sexta-feira, 26 de abril de 2024

DUAS GRAVES LIÇÕES[1]

 


Orson Peter Carrara

 

As instruções de Emmanuel são valiosíssimas, como é de conhecimento do movimento espírita. As lições saltam ao raciocínio, ao sentimento, com advertências profundas, mas sempre fraternas, vindas da sensibilidade e conhecimento do referido autor.

Do livro “Vinha de Luz”, dentre tantas pérolas ali reunidas, colhemos duas para dividir com os leitores. São os capítulos 43 – Vós, portanto e 61 – Também tu. Embora sejam focos diferentes, selecionei trechos parciais para reflexão do leitor.

No primeiro deles, após citar que

O mundo está cheio de enganos de homens abomináveis que invadiram os domínios da política, da ciência, da religião e ergueram criações chocantes para os espíritos menos avisados (...)

e que

(...) contam-se por milhões as almas com eles arrebatadas às surpresas da morte e absolutamente desequilibradas nos círculos da vida espiritual. (...),

o autor argumenta

Do cume falso de suas noções individualistas precipitam-se em despenhadeiros apavorantes, onde perdem a firmeza e a luz.

A advertência é grave, a conclusão das ilusões é óbvia e nem poderia ser diferente. Mas ainda mais grave é a conclusão do texto breve e profundo:

(...) o discípulo de Jesus, bafejado pelos benefícios do Céu todos os dias, que se rodeia de esclarecimentos e consolações, luzes e bênçãos, esse deve saber, de antemão, quanto lhe compete realizar em serviço e vigilância e, caso aceite as ilusões dos homens abomináveis, agirá sob a responsabilidade que lhe é própria, entrando na partilha das aflitivas realidades que o aguardam nos Planos inferiores.

Já no segundo dos textos, no capítulo 61, acima citado, do mesmo livro, o autor inicia comentando sobre as

(...) cogitações do farisaísmo, relativamente a Lázaro, nas horas supremas de Jesus. Não bastava a crucificação do Mestre. Intentava-se, igualmente, a morte do amigo de Betânia (...).

Lembrando que o farisaísmo lembra hipocrisia ou apenas aparência exterior, o autor comenta:

(...) O farisaísmo dos velhos tempos ainda é o mesmo nos dias que passam (...). Qualquer homem, renovado em Cristo, o incomoda. (...) Ele, o farisaísmo, (...) Instala perseguições, desclassifica-os na convenção puramente humana, tenta anular-lhes a ação em todos os setores da experiência (...).

E adverte os discípulos sinceros, renovados no bem:

Tem, pois, cuidado contigo mesmo. Se te sentes trazido da sombra para a luz, do mal para o bem, ao sublime influxo do Senhor, recorda que o farisaísmo, visível e invisível, obedecendo a impulsos de ordem inferior, ainda está trabalhando contra o valor de tua fé e contra a força de teu ideal.  Não bastou a crucificação do Mestre. Também tu conhecerás o testemunho.

Nada mais a dizer, no pensar dos dias atuais. São lições graves, a serem pensadas e repensadas.

A cada lição uma profunda reflexão.



[1] O Consolador - Ano 18 - N° 868 - 21 de Abril de 2024 - https://www.oconsolador.com.br/ano18/868/ca5.html

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