 18/10/2016.


[2] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: ed. FEB. 2001, pergunta 723.
[3] O termo onívoro vem do latim omnis, que significa todos, e por isso alguns dizem que os onívoros são aqueles capacitados para consumir qualquer tipo de alimento. Seguindo a definição de que onívoro é o ser que se alimenta de carnes e vegetais, podemos dizer que o ser humano é onívoro, embora o hábito de comer carne seja mais ligado a fatores culturais, uma vez que o aparelho digestivo humano se assemelha mais ao dos seres herbívoros.
[4] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: ed. FEB. 2001, pergunta 722.
[5] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: ed. FEB. 2001, perg.724.
[6] XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Desobsessão, Cap. II, RJ: Ed. FEB, 1973.
[7] Idem.

quarta-feira, 30 de março de 2016

Uma explicação incomum para as marcas de nascença[1]





O universo é cheio de mistérios que desafiam o nosso conhecimento atual. Em “Além da Ciência”, o Epoch Times coleta histórias sobre alguns fenômenos estranhos para estimular a imaginação e abrir a mente para novas possibilidades. Elas são reais? Você decide.
Uma idosa faleceu na Tailândia desejando reencarnar como um menino. Sua filha, mergulhou o dedo na tinta branca e marcou a parte de trás do pescoço da mulher com a tinta.
Não muito após a morte da idosa, a filha deu à luz a um menino com uma marca branca atrás de seu pescoço, exatamente da mesma forma daquela que estava no pescoço de sua falecida mãe. Quando o menino começou a falar, passou a pedir as coisas que eram de sua avó, como se fossem dele.
Este é um dos casos relatados pelo Dr. Jim Tucker da Universidade de Virgínia no qual estuda a possibilidade de marcas de nascença estarem relacionados com mortes violentas em vidas passadas.
O Dr. Tucker tem dado continuidade ao trabalho do falecido Dr. Ian Stevenson, que investigou 210 casos de crianças com marcas ou defeitos de nascença relacionadas a memórias que possuíam de vidas passadas.
Stevenson conseguiu um relatório de pós morte em 49 casos. Em 43% dos casos, a ferida e a marca de nascença localizavam-se no corpo a uma diferença de no máximo 10 centímetros quadrados, e muitas estavam basicamente na mesma localização.
Em algumas culturas, é comum marcar os mortos com fuligem ou tinta para que sejam reconhecidos quando reencarnarem.
 Aqui, reunimos alguns exemplos de marcas de nascença relacionadas a memórias de vidas passadas estudadas por Stevenson.
Um menino nascido na Índia sem os dedos da mão direita relembrou que, em sua vida passada, havia sido uma criança que havia perdido seus dedos após ter sua mão presa em uma máquina de corte de forragem.
Um garoto na Turquia com a orelha direita malformada lembrou de ter levado um tiro mortal exatamente neste lado da cabeça.
Inclusive, um menino chamado Maha Ram na Índia, pôde relembrar que levou um tiro à queima roupa de uma espingarda.  Ele conseguiu relembrar detalhes suficientes de sua vida passada para que Stevenson encontrasse o laudo necroscópico do homem que havia reencarnado como Ram. As marcas de nascença no peito de Ram correspondem a ferimentos de bala.
Alguns relatos anedóticos de marcas de nascença de vidas passadas que não foram verificados são discutidos em um blog diariamente.
Karen Kubicko postou suas fotos com uma marca de nascença no pescoço e uma foto sua mais tarde sem a marca. Ela disse que lembrou em 2011 que havia sido, em uma vida passada, uma mulher chamada Helen que foi atingida por uma bala perdida e morreu em 1927.
A marca seria o local onde a bala teria atingido, na opinião dela. Após relembrar do fato, a marca gradualmente desapareceu.
Outra pessoa alega neste blog de discussão, que possuía uma marca atrás de sua perna. Ela relembrou que em uma vida passada havia sido mordida por uma cobra na mesma área. Alguns anos após relembrar o ocorrido, notou que a marca havia desaparecido. Ela alega que não expõe muitas vezes a área, por isso não se pode culpar o desaparecimento a elementos externos ou exposição solar.




segunda-feira, 28 de março de 2016

A prece nas reuniões espíritas[1]


 

Nos primórdios do Espiritismo não era comum orar na abertura das reuniões espíritas. Não sabemos ao certo quando a prática da oração passou a fazer parte das sessões práticas, mas não é possível ignorar que o Espírito de Santo Agostinho foi um dos primeiros Espíritos, senão o primeiro, a sugeri-la.

