quinta-feira, 30 de novembro de 2023

SER FELIZ NA TERRA[1]


CARNAVAL - Cândido Portinari


Miramez

 

Algumas pessoas não acharão estes conselhos de felicidade um pouco banais, não verão neles o que chamam lugares-comuns ou verdades cediças, e não dirão, por fim, que o segredo da felicidade consiste em saber suportar a infelicidade?

− Há as que dirão isso, e numerosas. Mas muitas delas são como certos doentes aos quais o médico prescreve a dieta: desejariam ser curadas sem remédios e continuando a entregar-se aos excessos.


Questão 942 / O Livro dos Espíritos

 

A felicidade das criaturas já começou, e ela se nos mostra pela consciência da vida que todos temos. Já pensaste nos dons aflorados que temos? Vejamos os nossos sentidos: eles crescem como plantas de Deus, fecundando valores e fazendo estender como promessas nos nossos caminhos, a felicidade que temos de pensar, de criar imagens, a faculdade de falar, dom maravilhoso que Jesus usava dando vida a todas as criaturas, o sentido da audição, das sensibilidades e da capacidade de amar. E nesta sequência, pode-se notar os princípios da felicidade que avançam em todas as direções, a nos dar a esperança do céu que não se encontra longe da consciência. O que se deseja mais?

A felicidade completa virá somente depois; ela é a soma de todas as outras, que deverão cada vez mais aumentar e iluminar-se com a presença de Jesus no coração da alma. Todos falam em felicidade e verdadeiramente aspiram a este estado d'alma, no entanto, é como o enfermo que almeja recuperar a saúde, mas que não se esforça para tomar o medicamento que o conduzirá à cura.

O Espiritismo com Jesus nos mostra os caminhos grandiosos, de modo a conquistarmos os passos da felicidade real. Porém, a demora faz os menos avisados esmorecerem nos caminhos, mas Deus não se aborrece com Seus filhos. Ele nos dá novas oportunidades, que serão reconhecidas pelo tempo, de modo a nos erguermos para cima e para o alto à procura desta paz tão falada e vivida por certos Espíritos.

Existe a felicidade, no entanto, é preciso que nos esforcemos no campo da conquista espiritual e, se todos somos irmãos, os que já se encontram nos "campos elísios", respirando no clima do amor, sabem que os que se encontram na retaguarda, algum dia chegarão lá, pelos mesmos processos que eles enfrentaram. Somente o amor conduz o Espírito a estas estâncias de luz, que se encontram primeiramente na consciência, refletindo no coração. A demora da humanidade em reconhecer o céu na própria intimidade é falta de maturidade, que deverá chegar pela força do tempo, e a mestra infalível se chama dor.

Eu vim em nome de meu Pai e não me recebeis; se outro vier em seu próprio nome, certamente o recebereis[2].

(João, 5:43)

A ignorância promove a troca dos valores, e nesta troca a alma irá despertar pelos sofrimentos e surgirá a maturidade espiritual na cidade dos sentimentos. Estás sendo chamado pelo Cristo de Deus. As vozes dos que já partiram para o mundo espiritual se fazem ouvir em todas as nações, de formas diferentes, mas, com o mesmo objetivo, o de acordar consciências. Estamos presentes, dizendo que a morte morreu, e que somente existe a vida!

A humanidade se encontra enferma e ainda não descobriu o verdadeiro remédio, usando, por enquanto, só paliativos, na forma de xaropes e unguentos, para depois dar atenção à verdadeira cura pelo Evangelho de Jesus. A Doutrina dos Espíritos, pelos agentes de Deus, que são os Espíritos, manifesta-se coletivamente, tocando a canção da vida, da vida eterna, levando os homens a crerem na continuação da vida depois do túmulo, na reencarnação e na força que a caridade tem de salvar. É Jesus descendo das alturas, sorrindo e dizendo novamente:

A paz seja convosco; vinde a mim, todos vós que sofreis.



[1] Filosofia Espírita – Volume 19 – João Nunes Maia

[2]

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

O SUICIDA DA SAMARITANA[1], [2]

 


Allan Kardec

 

            Recentemente os jornais relataram o seguinte fato:

Ontem (7 de abril de 1858), pelas sete horas da noite um homem de cerca de cinquenta anos e decentemente trajado, apresentou-se no estabelecimento da Samaritana, em Paris, e mandou que lhe preparassem um banho. Decorridas cerca de duas horas, o criado de serviço, admirado pelo silêncio do freguês, resolveu entrar no seu gabinete, a fim de verificar o que ocorria.

