segunda-feira, 31 de julho de 2017

LEOPOLDO MACHADO BARBOSA[1]



Nasceu no Arraial de Cepa Forte, hoje Jandaíra, no Estado da Bahia, a 30 de setembro de 1891. Desencarnou na cidade de Nova Iguaçu, Estado do Rio de Janeiro, no dia 22 de agosto de 1957.
Mais conhecido por Leopoldo Machado, era filho do casal Eulélio de Souza Barbosa e Ana Isabel Machado Barbosa.
Iniciou-se na Doutrina Espírita pelas mãos abençoadas do inolvidável apóstolo baiano José Petitinga, lá pelo ano de 1915, tornando-se mais tarde, arauto da fé e do trabalho. Espírito de liderança, Leopoldo Machado foi impulsionado às tarefas do bem e da verdade, vivendo a Doutrina Espírita em toda a sua pujança.
Conheceu a Profa. Marília Ferraz de Almeida com quem se uniu em matrimônio no dia 31 de dezembro de 1927. Dois anos após o casamento, radicou-se na cidade de Nova Iguaçu (RJ), onde iniciou uma tarefa espírita das mais meritórias, junto à sua idolatrada esposa. Integraram-se no Centro Espírita "Fé, Esperança e Caridade", onde tomaram a iniciativa, de construir a sua sede própria. Posteriormente construíram o Albergue Noturno "Allan Kardec" e o "Lar de Jesus", para meninas órfãs e abandonadas.
Em 1930, em arrojada iniciativa, no terreno pedagógico, consagrou-se como legítimo educador na cidade de Nova Iguaçu.
No dia 21 de abril desse mesmo ano, inaugurava o "Colégio Leopoldo", hoje tradicional estabelecimento de ensino, que contou com a colaboração de sua esposa Marília, de sua cunhada Leopoldina Barros e do Almirante Paim Pamplona, ex-presidente da Federação Espírita Brasileira.
Colégio que honra o magistério particular, onde gerações inteiras da bela cidade fluminense e adjacências têm-se plasmado intelectualmente nos cursos primário, ginasial, colegial, técnico, comercial e normal. É atualmente considerado uma das melhores organizações educacionais da baixada fluminense.
Jornalista, professor, escritor, poeta, compositor, pregador e polemista, difundiu a Doutrina Espírita por todos os meios e formas, merecendo o respeito dos adversários da Doutrina e a admiração de todos os confrades. Apologista do "Espiritismo de Vivos", sem fugir à pureza doutrinária, Leopoldo Machado incentivou as novas gerações a pegar no arado com a criação das Mocidades Espíritas e das Escolas Espíritas de Evangelização para Infância impulsionando, também, as Semanas Espíritas, as Tardes Fraternas, os Simpósios, Mesas Redondas e os Congressos Espíritas. Realizou o "milagre" de estar presente em quase todos os movimentos espíritas confraternativos, percorrendo todo o Brasil, exaltando o Evangelho de Jesus e a Doutrina dos Espíritos, como sendo a volta do Cristianismo redivivo, no seu sentido mais puro, como era pregado na Casa do Caminho, logo após o sacrifício de Jesus.
Em 1939, Deolindo Amorim levanta a bandeira do I Congresso Brasileiro de Jornalistas e Escritores Espíritas, o qual contou com o integral apoio de Leopoldo Machado. Outros Congressos e outros movimentos espíritas realizaram-se no intervalo de 1939 a 1948, destacando-se o I Congresso de Mocidades Espíritas do Brasil, de 17 a 23 de julho de 1948. Foi das mais belas e das mais proveitosas realizações espíritas de todos os tempos, no sentido positivo da continuação de suas resoluções.
Pois, até hoje ainda se colhem os frutos sazonados desse Congresso espetacular. O movimento espírita de hoje em quase todo o Brasil, está quase que inteiramente nas mãos dos jovens de 1948 e de jovens que se integraram ao movimento espírita, incentivados pelos frutos daquela magnífica epopeia que teve à frente Leopoldo Machado, Lins de Vasconcelos, J.B. Chagas, Moreira Guimarães, Ruth Santana e tantos outros idealistas.