No cap. XXXI de O Livro dos Médiuns, no subcapítulo intitulado “Sobre as Sociedades Espíritas”, Kardec tratou do assunto, ao inserir ali importante mensagem assinada por Santo Agostinho.

Eis o teor da mensagem:

“Por que não começais as vossas sessões por uma invocação geral, uma como prece, que disponha ao recolhimento”? Porque, ficai sabendo, sem o recolhimento, só tereis comunicações levianas; os bons Espíritos só vão aonde os chamam com fervor e sinceridade. É o que ainda os homens não compreendem bastante. Cabe-vos, pois, dar o exemplo, vós que, se o quiserdes, podereis tornar-vos uma das colunas do novo edifício.

Observamos com prazer os vossos trabalhos e vos ajudamos, porém, sob a condição de que também, de vosso lado, nos secundeis e vos mostreis à altura da missão que fostes chamados a desempenhar.

Formai, portanto, um feixe e sereis fortes e os maus Espíritos não prevalecerão contra vós. Deus ama os simples de espírito, o que não quer dizer os tolos, mas os que se renunciam a si mesmos e que, sem orgulho, para ele se encaminham.

Podeis tornar-vos um foco de luz para a humanidade. Sabei, logo, distinguir o joio do trigo; semeai unicamente o bom grão e preservai-vos de espalhar o joio, por isso que este impedirá que aquele germine e sereis responsáveis por todo o mal que daí resulte; de igual modo, sereis responsáveis pelas doutrinas más que porventura propagueis.

Lembrai-vos de que um dia pode vir em que o mundo tenha postos sobre vós os olhos. Fazei, conseguintemente, que nada empane o brilho das boas coisas que saírem do vosso seio. “Por isso é que vos recomendamos pedirdes a Deus que vos assista”.

Segundo Kardec, solicitado a ditar uma fórmula de invocação geral, Santo Agostinho respondeu:

“Sabeis que não há fórmula absoluta. Deus é infinitamente grande para dar mais importância às palavras do que ao pensamento. Ora, não creiais baste pronuncieis algumas palavras, para que os maus Espíritos se afastem. Fugi, sobretudo, de vos servirdes de uma dessas fórmulas banais que se recitam por desencargo de consciência. Sua eficácia reside na sinceridade do sentimento que a dita; está, sobretudo, na unanimidade da intenção, porquanto aquele que se lhe não associe de coração não poderá beneficiar-se dela, nem fazer que os outros se beneficiem. Redigi-a, pois, vós mesmos e submetei-me, se quiserdes. Eu vos ajudarei.”

Hoje, passados 152 anos desde a publicação de O Livro dos Médiuns, não é difícil compreender o motivo da recomendação acima transcrita, visto que o valor da oração e do pensamento elevado é algo bem conhecido no meio espírita.

Com efeito, diz-nos André Luiz ("Missionários da Luz", cap. 5): "A prece, a meditação elevada, o pensamento edificante refundem a atmosfera, purificando-a". "O pensamento elevado santifica a atmosfera em torno e possui propriedades elétricas que o homem comum está longe de imaginar".

Corroborando esse entendimento, Emmanuel informa ("Pensamento e Vida", cap. 2 e 26): "A prece impulsiona as recônditas energias do coração, libertando-as com as imagens de nosso desejo, por intermédio da força viva e plasticizante do pensamento, imagens essas que, ascendendo às Esferas Superiores, tocam as inteligências visíveis ou invisíveis que nos rodeiam, pelas quais comumente recebemos as respostas do Plano Divino".

Não foi, pois, sem razão que Kardec estabeleceu que a prece não deve faltar nas reuniões espíritas sérias, aquelas em que sinceramente se deseja o concurso dos bons Espíritos, devendo ser dita tanto no início quanto no término da reunião, orientação que ele consignou em O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVIII, itens 4 a 7. 

domingo, 27 de março de 2016

O amor é o estágio mais elevado do sentimento[1]


 
 
Joanna de Ângelis
 

O homem somente atinge a plenitude quando ama. Enquanto anseia e busca ser amado, foge à responsabilidade de amar e padece infância emocional.