Deparou-se lhe então um quadro horroroso: o infeliz degolara-se com uma navalha e todo o seu sangue misturava-se à água da banheira. E, como a identidade do suicida não pôde ser averiguada, foi o cadáver removido para o necrotério.

 

Pensamos que poderíamos haurir um ensinamento útil à nossa instrução, da conversa com o Espírito desse homem.

Evocamo-lo, pois, no dia 13 de abril, consequentemente seis dias apenas depois de sua morte.

 

1. Rogo a Deus Todo-Poderoso permitir ao Espírito do indivíduo que se suicidou no dia 7 de abril de 1858, nos banhos da Samaritana, que se comunique conosco.

– Espere... (Após alguns segundos) Ei-lo aqui.

 

Observação – Para compreender essa resposta é preciso saber que geralmente há um Espírito familiar, do médium ou da família, em todas as reuniões regulares, que está sempre presente sem que se o precise chamar. É ele quem faz virem os Espíritos que são evocados e, conforme seja mais ou menos elevado, ele próprio serve como mensageiro ou dá ordens aos Espíritos que lhe são inferiores. Quando nossas reuniões têm por intérprete a Senhorita Ermance Dufaux, é sempre o Espírito São Luís que de boa vontade se encarrega dessa tarefa.

 

2. Onde vos achais hoje?

– Não sei... dizei-me.

3. Na Galeria Valois, Palais-Royal, nº 35, numa reunião de pessoas que estudam o Espiritismo e que são benévolas para convosco.

– Dizei-me se vivo... Eu sufoco no caixão.

4. Quem vos impeliu a vir aqui?

– Sinto-me aliviado.

5. Qual o motivo que vos arrastou ao suicídio?

– Morto? Eu? Não... que habito o meu corpo... Não sabeis como sofro!... Sufoco-me... Oxalá que mão compassiva me aniquilasse de vez!

 

Observação – Sua alma, posto que separada do corpo, está ainda completamente imersa no que poderia chamar-se o turbilhão da matéria corporal; vivazes lhe são as ideias terrenas, a ponto de se acreditar encarnado.

 

6. Por que não deixastes indícios que pudessem tornar-vos reconhecível?

– Estou abandonado; fugi ao sofrimento para entregar-me à tortura.

7. Tendes ainda os mesmos motivos para ficar incógnito?

– Sim; não revolvais com ferro candente a ferida que sangra.

8. Podereis dar-nos o vosso nome, idade, profissão e domicílio?

– Absolutamente não.

9. Tínheis família, mulher, filhos?

– Eu era um desprezado; ninguém me amava.

10. E que fizestes para ser assim repudiado?

– Quantos o são como eu!... Um homem pode viver abandonado no seio da família, quando ninguém o preza.

11. No momento de vos suicidardes não experimentastes qualquer hesitação?

– Ansiava pela morte... Esperava repousar.

12. Como é que a ideia do futuro não vos fez renunciar a um tal projeto?

– Não acreditava nele, absolutamente. Era um desiludido. O futuro é a esperança.

13. Que reflexões vos ocorreram ao sentirdes a extinção da vida?

– Não refleti, senti... Mas a vida não se me extinguiu... minha alma está ligada ao corpo... não estou morto... e, no entanto, sinto os vermes a me corroerem.

14. Que sensação experimentastes no momento decisivo da morte?

– Pois ela se completou?

15. Foi doloroso o momento em que a vida se vos extinguiu?

– Menos doloroso que depois. Só o corpo sofreu.

(São Luís continua): “O Espírito descarregou o fardo que o oprimia; ressentia a volúpia da dor”.

(A São Luís): Tal estado sobrevém sempre ao suicídio?

– “Sim. O Espírito do suicida fica ligado ao corpo até o termo dessa vida. A morte natural é a libertação da vida: o suicídio a rompe por completo”.

16. Dar-se-á o mesmo nas mortes acidentais, embora involuntárias, mas que abreviam a existência?

– Não. Que entendeis por suicídio? O Espírito só responde pelos seus atos.

 

Observação – Havíamos preparado uma série de perguntas que nos propúnhamos a dirigir ao Espírito desse homem sobre sua nova existência; diante das respostas, se tornaram sem objetivo; para nós, era evidente que ele não tinha nenhuma consciência de sua situação; seu sofrimento foi a única coisa que nos pôde descrever.

