Paiva Melo, como era conhecido,
nasceu a 9 de março de 1921, na cidade de Garanhuns, PE. Foram seus pais
Feliciano de Paiva Melo e D. Judith de Paiva Melo. Casou-se com D. Neusa de
Araújo Paiva Melo, que desencarnou em desastre automobilístico em 1979,
juntamente com seu filho Marcelo, de 18 anos. Deixou mais três filhos: Márcia,
Marcos e Marcílio.
Casou-se, em segunda núpcias,
com D. Nilza Reis Ribeiro de Paiva Melo.
Tendo sido convocado para o
serviço ativo do Exército em 1939, realizou diversos cursos, chegando ao posto
de Subtenente. Transferido para a reserva, no posto de 1º Tenentes. Por sua
vida exemplar, dedicação e eficiência, recebeu inúmeros elogios e condecorações,
como a Medalha Militar de Bronze, Medalha Militar de Prata e Medalha de Guerra.
Foi fundador e Presidente do
Clube dos Subtenentes e Sargentos do Exército, fundador e Diretor do Ginásio
Marechal Lot, Presidente da Associação dos Técnicos em Contabilidade do Estado
da Guanabara, sócio honorário da Associação dos Contadores do Estado do Rio de
Janeiro e da Associação dos Economistas Domésticos do Brasil.
Era formado em Direito e possuía
também os seguintes títulos: Economista, Técnico de Administração,
Contabilista, Professor de Magistério Superior, Professor Titular da Cadeira de
Instituições de Direito Público e Privado, Jornalista profissional, Diretor do
Estabelecimento de Ensino Secundário, registrado na Diretoria de Ensino do
Ministério da Educação e Cultura. Foi Diretor da Faculdade de Psicologia, da
Federação das Faculdades Integradas Celso Lisboa.
De sua bibliografia constam os
seguintes trabalhos: “Noções de Direito Financeiro”; “Economia, Política e
Finanças”; “Legislação e Administração das Instituições sem fins lucrativos”
(dois volumes). Esta última obra a requerimento do Deputado Gama Lima, recebeu
um voto de congratulações da Assembleia Legislativa do Estado da Guanabara.
Paiva Melo ingressou no
Espiritismo incentivado pelo Professor Leopoldo
Machado, em junho de 1947, quando compareceu à reunião de Mocidade do
Centro Espírita Fé, Esperança e Caridade, de Nova Iguaçu. Leopoldo Machado era
Presidente do Centro e Mentor da Mocidade.
Nesse mesmo ano foi integrado à
Mocidade, juntamente com outros jovens. Nessa época, o Rio de Janeiro se
preparava para a realização do I Congresso de Mocidades Espíritas do Brasil,
que se realizou no período de 18 a 25 de julho de 1948. Paiva Melo foi eleito
Secretário Geral da Comissão Organizadora. Por resolução do Congresso, foi
criado o Conselho Consultivo de Mocidades Espíritas do Brasil, do qual foi
eleito Vice-Presidente. Na presidência estava outro jovem igualmente dinâmico:
Atlas de Castro.
Em 1949, em virtude do acordo de
Unificação das Mocidades e Juventudes Espíritas do Brasil, em razão da
assinatura do Pacto Áureo, surgiu o Departamento de Juventudes da então Liga
Espírita do Distrito Federal. Ali exerceu diversos cargos.
Florescia assim o Movimento
jovem em todo o Brasil, e ele dava assinalada contribuição, exercendo
destacados cargos em diversas Mocidades Espíritas.
Logo passou a ampliar a sua
colaboração em diversos outros setores: Comissão de Contas da União Espírita
Jesus e Maria, em Ricardo de Albuquerque; Presidente do Centro Espírita Estrada
de Damasco, em Mesquita; Tesoureiro e posteriormente Presidente da Confraternização
Espírita Lar de Jesus, do Ramal de Nova Iguaçu; Secretário da União Brasileira
Espírita de Educação; Bibliotecário e Secretário Geral da Liga Espírita do
Estado da Guanabara, em cuja administração, juntamente com o Colegiado, tomou a
seguinte deliberação: mudar a denominação de Liga para Federação Espírita do
Estado da Guanabara; reformou o estatuto da Instituição, elegeu o primeiro
Conselho Superior e a Primeira Diretoria, da qual foi eleito Presidente, em
virtude do afastamento do companheiro Aurino Barbosa Souto, em precário estado
de saúde.
Exerceu, também, o cargo de
Tesoureiro e Dirigente do Departamento de Assistência ao Presidiário (DAP), da
Instituição Espírita Cooperadoras do Bem Amélie Boudet. Foi professor de
Relações Humanas da Escola A Caminho da Redenção, na Penitenciária Milton Dias
Moreira, por anos seguidos; Presidente da União dos Discípulos de Jesus (UDJ);
fundador e membro do Conselho Superior e da Comissão de Contas da Fundação
Cristã Espírita Cultural Paulo de Tarso, mantenedora da Rádio Rio de Janeiro;
Presidente da Aliança Regional Espírita Sul-Fluminense; Presidente da União
Municipal Espírita de Nilópolis; Vice-Presidente do Grupo Espírita Francisco de
Assis, na Ilha do Governador; Presidente do Centro Espírita Allan Kardec, de
Copacabana; Expositor do Instituto de Cultura Espírita do Brasil; Representante
da USEERJ no Conselho Federativo Nacional da FEB.
Paiva Melo tomou parte ativa em
inúmeros Congressos, em diversos Estados brasileiros e outros eventos para
Doutrina Espírita. Foi Presidente do 6º e 7º Congresso Brasileiro de
Jornalistas e Escritores Espíritas, respectivamente de Brasília e Rio de Janeiro.
Realizou inúmeros Cursos; participou e dirigiu diversos Programas Radiofônicos;
colaborava incansavelmente com a Imprensa; participou de diversos programas de
televisão; foi orador de Cultos Ecumênicos de diversas Faculdades; representou
a FEB e a USEERJ em solenidades, inclusive na homenagem a Allan Kardec, em
outubro de 1971, na Assembleia Legislativa do Estado da Guanabara, por
iniciativa do Deputado Átila Nunes.
Antonio Paiva Melo tudo fez para
harmonizar o Movimento Espírita do Estado do Rio de Janeiro, quando da fusão
dos Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, onde se situava a capital do Rio
de Janeiro.
Foi ele, podemos afirmar, o
grande impulsionador do Movimento Espírita de Unificação do Estado do Rio de
Janeiro. Contou com o decidido apoio de outros companheiros como Ernani
Evangelista de Carvalho que, antes, já trabalhara, planejando a unificação do
ramal de Nova Iguaçu, Nilópolis e adjacências.
A sua desencarnação ocorreu no
dia 17 de dezembro de 1983, no Hospital Central do Exército, vítima de espasmo
cerebral, que o prostrou no leito por quinze dias.
Quando desencarnou, era
Presidente da União das Sociedades Espíritas do Estado do Rio de Janeiro
(USEERJ), integrada ao Conselho Federativo Nacional, da Federação Espírita
Brasileira. Cargo que já vinha exercendo desde maio de 1972.
O enterro de seu corpo, no
Cemitério de São João Batista, em Botafogo, teve grande acompanhamento.
Fizeram-se representar inúmeras instituições espíritas e associações de classe.
Dr. Antonio Paiva Melo era de um
caráter digno de todo o apreço, querido e acatado nos meios espíritas, pela sua
cultura e elevação de sentimentos. Trabalhou incansavelmente na esperança de
um Mundo Melhor.
Revista Internacional de Espiritismo, junho 1992
Nenhum comentário:
Postar um comentário