 No contexto social da atualidade hodierna, todavia, a expressão amor sofre a desvalorização do seu significado para experimentar a decomposição do tormento sexual, que não passa de instinto em desgoverno.

 Sem dúvida, o sexo amparado pelo amor caracteriza a superioridade do ser, facultando-lhe harmonia íntima e perfeito intercâmbio de vibrações e hormônios a benefício da existência.

 Sexo sem amor, porém, representa regressão da inteligência às formas primeiras do desejo infrene, com o comprometimento das aspirações elevadas em detrimento de si mesmo e dos outros.

 Por essa razão, vige em todos os departamentos do Cosmo a mensagem do amor.

 Na perfeita identificação das almas o amor produz a bênção da felicidade em regime de paz.

 Nem sempre, porém, se encontrará no ser amado a recíproca. Importa, o que é essencial, amar, sem solicitação.

 De todos os construtores do pensamento universal, o amor recebeu a contribuição valiosa de urgência. Isto, porque Deus, Nosso Pai, é a mais alta manifestação do amor.

 E Jesus, padronizando as necessidades humanas quanto solucionando-as, sintetizou-as no amor, como única diretriz segura por meio da qual se pode lograr a meta que todos perseguimos nas sucessivas existências.

sábado, 26 de março de 2016

O espírita e a Páscoa[1]



Escrito por Rudymara
 

Páscoa é uma palavra hebraica que significa "libertação". Com o êxodo, a Páscoa hebraica será a lembrança perpétua da libertação do povo hebreu da escravidão do Egito, através de Moisés. Assumida pelos cristãos, a Páscoa Cristã será a lembrança permanente de que Deus libera seu povo de seus "pecados" (erros), através de Jesus Cristo, novo cordeiro pascal.

O ritual da Páscoa mantém viva a memória da libertação, ao longo de todas as gerações. "Cristo é a nossa Páscoa (libertação), pois Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" - (João, 1:29).

João usou o termo Cordeiro, porque se usava na época de Moisés, sacrificar um cordeiro para agradar á Deus. Portanto, dá-se a idéia de que, Deus sacrificou Jesus para nos libertar dos pecados. Mas para nos libertarmos dos "pecados", ou seja, dos erros, devemos estar dispostos a contribuir, utilizando os ensinamentos do Cristo como nosso guia. Porque Jesus não morreu para nos salvar; Jesus viveu para nos mostrar o caminho da salvação.

Esta palavra "salvação", segundo Emmanuel, vale por "reparação", "restauração", "refazimento".

Portanto, "salvação" não é ganhar o reino dos céus; não é o encontro com o paraíso após a morte; salvação é "libertação" de compromisso; é regularização de débitos. E, fora da prática do amor (caridade) de uns pelos outros, não seremos salvos das complicações criados por nós mesmos, através de brigas, violência, exploração, desequilíbrios, frustrações e muitos outros problemas que fazem a nossa infelicidade.

Portanto, aproveitemos mais esta data, para revermos os pedidos do Cristo, para "renovarmos nossas atitudes”. Como disse Celso Martins, no livro: "Em busca do homem novo": “Que surja o homem NOVO a partir do homem VELHO. Que do homem velho, coberto de egoísmo, de orgulho, de vaidade, de preconceito, ou seja, coberto de ignorância e inobservância com relação às Leis Morais, possa surgir, para ventura de todos nós, o homem novo, gerado sob o influxo revitalizante das palavras e dos exemplos de Jesus Cristo, o grande esquecido por muitos de nós, que se agitam na presente sociedade tecnológica, na atual civilização dita e havida como cristã”.

Que este homem novo seja um soldado da Paz neste mundo em guerras. Um lavrador do Bem neste planeta de indiferença e insensibilidade. Um paladino da Justiça neste orbe de injustiças sociais e de tiranias econômicas, políticas ou militares. Um defensor da Verdade num plano onde imperam a mentira e o preconceito tantas e tantas vezes em conluios sinistros com as superstições, as crendices e o fanatismo irracional.