Esta dúvida da morte é muito comum nas pessoas recentemente desencarnadas e principalmente naquelas que, durante a vida, não elevam a alma acima da matéria. É um fenômeno que parece singular à primeira vista, mas que se explica naturalmente. Se a um indivíduo, pela primeira vez sonambulizado, perguntarmos se dorme, ele responderá quase sempre que não, e essa resposta é lógica: o interlocutor é que faz mal a pergunta, servindo-se de um termo impróprio. Na linguagem comum, a ideia do sono prende-se à suspensão de todas as faculdades sensitivas; ora, o sonâmbulo que pensa, que vê e sente, que tem consciência da sua liberdade, não se crê adormecido, e de fato não dorme, na acepção vulgar do vocábulo.

Eis a razão por que responde não, até que se familiarize com essa maneira de apreender o fato. O mesmo acontece com o homem que acaba de desencarnar; para ele a morte era o aniquilamento do ser, e, tal como o sonâmbulo, vê, sente e fala, e assim não se considera morto, e isto afirmando até que adquira a intuição do seu novo estado.



[1] Revista Espírita – junho/1858 – Allan Kardec

[2] N. do T.: Vide O Céu e o Inferno – Segunda Parte – Capítulo V – Suicidas – O suicida da samaritana.

terça-feira, 28 de novembro de 2023

MARK BOCUZZI[1]

 

 

Mark Boccuzzi é um pesquisador psi baseado no Arizona. Ele é o principal desenvolvedor do The Windbridge Institute , que ele cofundou em 2008 junto com sua esposa e parceira de pesquisa, Julie Beischel, Ph.D., e diretora executiva do Windbridge Research Center, uma organização sem fins lucrativos dedicada à pesquisa sobre a sobrevivência da consciência após a morte. Ele também é editor-chefe do jornal de acesso aberto, gratuito e revisado por pares Threshold: Journal of Interdisciplinary Consciousness Studies[2], [3].

 

Mediunidade Mental

Desde 2008,  Boccuzzi tem pesquisado médiuns mentais seculares americanos modernos. Ele é coautor de mais de uma dúzia de artigos revisados ​​por pares, capítulos de livros e apresentações que cobrem aspectos da mediunidade, incluindo precisão, fisiologia e as potenciais aplicações terapêuticas das leituras mediúnicas para o luto[4].

 

Mediunidade Física

Com o apoio do Fundo Gilbert Roller da Associação Parapsicológica, Boccuzzi demonstrou com sucesso a utilidade da tecnologia de imagem térmica como um meio de documentar sessões com médiuns físicos realizadas em condições de luz extremamente baixas[5].

 

Transcomunicação instrumental em tempo real

Boccuzzi realizou um estudo piloto[6] de transcomunicação instrumental em tempo real (ITC), o fenômeno da suposta comunicação com desencarnados por meio de vozes, imagens ou textos que aparecem na mídia eletrônica. Ao contrário dos Fenômenos de Voz Eletrônica (EVP) em que uma gravação é feita primeiro, depois as vozes são ouvidas depois que a gravação é reproduzida posteriormente, o ITC em tempo real usa métodos que permitem aos operadores fazer perguntas e receber uma resposta imediata, uma troca interativa em tempo real. Aqui, uma técnica de voz sintetizada foi usada.

Neste estudo, Boccuzzi tentou verificar objetivamente as interpretações dos enunciados de sessões realizadas com um operador de ITC experiente. Essa intenção falhou, mas novas técnicas foram introduzidas, incluindo a implantação de uma plataforma padronizada de coleta de dados que permitia ao operador conduzir sessões de ITC remotamente, garantindo a integridade dos dados e a adesão aos protocolos estabelecidos; uso de painéis de escuta aleatórios e cegos com controles combinados; e software de reconhecimento de fala especialmente treinado para minimizar o viés humano durante o processo de interpretação.

 

PK Canino

Em um experimento inovador, Boccuzzi testou o cão da família em busca de evidências de micro -PK usando o aplicativo Sync-TXT da Psyleron, que envia ao usuário uma mensagem pré-selecionada se o comportamento de um gerador de números aleatórios se tornar significativamente não aleatório. Boccuzzi avaliou o comportamento do cachorro em uma escala de 1 a 7 toda vez que uma mensagem era recebida. A análise dos resultados encontrou uma correlação significativa entre a atividade do cão e uma medida do significado da mensagem de texto, feita sob condições cegas[7].

