31/01/2016
Por que fazemos coisas nos
sonhos que não fazemos quando estamos acordados? Por que temos um comportamento
tão diferente nos sonhos?
Essas questões perturbam muita
gente. Todos os dias recebo perguntas sobre os sonhos – vale lembrar que eu não
interpreto sonhos. Mas o que realmente perturba as pessoas são determinadas
atividades recorrentes que acontecem durante o período de sono físico: brigas,
uso de drogas, e, principalmente, sexo. Quando essas experiências acontecem com
plena lucidez, então, o desconhecimento do assunto pode fazer tudo parecer
assustador.
O leitor Gabriel Tollentino
pesquisou alguns artigos meus e elaborou uma compilação sobre o assunto, que
publico a seguir. A quem interessar, coloquei link[2]
no meio do texto que conduzem a outros artigos relacionados ao tema.
Boa leitura!
Morel Felipe Wilkon, gostaria de
te agradecer profundamente pelos teus artigos e teu trabalho de esclarecimento
como um todo. Apesar de estudar o Espiritismo há mais de 10 anos eu nunca havia
conseguido compreender bem essa diferença que temos quando estamos desdobrados
ou quando estamos no estado de vigília.
Para tirar as minhas dúvidas
gastei horas e horas lendo teus artigos, as dúvidas dos leitores e as tuas
respostas a eles e fiz uma compilação.
Muito obrigado pelo teu trabalho
de esclarecimento, Morel. Que a Providência Divina te dê muitas forças para
continuar nos ajudando.
Os sonhos podem ser comuns, reflexivos ou espíritas.
Sonhos comuns são a continuação de nossas disposições físicas ou
psicológicas. Por exemplo: quando você vai dormir com fome e sonha com comida,
ou quando você terá uma entrevista de emprego no dia seguinte e sonha com a
entrevista.
Sonhos reflexivos são fragmentos de lembranças, dessas ou de outras
existências.
Sonhos espíritas são a atividade durante o sono. São aqueles sonhos
que parecem que são reais – e na verdade são.
André Luiz nos afirma que três
em cada quatro pessoas buscam prazeres em zonas astrais inferiores durante o
período de sono. É preciso reconhecer que a maioria, ao se projetar do corpo
físico durante o sono, vai em busca daquilo que mais ocupa o seu pensamento
durante o dia, no estado de vigília (que de vigília tem muito pouco) – assim
será nossa ação, ativa ou passiva, à noite, durante o período de sono.
Assim, os que são raivosos no
estado de vigília lutam com seus inimigos durante o repouso do corpo; o viciado
é atraído pelo vício; o erotizado é atraído pelo sexo. É comum a procura por
vícios de toda espécie: álcool, drogas, jogo, negócios escusos. Inimigos se
encontram para brigar, criminosos voltam ao local do crime, ladrões roubam,
fofoqueiros fazem intrigas, invejosos sabotam, rancorosos praticam vinganças. O
sexo é, disparado, o maior atrativo para esses festeiros.
Sexo astral: sexo com
espíritos, sexo dormindo
No plano físico nós
desenvolvemos uma determinada personalidade. Você nasceu em uma determinada
família, teve uma certa criação, conviveu com pessoas, viu e ouviu coisas,
entrou em contato com cultura, religião, valores, opiniões, e foi se moldando
conforme foi crescendo.
Você não é no dia-a-dia como
você é de verdade. Mesmo que você seja uma pessoa boa, autêntica, sincera,
leal, correta. Isso é o papel que você representa, como numa peça de teatro. É
claro que, se você interpreta um papel bom assim, é porque você já desenvolveu,
ao longo de inúmeras existências, condições para dar conta deste papel. Um
espírito menos experiente que você, ou menos esforçado, menos esclarecido, não
teria condições de desenvolver uma personalidade como a sua, mesmo que tivesse
sido criado com os melhores cuidados e com muito amor.
Muitas pessoas são surpreendidas
com a diferença de personalidade que apresentam em sonho, quando estão
desdobradas. Nos sonhos não nos comportamos da mesma forma que no estado de
vigília (acordados). Nos sonhos não temos o chamado da matéria a nos lembrar
compromissos, obrigações, deveres e valores morais impostos pela sociedade. Nos
sonhos “cai a máscara”. Se no momento em que desencarnamos a máscara cai, é bom
saber que durante o sono também.
O que pensamos ou julgamos no
estado de vigília não é necessariamente o que acreditamos intimamente. Temos
freios sociais, temos valores que cultivamos, temos leis e normas de conduta a
seguir, temos ideais ético-moral-religiosos. Mas não somos só isso, não somos
apenas essa aparência encarnada. Somos espíritos com experiências milenares
tentando, aos poucos, nos desvencilhar de nossas fraquezas.