“Que este homem novo, anseio de todos nós, seja um operário da Caridade, como entendia Jesus: Benevolência para com todos, perdão das ofensas, indulgência para com as imperfeições alheias”.

Por isso, nós espíritas, podemos dizer que, comemoramos a páscoa todos os dias. A busca desta "libertação" ou "renovação" é diária, e não somente no dia e mês pré-determinado. Queremos nos livrar deste homem velho.  Que ainda dá maior importância para o coelhinho, o chocolate, o bacalhau, etc., do que renovar-se. Que acha desrespeito comer carne vermelha no dia em que o Cristo é lembrado na cruz. Sem se dar conta que o desrespeito está em esquecer-se Dele, nos outros 364 dias do ano, quando odiamos, não perdoamos, lesamos o corpo físico com bebidas alcoólicas, cigarro, comidas em excesso, drogas, sexo desregrado, enganamos o próximo, maltratamos o animal, a natureza, quando abortamos, etc. Aliás, fazemos na páscoa o que fazemos no Natal. Duas datas para reflexão. Mas que confundimos, infelizmente, com presentes, festas, comidas, etc.

Portanto, quando uma instituição espírita se propõe a distribuir ovos de páscoa aos carentes não significa que esteja comemorando esse dia, apenas está cumprindo o preceito de caridade, distribuindo um pouco de alegria aos necessitados.

sexta-feira, 25 de março de 2016

Fortalecimento da Fé[1]



Evandro[2]
 