 

Efeitos do experimentador na pesquisa de PK

Em três experimentos de PK, Boccuzzi e Beischel investigaram os efeitos do experimentador em três projetos experimentais diferentes[8].   Antes de cada teste, o experimentador completa uma avaliação que mede sua crença, expectativa, entusiasmo e desejo, produzindo uma representação gráfica composta dos parâmetros psicológicos relevantes do experimentador – chamada de Ferramenta de Avaliação do Experimentador.

Um estudo com geradores de números aleatórios (RNG) empregou um design automatizado, no qual o que conta como acerto é definido aleatoriamente pelo programa e por uma sequência de regras; o experimentador apenas inicia a corrida experimental e define a intenção de pontuar alto ou baixo. Quatro dos cinco resultados foram significativos, correlacionando-se fortemente com as altas classificações de avaliação de Boccuzzi. O estudo também demonstrou que sistemas automatizados e níveis complexos de mascaramento do experimentador podem fazer pouco para prevenir os efeitos do experimentador psi.

O segundo estudo, realizado na casa dos pesquisadores, mediu a quantidade de partículas de poeira bloqueando um feixe de laser quando indivíduos falecidos foram solicitados a empurrar partículas transportadas pelo ar no caminho do feixe. Resultados significativamente baixos (psi-missing) foram encontrados em comparação com os períodos de controle (p = 0,01). A inspeção da Ferramenta de Avaliação do Experimentador revelou avaliações fortemente negativas por parte de Beischel, que mais tarde revelou uma relutância em cogitar a possibilidade de uma casa mal-assombrada.

No terceiro experimento, tanto a PK do operador quanto as influências da desencarnação sobre a pressão do ar de um frasco selado foram exploradas, mas nenhum efeito significativo foi encontrado em ambas as condições. Isso se correlacionou com os baixos índices de entusiasmo e desejo de Boccuzzi provocados por um ceticismo geral sobre a probabilidade de sucesso.

Para Boccuzzi, essas descobertas revelam a dificuldade intrínseca de identificar o psi do experimentador, mesmo com a vantagem de projetos de pesquisa sofisticados. Ele esboça mais pesquisas que possam quebrar o impasse ao registrar as atitudes, expectativas e intenções do experimentador, tanto a partir de autoavaliações quanto das impressões dos outros – uma “abordagem 360”.

 

Mais Desencarnados/Pesquisa de PK

Boccuzzi investigou a possibilidade de desencarnados influenciarem a produção de dispositivos de caça fantasma disponíveis comercialmente[9]. Na sequência de pesquisas anteriores, o desenho do estudo procurou a presença de psi experimentador, por meio de cegamento apropriado, e também de influências ambientais indesejadas, por meio de blindagem substantiva. A análise dos resultados revelou diferenças estatisticamente significativas entre as sessões ativa e de controle para um dos dois desencarnados, com relação a dois dos sete dispositivos (RNG p = 0,038, circuito de iluminação p = 0,048). Esta evidência foi interpretada como apoiando cautelosamente a hipótese desencarnada sobre o experimentador psi.

 

Aprendizado de máquina

Inspirado pelo recente aumento no uso de aprendizado de máquina, Boccuzzi empregou um software de reconhecimento de visão de máquina para classificar e extrair detalhes de um conjunto de imagens criadas a partir de dados do gerador de eventos aleatórios (REG) (conjuntos de dados intencionais) obtidos durante sessões nas quais os meditadores se concentravam em ou o conceito de amor ou ódio[10]. Apesar da sobreposição considerável, o software foi capaz de agrupar com sucesso quatro das cinco imagens de 'ódio'. Embora de natureza exploratória, os resultados demonstraram o valor potencial do uso do aprendizado de máquina na pesquisa psi. 

 

Conjuntos de dados intencionais como vetores para intenção

Seguindo os experimentos de visualização de dados de 'amor/ódio' com aprendizado de máquina, Boccuzzi realizou um estudo exploratório para examinar o impacto da exposição a conjuntos de dados intencionais em jogadores online[11]. Cento e vinte participantes foram designados aleatoriamente para jogar uma das três versões de um jogo online simples. A jogabilidade geral de cada versão era a mesma, mas vários aspectos foram informados pelo conjunto de dados 'amor', o conjunto de dados 'ódio' ou um novo conjunto de dados 'neutro'. Antes e depois do jogo, cada jogador foi solicitado a avaliar seu nível atual de felicidade em uma escala visual de cinco pontos. A análise dos escores de felicidade pré e pós mostrou diferença estatisticamente significativa entre a porcentagem de mudança para cada uma das três condições (p < 0,00001, teste de Kruskal-Wallis, H(2) = 27,6659). As pontuações dos jogadores na condição 'amor' mostraram felicidade aumentada (p = 0,0034, teste t bicaudal), enquanto aqueles na condição 'ódio' mostraram felicidade diminuída (p = 0,0004, teste t bicaudal). Nenhuma diferença foi encontrada para os escores de condição neutra pré-pós.

