sábado, 9 de dezembro de 2023

A PERGUNTA DE TIMBIRA[1]

 


 

Joaquim Timbira era uma das entidades que se comunicavam frequentemente nas sessões dos irmãos Xavier.

Companheiro espiritual, simples e bom, estava sempre disposto a auxiliar com a sua experiência nos trabalhos, em favor dos obsidiados.

Houve uma ocasião em que apareceu uma jovem perseguida por diversas entidades da sombra e, à noite, obsessores, em falanges, tomavam-lhe a boca, derramando fel e veneno em forma de palavras.

José doutrinava os visitantes conturbados.

Iam muitos e muitos vinham.

E o dirigente conversava, conversava.

Numa das reuniões, Joaquim Timbira incorpora-se no Chico e aconselha:

— José, meu filho, convém ensinar o bom caminho aos irmãos sofredores, entretanto, é preciso doutrinar igualmente a médium. É necessário que a mocinha estude, compenetrando-se dos seus deveres.

— Mas não será caridade necessária doutrinar os espíritos infelizes?

— Sim, sim...

— Então? — insistiu José Xavier — penso que estou certo, procurando encaminhar à verdade nossos irmãos vitimados pela ignorância e pelo sofrimento. Devem eles ser atendidos em primeiro lugar.

Joaquim Timbira fez uma longa pausa como quem refletia com segurança para responder e considerou:

— José, toda a caridade feita com boa intenção é louvável diante do Céu, mas que será melhor? Curar feridas ou espantar moscas?

E a pergunta do amigo espiritual ficou gravada por valiosa lição.



[1] LINDOS CASOS DE CHICO XAVIER – Ramiro Gama

Nenhum comentário:

Postar um comentário