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Miramez
Livre-arbítrio
Da aberração das faculdades tira ao homem o
livre-arbítrio?
Já não é senhor do seu pensamento aquele cuja
inteligência se ache turbada por uma causa qualquer e, desde então, já não tem
liberdade. Essa aberração constitui muitas vezes uma punição para o Espírito
que, porventura, tenha sido, noutra existência, fútil e orgulhoso, ou tenha
feito mau uso de suas faculdades. Pode esse Espírito, em tal caso, renascer no
corpo de um idiota, como o déspota no de um escravo e o mau rico no de um
mendigo. O Espírito, porém, sofre por efeito desse constrangimento, de que tem
perfeita consciência. Está aí a ação da matéria. (371 e seguintes)
Questão 847 / O Livro dos Espíritos
As aberrações das faculdades de
uma criatura certamente que perturbam seus sentimentos mais profundos.
Notoriamente constitui posicionamento de que essa pessoa, em outras
existências, se deixou dominar pelo orgulho e o egoísmo, e o condicionamento
foi tão forte que atravessou o túmulo; e voltando do mundo espiritual para a
Terra, continua com o seu criador, gerando embaraços em sua vida.
Os desvios das qualidades
oriundas do Espírito, que se fazem sentir pelas leis espirituais, fazem-no
sofrer as suas consequências por muito tempo. O Espírito recolhe aos seus
celeiros o produto das suas atividades, tanto como Espírito livre, quanto como encarnado,
sendo responsável por esse trabalho, de recolher e semear, ou semear e colher.
A anomalia da alma causa-lhe distúrbios de difícil reparação, contudo, são
lições, que em todo o seu curso poderão trazer muita iluminação.
Jesus veio nos ensinar,
Espíritos encarnados e desencarnados, como sair das extravagâncias e percorrer
os caminhos que nos dão paz ao coração. Ele não somente ensinou, como viveu as
lições ministradas. Foi por isso que Seus discípulos assimilaram rapidamente
todos os conceitos que Ele expunha. Vamos buscar em João, no capítulo dez,
versículo sete, o seguinte, para nos ilustrar melhor a palavra de Jesus:
Jesus, pois, lhes ensinou de novo:
Em verdade, em
verdade, vos digo: Eu sou a porta das ovelhas.
Sendo o Mestre a porta das
ovelhas, é por essa porta que devemos passar para conseguir a libertação de que
carecemos, e a porta simboliza as instruções dadas por Ele. O Evangelho é rico
em conceitos espirituais para nos educar e instruir. Eis porque apresentamos o
Espiritismo como sendo continuação da obra do Cristo de Deus, porque ele vem
ensinando as mesmas coisas, enriquecendo, aqui e ali, de conformidade com a
capacidade de cada um.
De fato, o Mestre é a porta da
vida; quem não passar por Ele, não conseguirá conhecer a verdade, porque Ele é
a verdade, o caminho e a vida. Felicidade nossa, por termos despertado em Seus
braços.
As excentricidades apresentadas
no modo pelo qual pensamos, são efeitos das nossas ações do passado e, por
vezes, os nossos pensamentos presentes não nos obedecem. A correção que devemos
fazer é com muito esforço e dedicação. É por isso que para uns é mais difícil
se educar, enquanto para outros torna-se mais fácil. O espiritualista entende o
que significa facilidade e dificuldade. Não é que uns foram favorecidos e a
outros dificultados; a própria reencarnação é motivo para o entendimento da
justiça.
O mau uso das faculdades
espirituais tem sua resposta em outras vidas. Quantos médiuns - e eles são sem
conta - que usam suas faculdades para motivo de aberrações? Os Espíritos que os
acompanham por misericórdia, inspiram seus tutelados, mas esses se encontram
motivados por outras ideias e não escutam os chamados. Em muitos casos, voltam
apressados aos lugares de origem, para serem chamados às contas frente a
frente, livres da matéria. Então, choram e rangem os dentes, arrependidos,
pedindo novas oportunidades, para que possam se reerguer. Muitos deles se
desviam de novo. Muitos dos grandes medianeiros do passado, de tanto insistirem
nos desvios das suas faculdades, tornaram a apelar para voltar. Eles voltaram
em reencarnações dolorosas e estão no mundo rastejando em corpos deformados,
envolvidos pela idiotice, para que despertem nos corações o interesse exclusivo
de servir sem exigências. Muitos venderam tanto os dons espirituais, que vieram
com eles atrofiados...
Esse comércio, companheiro,
começa com simples interesse, que vai crescendo de maneira que os dotados
dessas faculdades não percebam, por causa da cegueira, e o médium ainda defende
os abusos que pratica, dando mau exemplo aos seus companheiros de ideal!
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