A Mensagem Espírita é um foco de luz inapagável; é luz derramada sobre a Humanidade que se encontra em crise moral; são raios de safirinas luzes que se transformam em pétalas coloridas e perfumadas a beneficiar amplamente os seres humanos que se encontram na mesma faixa de sintonia; são flocos de luz que se irradiam de corações que já se sublimaram na vivência do amor; são miríades de centelhas luminosas que fluem das regiões celestiais para alegrar e fortalecer as almas que amam o Mestre Jesus.
Os corações afetuosos, que já compreendem as delícias do Reino de Deus, instalado na intimidade da alma, desejam reerguer todos aqueles que ainda não registram no psiquismo e no sentimento as blandícias do amor-perdão, amor-respeito, amor-dedicação e amor-compreensão.
Diante deste quadro tumultuado que caracteriza a Humanidade atual, cabe-nos o dever de nos envolvermos nas tarefas de esclarecimento, de educação moral, explicando a Realidade Espiritual que a todos aguarda, após atravessarmos o Portal do Túmulo.
Conscientes dessa Verdade que a Doutrina dos Espíritos nos informa, na condição de Espíritas convictos, temos que nos unir – encarnados e desencarnados – que estamos a serviço do Amor não Amado, para nos tornarmos um feixe de varas inquebrantáveis, pois, nosso Orbe Terra atravessa um período de convivência social difícil, onde as sombras se adensam para envolver aqueles que se permitem a sintonia desequilibrada e desarmonizada.
Desejosos de imprimirmos uma nova direção para a Humanidade, nós, os desencarnados que pertencemos às fileiras do Cristo, temos buscado, através de medianeiros conectados com a luz imperecível, a sintonia elevada para enviar aos habitantes do globo Terra, palavras de luz, através de mensagens psicografadas, alertando a todos sobre a importância de nos fortalecermos na fé, tornando-a imbatível, uma vez que os testes de aferições morais que nos aguardam exigem tarefeiros preparados para superar os obstáculos éticos.
Nosso país – Brasil – nos tempos hodiernos, atravessa perigosa crise de identidade, pois, falanges do mal voltadas para o exercício da odiosidade, da crueldade, da fascinação, da perversidade, através da manipulação de seus representantes encarnados, ocupam lugares de destaque nos cargos políticos e econômicos da sociedade e, portanto, com suas decisões infelizes e injustas, tumultuam a sociedade já exausta de tantas lutas íntimas e dilacerada em seus Princípios Éticos.
O pêndulo do relógio-tempo oscila, sinalizando-nos a marcha acelerada dos acontecimentos do porvir, apontando-nos momentos de incertezas e dúvidas com relação ao futuro que nos aguarda, caso não nos predisponhamos à definição de conduta no campo consciencial.
O Apocalipse, de João – o Evangelista – afirma-nos que “são chegados os tempos” e, portanto, cabe-nos a tarefa de escolher, utilizando o mecanismo do livre-arbítrio, a estrada estreita ou a porta larga da perdição.
Este é um momento definidor de luz ou treva, felicidade ou infelicidade, paz espiritual ou tormento íntimo, consciência de culpa ou de dever nobremente cumprido, pois a transformação moral, a reforma íntima que todos devemos cultivar, conforme assinalado pelo Consolador, possibilitar-nos-á a vivência do bom combate e, ademais, sabemos que as Leis Morais da Vida dispõem de outros tantos recursos superiores e sublimes para acelerar a chegada da Nova Era.
As legiões do mal, que encontram nos encarnados ambiente psíquico-emocional para se instalarem, visam como objetivo reacender as discórdias, os desentendimentos, a desídia, para promoverem o máximo de quedas morais possíveis, assim engrossando as fileiras dos delinquentes éticos desencarnados, objetivando a instalação do Reino de Terror neste orbe terráqueo.
Esquecem-se, no entanto, que o Mestre Jesus é o governador espiritual da Terra e que o nosso planeta azul não é um bólide à deriva no mar sideral.
Neste trânsito da condição Provas e Expiações para Regeneração, os Educadores Espirituais estão atentos, vigilantes, acompanhando todas as crises econômicas, políticas, culturais, artísticas, religiosas, éticas, científicas, pois estas fazem parte do curriculum-vitae do aprendizado terrestre.
As divergências opinativas, os direitos de pensar de forma diferente, fazem parte da metodologia do crescimento espiritual, enquanto vencemos o orgulho multimilenar, os caprichos egóicos, o personalismo egotista, as nossas fragilidades pessoais, entoando os hinos de esperança para dias melhores e construindo os alicerces do otimismo, sobre os quais ergueremos o edifício da felicidade e da paz espiritual, do amor e da caridade, que nos aguardam no porvir.
Conscientizados dessa verdade, os Tarefeiros do Amor que administram a evolução terrena, movimentam-se nos bastidores da espiritualidade, buscando alternativas e opções saudáveis para o equacionamento das dificuldades em andamento nos diversos países.
Os atos de terrorismo, o crime organizado, a evasão de divisas, a corrupção, o desrespeito ao povo, a ausência de fraternidade e solidariedade, o exercício equivocado do poder temporal, são áreas em que os mestres da espiritualidade, em nome de Jesus, estão vigilantes e, através das intuições superiores e inspirações dignificadas pelo amor, sugerem os pontos de apoio e as alavancas para a remoção das dificuldades que emperram o Progresso Moral da Humanidade, ocorrências essas prenunciadoras da Nova Era, alvorecer de um mundo melhor e seguro para se viver.
Diante das dificuldades de vulto a serem vencidas, alguns Obreiros do Bem, desfalecem, outros desentusiasmam-se e se sentem incapazes de colaborarem para a construção de um mundo moral e tecnicamente superior, recusando-se contribuir para a reversibilidade dos fatos que estarrecem os mais eruditos, os mais esclarecidos intelectual e moralmente, ainda que detentores dos Conhecimentos que o Espiritismo nos faculta.
Neste Orbe ainda envolto em sombras, que pertence à categoria dos planetas inferiores em trânsito para Regeneração, as almas terrenas ainda trazem os corações flagelados e despedaçados pelas aflições e angústias, enquanto as densas e penumbrosas sombras estão sendo desbastadas pelas alcandoradas luzes da eternidade, para que as alvíssaras luminosas dos conhecimentos morais operem as grandes mudanças que se avizinham, conduzindo o orbe na esteira da evolução.
Lembremo-nos do sublime ensinamento de Jesus, quando Ele curou o menino que estava sob o império da obsessão e que os seus discípulos não puderam libertá-lo: “Se não o curaram foi porque fraca é a vossa fé.”


[2] Mensagem recebida, psicograficamente, por Renato Mautoni, na noite de 22 de março de 2016,  no Instituto Espírita Léon Denis, em Juiz de Fora, Minas Gerais

quinta-feira, 24 de março de 2016

TEMOS DATA E HORA CERTA PARA DESENCARNAR?[1]


 

Quando encarnamos, recebemos uma carga de fluidos vital (fluido da vida).

