quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

PARA AGRADAR A DEUS[1]

 


Miramez

 

Será suficiente não se fazer o mal, para ser agradável a Deus e assegurar uma situação futura?

− Não: é preciso fazer o bem, no limite das próprias forças, pois cada um responderá por todo o mal que tiver ocorrido por causa do bem que deixou de fazer.

Questão 642 / O Livro dos Espíritos

 

Deus é um Pai amoroso e santo, e o proceder dos homens para com Ele deve ser em espírito e verdade. Há muitas criaturas dentre as quais muitos intelectuais, que acham que Deus é uma matéria fluídico dissolvida em toda a criação. E nós dizemos que Deus é uma individualidade.

No entanto, os Seus atributos têm a capacidade de estender Seus sentidos por toda parte, de fazer da criação o Seu próprio corpo, de estar presente nas consciências humanas.

Deus é isso e muito mais, de modo que a nossa capacidade, mesmo sendo imagem e semelhança d'Ele, não O pode compreender da maneira que Ele é. As nossas mentes, mesmo as dos Espíritos mais evoluídos, são finitas, e não podem conceber o que é infinito.

Deus tem todos os poderes perfeitos, Deus é perfeito em tudo o que faz. Para que nós possamos agradar a Ele, não basta que esqueçamos o mal; é necessário que façamos o bem, para o qual fomos criados. Quem não faz o bem, já abre caminhos para que os impulsos do mal apareçam em suas intenções.

Convém que todas as criaturas, principalmente os espíritas, para quem estamos especialmente falando, procurem fazer o bem de todas as formas possíveis, porque somente ele desvia as pessoas do mal. O Espírito deve estar sempre ocupado com coisas nobres, pois que se mostrará como nobre também.

Se Deus é harmonia, o que chamamos de mal é desarmonia. Não podemos agradar a dois senhores; assim, procura harmonizar a tua vida, desde o abrir dos olhos, ao levantar, até a hora de descansar das lides diárias. As grandes coisas começarão pelas pequenas.

Um grande feito por vezes nasce de simples pensamentos, bem como uma grande calamidade social foi primeiramente pensada e criada a partir de ideias sobre tal evento. É neste sentido que alertamos sempre os homens para educarem seus pensamentos em tudo que fazem, desde o mínimo gesto de beber um copo de água, até assinar um decreto que envolve uma nação. Deves pensar, meditar no que fazer e, quando o fizeres, procurar, em todos os seus contornos, fazer com perfeição.

Na Doutrina Espírita já há muitas obras sobre a educação da mente, sobre as coisas certas, sobre a harmonia divina e humana. Por que não começar a entender a sensibilidade do Criador, a ordem do universo? Se quem busca acha, deves buscar, mas com sinceridade.

Deus é o Doador Supremo, que não se esquece de Seus filhos de boa vontade. Agrada a Deus amando, servindo sem exigências e trabalhando sempre na cocriação de oportunidades que elevam e que mostram a paz, insuflando o amor em todas as criaturas.

Não desprezes a ordem, pois ela gera o progresso, e quando fizeres alguma coisa, não podes esquecer Jesus, força divina que mostra a Sua divina presença em toda a Terra, manifestando-se em todos os homens, educando-os e instruindo-os, na mais alta função de amar.

Aos afoitos no trabalho, que parecem querer recuperar o tempo perdido, em apenas alguns anos, nós lhes dizemos que façam o bem, nos limites das suas forças, para que não venham a se cansar antes de atingir a meta de servir, e os compromissos firmados com o senhor da vinha. O equilíbrio, na altura em que se encontra a humanidade, é o caminho do meio, como nos fala um provérbio chinês.

Vamos agradar a Deus com bons pensamentos, boas palavras e boas ações. Mesmo que a tua vida esteja tomada pelas trevas, não esmoreças nas reformas; luta e crê, que Deus te abençoará, para que venças a ti mesmo.

Ao que lhe respondeu Jesus: Se podes crer, tudo é possível ao que crê.

Marcos, 9:23

E para crer, necessário se faz que trabalhes na aquisição dos valores da alma, de amor e bondade, de fé e entendimento, que somando surgirá a pérola divina em teus passos que se chama, e está escrito no dicionário do céu: Amor.

 

 

“Faça o bem agora”.



[1] Filosofia Espírita – Volume 13 – João Nunes Maia

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