quinta-feira, 20 de março de 2025

MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO[1]

 


Miramez

 

Em que sentido se devem entender estas palavras do Cristo: Meu reino não é deste mundo?

Respondendo assim, o Cristo falava em sentido figurado. Queria dizer que o seu reinado se exerce unicamente sobre os corações puros e desinteressados. Ele está onde quer que domine o amor do bem. Ávidos, porém, das coisas deste mundo e apegados aos bens da Terra, os homens com ele não estão.

Questão 1018 / O Livro dos Espíritos

 

"O meu reino não é deste mundo", dizia Jesus, Certamente que o reino do Mestre não era deste planeta; ele está acima das cogitações humanas, por não existirem inferioridades nos planos em que Jesus habita.

A esfera resplandecente, onde Jesus vibra, é de puro amor, e foi esse amor que o Divino Mestre veio nos mostrar para a nossa felicidade. Mesmo vivendo na Terra por algum tempo, Ele respirava em plano diferente, onde a harmonia e a paz existem com abundância. Bem assim, o Cordeiro de Deus manifestava outro entendimento espiritual e desejava despertar o reino do Seu amor nos corações das criaturas, como a semente de Deus, para germinar eternamente no ambiente da consciência.

O Cristo era e é a fonte inesgotável de vida para toda a humanidade, como podemos ver nos registros do evangelista:

No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e explanou:

Se alguém tem sede, venha a mim e beba.

João, 7:37

O Divino Senhor é, pois, um manancial de luzes com cambiantes de vida na diferenciação das nossas necessidades. Se temos sede, vamos ao Senhor, onde há fartura de água e de alimento espiritual para todas as nossas carências. "O meu reino não é deste mundo", dizia Jesus com propriedade, ajustando assim os pensamentos de todas as criaturas em busca de outras esperanças para fugir das paixões inferiores, alcançando a fé que eleva, a amor que alegra os corações e a caridade que salva a alma de todas as investidas do erro.

O reino da Terra, por assim dizer, é ainda um ambiente onde as trevas dominam a maior parte, no entanto, a luz tem o dever de dominar essas trevas e de fazer nascer nos corações o reino de Jesus, pelos princípios da leis de amor, justiça e da paz. E para seguir nosso Senhor Jesus Cristo, meu irmão, haverás de sofrer as consequências de onde haja a maior parte do mal, no entanto, deves sofrer com paciência, que a vida e a própria lei, te compensarão, de acordo com o que já conquistaste em favor dos que sofrem.

Não te entregues às investidas das trevas; elas sabem por onde começar a te dominar, e em muitos casos é pela lisonja, para que desperte em teu coração a vaidade, depois o egoísmo e o orgulho. Daí, vão investindo em teus sentimentos, até o domínio do teu coração, de modo que ficarás cego e surdo para as coisas reais do amor verdadeiro.

Não deves alimentar as trevas que rondam a tua mente com falsas promessas. Se queres combater o mal, anda no bem, que esse bem te garante a vida, te garantindo a paz. Sê dócil ao convite do Cristo, que Ele tem livre acesso aos mínimos departamentos da tua consciência, e sabe aliviá-la para a harmonia celestial.

Convém observar as leis naturais que te cercam, passando a obedecê-las. O mundo de Jesus é o mundo do amor, da caridade e da pura fraternidade espiritual, capazes de nos levar à verdadeira felicidade. Tudo tem o traço da nossa conquista, por isso devemos lutar, mas com as armas que Jesus nos ensinou, primeiramente no trabalho honesto, e nesta linha o Evangelho nos fornece todas as diretrizes da vida, para conhecermos a nós mesmos e ganhar mais vida dentro da vida de Deus.



[1] FILOSOFIA ESPÍRITA – Volume 20 – João Nunes Maia

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