Quando este fluido acaba, morremos. Somos como a pilha que com o tempo vai descarregando.

  Chegamos ao ponto que os remédios já não fazem mais efeito. Daí não resta outra alternativa senão trocar de “roupa” e voltar para a escola planetária.

  Mas a quantidade de fluido vital não é igual em todos seres orgânicos. Isso dependerá da necessidade reencarnatória de cada um de nós.

  Quando chegamos á Terra cada um tem uma estimativa de vida. Vai depender do que viemos fazer aqui.

  André Luiz, através da psicografia de Chico Xavier, explica que poucos são completistas, ou seja, nascemos com uma estimativa de vida e, com os abusos, desencarnamos antes do previsto, não completamos o tempo estimado, isso chama-se suicídio indireto.

  Se viemos acertar as pendências biológicas por mau uso do corpo, como o suicídio direto ou indireto, nós vamos ficar aqui pouco tempo. É só para cobrir aquele buraco que nós deixamos. Exemplo: Se nossa estimativa de vida é 60 anos e nós, por abusos, desencarnamos aos 40 anos, ficamos devendo 20 anos. Então, na próxima encarnação viveremos somente 20 anos.

  Mas há outros indivíduos que vem para uma tarefa prisional. E daí vai ficar 70, 80, 90, 100 anos. Imaginamos que quem vira os 100 anos está resgatando débitos. Porque vê as diversas gerações que já não são as suas. E o indivíduo vai se sentindo cada vez mais um estranho no ninho. Os jovens o olham como se ele fosse um dinossauro. Os da sua idade já não se entendem mais porque já faltam certos estímulos (visuais, auditivos, etc.). Já não podem visitar reciprocamente, com raras exceções. Tornam-se pessoas dependentes dos parentes, dos descendentes para levar aqui e acolá. Até para cuidar-se e tratar-se. Então, só pode ser resgate para dobrar o orgulho, para ficar nas mãos de pessoas que nem sempre gostam dela. Alguns velhos apanham, outros são explorados na sua aposentadoria, outros são colocados em asilos onde nunca recebem visitas.

  Em compensação, outros vêm, cuidam da família, educam os filhos em condição de caminhar, fecham os olhos e voltam para a casa com a missão cumprida com aqueles que se comprometeu em orientar, impulsionar, a ajudar.

  Por isso, precisamos conversar com os jovens. Dizer a eles que é na juventude que a gente estabelece o que quer na velhice, se chegar lá. E que vamos colher na velhice do corpo o que tivermos plantado na juventude. Se ele quiser ter um ídolo, que escolha alguém que esteja envolvido com a paz, com a saúde, a ética, ao invés de achar ídolos da droga, do crime, das sombras.

  E aqueles que não têm jovens para orientar e que estão curtindo a própria maturidade, avaliar o que fizeram da vida até agora. Se a morte chegasse hoje, o que teriam para levar? Se chegarem a conclusão que não tem nada para levar lembrem que: HÁ TEMPO.

Enquanto Deus nos permitir ficar na Terra, HÁ TEMPO, para fazermos algum serviço no Bem seja ao próximo ou a nós mesmos: estudar, aprender uma língua, uma arte, praticar um esporte. Enquanto respirarmos no corpo perguntemos: “O QUE DEUS QUER QUE EU FAÇA?” Usemos bem o fluido que nos foi disponibilizado. A vida bem vivida pela causa do Bem pode nos dar “moratória”, ou seja, uma sobrevida, uma dilatação do tempo de permanência do Espírito no corpo de carne.

   Então, há idosos em caráter expiatório e em caráter de moratória.