Quando o nosso corpo físico
repousa, nos libertamos parcialmente e a superfície de nossa consciência –
aquilo em que normalmente acreditamos – não tem mais tanto valor. Às vezes não
tem valor nenhum. Enquanto o nosso corpo físico repousa, durante o sono,
ficamos parcialmente libertos e damos vazão ao que somos intimamente.
Espiritismo e sonhos
eróticos
Não somos apenas o que
aparentamos ser. Quando estamos acordados, temos que seguir normas impostas pela
sociedade, nos freamos a nós mesmos. Ao dormirmos, tomamos contato com outros
níveis de consciência. Sempre atraímos os espíritos que se afinizam conosco.
Durante o sono, mantemos atividade com eles.
Os espíritos que vêm até nós em
busca de sexo querem roubar nossas energias. Como não têm mais o corpo físico,
precisam das energias de um encarnado para se manterem como eram quando
encarnados – cheios de vícios e apegados à matéria.
O sono e a
vampirização sexual
É muito comum fazermos coisas,
em sonho, que não faríamos acordados. Quando despertos, temos freios morais,
temos propósitos, que nos foram ensinados ou que nós mesmos escolhemos, de não
fazer certas coisas. Mas o que somos quando estamos acordados é apenas uma
parte do que somos integralmente. Não temos, durante o sono, o mesmo nível de
consciência que no estado de vigília. A pessoa que você é quando está acordada
é a parte mais superficial do espírito imortal que você é.
Quando estamos desdobrados pelo
sono físico, assumimos um nível mais profundo de consciência sobre o qual temos
menos domínio, pois ele não está sujeito aos medos e convenções morais que
costumamos adotar. Para mudar esse quadro é preciso levar a sério o controle
dos pensamentos. Não se muda da noite para o dia; nossos costumes são muito
antigos e precisamos persistir em nossos novos propósitos para vencermos as
nossas próprias fraquezas.
Se uma pessoa que é viciada em
pornografia ou qualquer outro vício, no seu estado de vigília, toma
conscientemente a decisão de abster-se de pornografia, provavelmente seu
espírito continuará por um período buscando o vício no plano astral. Mas para
deixar de consentir com nossas antigas fraquezas é preciso mudar profundamente,
não apenas a superfície – por isso chamamos de reforma íntima.
Você precisa ocupar-se com novas
atividades, ocupar a mente com coisas construtivas, ler muito sobre assuntos
ligados à espiritualidade, orar e controlar o pensamento. Quanto mais você
ocupar o seu pensamento com assuntos elevados, mais difícil será você acessar
essas vibrações baixas durante o sono.
A tendência é que nos ocupemos,
durante o sono, com as coisas que ocupam o nosso pensamento, consciente ou
inconscientemente, durante o estado de vigília. Se você desenvolver novas
atividades, novos padrões positivos de pensamento, em pouco tempo estará com a
sintonia mais elevada e irá ocupar-se, pouco a pouco, com os novos assuntos
durante o período de sono.
Sempre que formamos um novo
propósito e o colocamos em prática demora ainda algum tempo para que isso seja
colocado em prática também no plano astral. O grande problema de muitas pessoas
é que elas têm um comportamento aqui, no plano físico, mas o seu subconsciente
permanece tomado pelos comportamentos antigos. E todas as noites, quando o
corpo físico repousa e o espírito se vê parcialmente liberto da matéria,
continuam praticando os seus comportamentos antigos no plano astral. Boicotam a
si mesmas.
Só conseguiremos dominar a nós
mesmos seguindo o ensinamento do mestre dos mestres: orando e vigiando. A oração
nos conecta com Deus e vigiar os nossos pensamentos eleva nossa sintonia e
vibração.
Espiritismo e sonho
lúcido
É preciso que os novos hábitos e
pensamentos estejam plenamente incorporados no seu cotidiano, que você os tenha
como uma verdade natural e segura, para que esses novos valores sejam seguidos
e sentidos também enquanto você estiver desdobrado no plano astral. Leva algum
tempo até convencermos nosso íntimo de que mudamos.
A energia que despendemos no
desejo sexual pode ser canalizada para coisas mais construtivas e úteis. É a
mesma energia utilizada nos processos criativos, nas artes, nos esportes. Mas
para isso é preciso um adiantamento moral que muitos de nós ainda não temos. Ou
algum conhecimento do assunto e muita vontade. Com vontade quase tudo é
possível.
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