Nesse mesmo ano Leopoldo Machado tomava parte ativa no Congresso Brasileiro de Unificação, realizado na capital de S.Paulo, de 31 de outubro a 05 de novembro. Em 1949, era convocado ao II Congresso Pan-Americano realizado no Rio de Janeiro e também ao Pacto Áureo. Percebendo a importância desses encontros, para a grandeza da Doutrina Espírita no futuro, dentro de suas possibilidades, esteve sempre presente ajudando de alguma maneira. Os mesmos espíritos que inspiravam o Pacto Áureo inspiraram a "Caravana da Fraternidade", na qual tomaram parte: Leopoldo Machado, Lins de Vasconcelos, Carlos Jordão da Silva, Francisco Spinelli, Ary Casadio e Luiz Burgos Filho, cuja Caravana foi o coroamento do Pacto Áureo, o incentivo unificador na formação do Conselho Federativo Nacional, sob os auspícios da Federação Espírita Brasileira. Ao regresso da "Caravana da Fraternidade", o êxito absoluto, com a adesão dos Estados do Norte e Nordeste do País à unificação do Espiritismo em todo o território nacional. Leopoldo não parava; realizou também a Primeira Festa Nacional do Livro Espírita, em homenagem ao "18 de Abril", data magna de lançamento de "O Livro dos Espíritos", cuja festa tornou-se hábito em todo o Brasil nas comemorações ao "Dia do Livro". Criou o Conselho Consultivo de Mocidades Espíritas, na sede da antiga Liga Espírita do Distrito Federal.
De sua bibliografia constam os seguintes livros, entre profanos e espíritas — "Meus últimos Versos", "Saudades", "Ideias e Iluminação" (poesia); "Prosa de Caliban" e "Consciência" (contos); "Doutrina Inglória", "Julga, Leitor, por ti mesmo", "Sensacional Polêmica", "Pigmeus contra Gigantes" e "Guerra ao Farisaísmo" (polêmicas); "Para o Alto", "Natal dos Cristãos Novos", "Graças sobre Graças", "Caravana da Fraternidade" e "Ide e Pregai" (crônicas); "Teatro Espiritualista" 1ª. e 2ª. séries e "Teatro da Mocidade" (teatro); "Uma Grande Vida" e "Caxias, eminente iguaçuano" (biografias); "Cientismo e Espiritismo" (Doutrina); "Cruzada de Espiritismo de Vivos" e "Observações e Sugestões" (roteiros); "O Espiritismo é Obra de Educação", "Das responsabilidades maiores dos Espíritas no Brasil", "Para a Frente e para o Alto", "Nada lhe é no momento maior" e "Brasil berço da Humanidade" (teses). São esses os seus livros publicados, sem se contar vários outros em manuscritos e inéditos, inclusive a sua "Autobiografia", que estão em poder de sua família, aguardando publicação. Autor da "Canção da Alegria Cristã", de parceria com Oli de Castro, compôs também inúmeras outras melodias espiritualizadas, para a Mocidade e a Infância.
Leopoldo Machado acreditou na força do moço, como mola propulsora para renovação de valores ao movimento espírita; acreditou nos Congressos, nas Semanas Espíritas e nas Confraternizações, como forma de promoção, porque foi o propagandista número um do Espiritismo. Lutou tenazmente para desencastelar muitos espíritas, que só pensavam em termo de suas Instituições, porque acreditava que o Espiritismo é Luz, é o Sol que no futuro próximo iluminará toda a Humanidade.
Lutou pela renovação de valores e de conceitos, sem fugir aos ditames da Codificação Kardequiana, quando o próprio Allan Kardec, afirmou: — "O Espiritismo disse a primeira palavra e jamais dirá a última, porque acompanhará o progresso, para todo o sempre". Ele caracterizou-se pela fé viva de seu idealismo cristão, viveu a Doutrina com todo o seu amor e intrepidez de ânimo; franco, leal, sincero e audaz. Foi essa a figura personalíssima de Leopoldo Machado.




[1] Personagens do Espiritismo - Antônio de Souza Lucena e Paulo Alves Godoy

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