   

Rudymara compilou este texto da palestra de José Raul Teixeira e de Richard Simonetti

Grupo de Estudo Allan Kardec

quarta-feira, 23 de março de 2016

Dificuldades no Movimento Espírita[1]



Hugo Reis
 

Não te aturdas pelo que vês nas fileiras da Seara Espírita, que almejavas grandiosa e bela: a apatia no campo moral de tantos, dando a impressão de que isso é coisa natural; os desatinos que não são freados pelo bom-senso, comprometendo o nome da gloriosa Doutrina; a maledicência que alcança largas praias da vida dos nossos arraiais, como se devessem fazer parte das nossas ocupações cotidianas; os descompassos entre as lições teóricas conhecidas e as atividades práticas diárias cheias de hostilidades.
Não te deixes desalentar pela sensação de que o Espiritismo em nada te auxilia, considerando os golpes contundentes que te ferem cotidianamente, impondo-te lágrimas em que se mesclam dores, mágoas e revoltas.
Não te rebeles ao verificar que muitos que ocupam posições destacadas no Movimento do luarizado Espiritismo, agem como se nada tivessem a ver com a magnitude da mensagem, uma vez que somente anseiam pelas coisas do mundo material, com cinismo e desplante, preocupados tão só em fixar-se nas posições que lhes proporcionam maior visibilidade, bastando-lhes o ensejo exibicionista, em função dos quais afirmou Jesus que “já teriam obtido o seu galardão”, ou seja, o que desejavam.
Não te atormentes, pois, uma vez que o planeta terreno atravessa momentos de seriíssimas definições e redefinições, de cujo processo ninguém pode escapar, enquanto se persistir na busca do progresso.
A Terra, em razão disso, traz sobre seu dorso e nas esferas do seu campo psíquico, entidades nos mais diferenciados estágios de aprimoramento, de desenvolvimento geral, dentre os quais são muitos os que se aninham na má vontade, esforçando-se por retardar o dia luminoso da grande renovação planetária.
Nesse estado de coisas, não estaria o Movimento Espírita indene a semelhantes presenças ou livres dessas almas que, em si mesmas atordoadas, causam atordoamento onde quer que chegam, quer estejam no corpo físico, reencarnadas, quer ainda se achem aguardando novas oportunidades, na erraticidade.
Do mesmo modo que encontramos almas irresponsáveis que se valem do nome de Jesus, a fim de explorar a boa fé dos ingênuos e dos incautos, dos ignorantes e dos parvos, nas mais distintas confissões de fé ou fora delas, temos em nosso Movimento os que, da mesma maneira, evocam o nome do Senhor, admitindo sempre que não há nenhuma necessidade de que levem a sério o trabalho e os deveres que lhes cabem, já que os Guias do mundo são dotados de grande generosidade, são misericordiosos.
Almas infantilizadas, nas quais ainda é verdoso o senso moral, enxameiam, orgulhosas umas, vaidosas outras, prepotentes tantas, que, mesmo reconhecendo suas incapacidades, fazem questão de assumir posições e cargos de responsabilidade, que sabem que não responderão a contento, pelo fato de tais situações lhes conferir projeção ou destaque social.
Há os que não têm nenhuma noção do campo de atividades em que se acham, mas não recuam, não procuram orientar-se de modo a produzir o melhor para a Doutrina. Permanecem como estão, supondo que os Espíritos do Senhor lhes suprirão a má vontade e o relaxamento.
Desgraçadamente, tais irmãos do mundo estão distribuídos por todos os campos da vida social e se fazem temerários aventureiros nas esferas da política ou da administração das coisas públicas; achamo-los à frente de empresas que deveriam ser produtivas para o progresso da sociedade e que seguem a passos tartaruguescos; temo-los liderando movimentos artísticos e culturais, onde nada funciona a contento, onde coisa alguma de expressivamente bom acontece para suas áreas, do mesmo modo como os deparamos à frente de grupos familiares e de instituições religiosas.
Vemos que cada um anseia por extrair benefícios imediatos da situação em que se aloja, desacreditando, convictamente, da vida imortal para além da matéria densa do mundo. Não te desarmonizes, pois, perante esse quadro sinistro, conflitivo e cheio de contradições da sociedade.
Trata de cumprir o que a ti te cabe, sem que as atitudes alheias te induzam ao desgoverno de ti mesmo, ou ao relaxamento para com teus compromissos perante a existência.
Cumpre-te pautar a vida nos passos dos ensinos do grande Mestre Jesus Cristo; aprende com Ele que a cada um será conferido de conformidade com as próprias atuações nos trilhos da vida.
Aprende, ainda, a não depositar os ensinos rútilos do Espiritismo sob mãos francamente incapazes ou sob mentalidades insanas, pois que, sem contestação, mais cedo ou mais tarde, tudo elas conseguirão desvirtuar, tudo irão degenerar sob os mais tolos ou obscuros argumentos.
Trata, pois, de mergulhar a mente nos ensinamentos felizes do Cordeiro de Deus e ajusta os teus passos na trilha por Ele deixada, e não te importunarás com os companheiros desviados da estrada por livre deliberação, conseguindo, então, não oferecer suas pérolas aos porcos, tampouco desejarás depositar vinho novo em barril velho, procurando, aí, sim, apesar das pelejas ardentes e das lágrimas inevitáveis dos teus testemunhos, seguir fiel e renovado, cheio de possibilidades para entender, orientar e socorrer a quantos o necessitem, na busca do Reino dos Céus, por meio dos roteiros do Espiritismo.
Com o tempo, na medida em que se renovem os humanos, também renovar-se-á o nosso bendito Movimento Espírita que, somente então, conseguirá refletir o brilho intraduzível do estelar Espiritismo.
Assim, não te descompenses. Procura fazer o que te cabe para ser feliz, levando contigo os que estejam sintonizados com o ideal de vida abundante e de paz insuplantável que adotaste para alicerçar a tua existência.



