sábado, 20 de junho de 2015

No Rio Turvo[1]


Antônio Carlos Navarro

Há umas duas décadas, um casal saiu de carro de São José do Rio Preto com destino à Olímpia, ambas no estado de São Paulo, levando junto um filho que, na época, tinha aproximadamente cinco anos.
Com alguns minutos decorridos sobre a rodovia, a criança adormeceu, acomodando-se deitada sobre o banco traseiro da condução.
Ao atingirem a planície onde se localiza o Rio Turvo, a cerca de vinte e sete quilômetros de São José do Rio Preto, a criança acordou assustada, sentou-se no banco traseiro posicionando-se junto aos assentos dos genitores e, ansiosamente, vasculhava com o olhar toda a redondeza, como que a se localizar ou a identificar o local.
À medida que o veículo aproximou-se da ponte, e começando a cruzá-la, a criança exclamou:
- Papai, Mamãe, foi aqui que eu morri com meus amiguinhos.
Os pais ficaram perplexos com a fala da criança, porque era um tipo de assunto que nunca haviam tratado com o filho, mas não conseguiram dar sequência à conversa.
A ocorrência virou objeto de comentário junto à família e alguns amigos, e a ligação do fato com um acidente ocorrido naquele local, em vinte e quatro de agosto de mil novecentos e sessenta, foi inevitável.
Naquela data cinquenta e nove estudantes adolescentes perderam a vida por afogamento, quando o ônibus em que viajavam caiu no rio ficando com a maior parte submersa, e com as rodas para cima.
Deduz-se então que a criança era um dos alunos agora reencarnado.
Estudando casos de reencarnação, o extraordinário Dr. Hernani Guimarães de Andrade efetuou, cientificamente, várias pesquisas e inserindo seis casos no livro “Reencarnação no Brasil”, onde encontramos informações muito interessantes.
Em um dos casos analisados pelo pesquisador a criança, então com um ano e nove meses, sentiu fortes dores quando passou pelo cruzamento das ruas onde perdeu a vida anterior por atropelamento, e no caso acima descrito o local geográfico do afogamento também teria deixado marca profunda no espírito a ponto de acordar a criança com a aproximação do Rio, e de fazê-la recordar-se da última desencarnação.
O mecanismo da reencarnação reúne todas as informações do fato acima, e mostra-nos que a vida, além de não se extinguir com a morte do corpo físico, permite que o espírito dê continuidade ao seu desenvolvimento rumo à imortalidade, até que atinja a perfeição para o qual foi criado.
É a suprema Inteligência Divina levando-nos, com Seu Amor infinito, rumo à felicidade plena e inesgotável.
Pensemos nisso.

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