Orson Peter Carrara
Não se assuste o leitor. Maus
espíritos são aqueles ainda iludidos ou seduzidos por paixões variadas, em que
se incluem a vulgaridade, o orgulho, o egoísmo e a vaidade em seus inúmeros e
lamentáveis desdobramentos. Estão entre os que habitam o mundo espiritual e
também entre nós, encarnados, nos aprendizados próprios. É uma estação
temporária porque a Lei de Progresso fará com que todos alcancem sublimidade e
plena integração com a Lei de Amor que rege a vida.
Allan Kardec faz uma
extraordinária e atualíssima apreciação no capítulo 19 – A fé transporta
montanhas, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, no item 10, incluído no
subtítulo Parábola da Figueira Seca, que está transcrita e comentada pelo
Codificador no referido capítulo.
Antes, no item 9, ele já inicia
e forma direta: “A figueira seca é o símbolo das pessoas que não tem senão as
aparências do bem, mas em realidade não produzem nada de bom (...)” e, a partir
do citado item 10, refere-se aos médiuns. Pela importância e atualidade do
texto, transcrevo na íntegra, negritando (de minha iniciativa) alguns trechos
parciais:
“10. Os médiuns são os
intérpretes dos Espíritos; suprem, nestes últimos, a falta de órgãos
materiais pelos quais transmitam suas instruções. Daí vem o serem dotados de
faculdades para esse efeito. Nos tempos atuais, de renovação social, cabe-lhes
uma missão especialíssima; são árvores destinadas a fornecer alimento
espiritual a seus irmãos; multiplicam-se em número, para que abunde o
alimento; há-os por toda a parte, em todos os países, em todas as classes da
sociedade, entre os ricos e os pobres, entre os grandes e os pequenos, a fim de
que em nenhum ponto faltem e a fim de ficar demonstrado aos homens que
todos são chamados. Se, porém, eles desviam do objetivo providencial a
preciosa faculdade que lhes foi concedida, se a empregam em coisas fúteis ou
prejudiciais, se a põem a serviço dos interesses mundanos, se em vez de frutos
sazonados dão maus frutos, se se recusam a utilizá-la em benefício dos outros,
se nenhum proveito tiram dela para si mesmos, melhorando-se, são quais a
figueira estéril. Deus lhes retirará um dom que se tornou inútil neles: a
semente que não sabem fazer que frutifique, e consentirá que se tornem
presas dos Espíritos maus”. (transcrito do portal www.kardecpedia.com )
O comentário é muito claro, não
deixa qualquer dúvida. Há uma tarefa a executar e se negligenciada ou desviada
em seus objetivos – igualmente claros –, sujeita seu portador tornar-se presa
dos Espíritos maus. Como uma figueira seca (da parábola de Jesus) que nada
produz.
E Emmanuel, o sábio instrutor,
no capítulo 64 – Médiuns de toda parte – de seu Livro da Esperança,
afirma quase no final do texto: “(...) todos são convocados a servir com
sinceridade e desinteresse, na construção do bem, com base no burilamento de si
próprios. (...)”.
Inspirado por essas belas
lições, o amigo Marcus Amaral (de Porto Velho- RO) produziu o vídeo Parábola da
figueira que secou - A fé mãe da esperança e da caridade, em palestra on-line
que proferiu para o Centro Espírita Fé e Caridade, de Juiz de Fora (MG),
ampliando as considerações, inclusive com exemplo de atuação de médiuns
distraídos que se perdem em vaidades e vazias discussões. Precioso material. O
leitor poderá ver o vídeo na íntegra clicando neste LINK.
O que mais impressiona é a
atualidade de Kardec, aliada à oportuna advertência de Emmanuel e o estudo de
Marcus. Sugiro ao leitor não perder a oportunidade de, pelo menos, reler o item
10 acima citado, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, que poderá ser
ampliado com o capítulo no livro de Emmanuel, também referido, e as
considerações do amigo Marcus.
[1] O CONSOLADOR - Ano 18 - N° 899 - 24 de Novembro
de 2024 - https://www.oconsolador.com.br/ano18/899/ca6.html
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