[1] Mensagem psicografada por Raul Teixeira, em 11.02.2008, na Sociedade Espírita Francisco de Assis de Amparo aos Necessitados – SEFAN, em Ponta Grossa – PR. - http://www.agendaespiritabrasil.com.br/2015/12/03/dificuldades-no-movimento-espirita/

terça-feira, 22 de março de 2016

Mudança de pensamentos[1]


 

Orson Peter Carrara
 

Normalmente nos escravizamos aos condicionamentos mentais. É do ser humano fixar-se em determinados pontos de vista, ao qual nos condicionamos, nos viciamos, e como resultado colhemos os desdobramentos próprios da teimosia ou da rebeldia, do egoísmo e da vaidade, ou ainda da ganância, das manias e tudo o mais que todos conhecemos.
O pior é quando ruminamos situações, fazendo reviver mágoas guardadas e acumuladas, medos e traumas que retornam em situações que estabelecem alguma conexão com fatos vividos no passado ou em época recente. Basta um nome, uma lembrança, uma citação e pronto! Está estabelecida a conexão que faz ressurgir a mágoa e a raiva e até mesmo o desejo de vingança, com o consequente prejuízo da saúde.
Na verdade tudo está nos pensamentos, na maneira como o administramos para nos livrarmos dos vícios e condicionamentos e criarmos em torno de nós mesmos um ambiente saudável que propicie tranquilidade e alegria de viver, ingredientes expressivos na superação das adversidades naturais da vida.
Um médico amigo, psiquiatra, trouxe uma receita que pode ser usada em qualquer situação e favorável à mudança dos pensamentos, interrompendo o condicionamento mental. Sugeriu, em conversa informal em sua casa quando nos hospedou em Cascavel-PR, que o grande segredo está em selecionarmos uma lembrança que nos traga grande felicidade. Pode ser uma ocorrência, uma vivência, a recordação do filho, do neto, do cônjuge, não importa… O importante é que seja algo ou alguém que nos traga imensa felicidade.
Aí é preciso o treino: toda vez que vier o pensamento ruim ou a maledicência, a raiva, a irritação ou mesmo a tristeza, busquemos aquela recordação feliz que selecionamos.
Esse treino permanente condicionará o cérebro para interromper as lembranças amargas e que trazem aqueles traumas ou mágoas de volta. E mesmo cortará o circuito de tristeza ou de desânimo. A persistência alcançará o êxito de eliminarmos esses condicionamentos ruminantes do sentimento.
Faça o teste, leitor. Já o apliquei em mim mesmo com excelentes resultados.
É o exercício da renovação mental e moral que tanto precisamos para viver com mais equilíbrio e melhores a cada dia.
Considerando o volume de pensamentos e situações diárias, com pressões de todo tipo é bom escolher um motivo ou recordação bem feliz da própria vida para tê-lo como ativo vigilante de pensamentos invasores que tentam desestabilizar a paz que precisamos para vivermos saudáveis, construindo e mantendo a própria integridade e ao mesmo tempo distribuindo paz e harmonia aos que convivem conosco.