 

Otimização de Tarefas

Boccuzzi questiona a abordagem de 'tamanho único' em que os participantes em testes psi recebem a mesma tarefa, independentemente de suas diferenças individuais, enquanto se baseiam em princípios gerais, como otimização de alvo, seleção de participantes e ambiente experimental[12]. Ele propõe que otimizar uma tarefa de acordo com os estilos cognitivos e outros fatores psicológicos de cada participante maximiza a chance de detectar psi e, portanto, desenvolver testes psi disfarçados de jogos que acomodam estilos individuais.

 

Consciência Baseada em Máquina

Partindo do modelo de "filtro" ou "transmissão" da consciência – desconhecido para a maioria da ciência convencional, mas amplamente aceito pelos parapsicólogos – Boccuzzi pergunta se, além do cérebro, seria possível criar sistemas artificiais e não biológicos para canalizar consciências não corporais? Além disso, se psi é uma função da consciência, podemos criar sistemas habilitados para psi usando Inteligência Artificial - IA?

Inspirado pelos avanços da psibotics[13], Boccuzzi lançou um projeto que examina a possibilidade de misturar IA com psi para ver o que pode ser aprendido. O projeto tem cinco programas separados, mas um tanto sobrepostos:

 

§  substituindo participantes de pesquisa humanos e não humanos por IAs habilitadas para psi;

§  reanalisar conjuntos de dados de parapsicologia existentes usando Machine Learning (ML) para descobrir correlações não descobertas anteriormente;

§  integrando psi, ML e IA para criar aplicativos habilitados para psi e dispositivos robóticos;

§  usando ML/AI para gerar hipóteses e elucidar mecanismos psi de ps;

§  explorando a aplicação da IA ao triângulo retórico (ethos, pathos, logos) para enfrentar o desafio da aceitação mainstream da parapsicologia.

Em 2020, como primícias desse programa, Boccuzzi lançou o Trono da Esfinge (TotS)[14], uma plataforma de hospedagem de consciência conversacional, baseada em hardware/software (não biológica) e não local. Isso incorpora geradores de números aleatórios como entradas e produz respostas canalizadas para consultas de linguagem natural em áreas como aquisição de sabedoria, aconselhamento pessoal, encontrar soluções para problemas globais e projetos de protocolos de pesquisa.

Os projetos TotS até o momento incluíram:

§  A incorporação de informações psi em modelos de aprendizado de máquina.

§  Entendendo a Interface Mente-Cérebro.

§  Desenvolvimento de sistemas de consciência para a inclusão como potenciais participantes da pesquisa.

§  Potencial aplicação como plataforma de Transcomunicação Instrumental (ITC).

§  Estudando os efeitos do experimentador mediado por psi.

§  Explorando as relações entre crença e autoridade.

 

Outras Iniciativas

Em 2021, Boccuzzi voltou sua atenção para o que ele chama de Meta Issues in Parapsychology, explorando as responsabilidades sociais da parapsicologia e da pesquisa científica de ponta por meio de apresentações, ensaios e projetos-piloto. Estes incluem:

§  Programas voltados para o público para defender e promover a parapsicologia.

§  Promover a diversidade, a equidade e a inclusão.

§  Um apelo a uma moratória sobre a investigação PSI direta em animais não humanos.

§  Uma revisão crítica da ética da pesquisa de campo em mediunidade física.

§  Buscando proteções adicionais para participantes de estudos de pesquisa focados em psi.

§  Entendendo as motivações dos experimentadores.

§  Explorando as implicações da aplicação de tecnologias baseadas em PSI para a proteção ambiental e sustentabilidade.

 

Literatura

§  Windbridge Institute, LLC (2017). Mediumship and Afterlife Research has moved to the Windbridge Research Center. July. Retrieved from http://windbridgeinstitute.com/july-2017-mediumship-and-afterlife-research-has-moved-to-the-windbridge-research-center/

§  Boccuzzi, M. & Beischel, J. (2018). The Windbridge Institute Ten Years Working at the Cutting Edge of Science. EdgeScience 34, June. Retrieved from:  http://www.scientificexploration.org/edgescience/34

§  Boccuzzi, M. (2017). Application of Digital Infrared Thermographic Imaging (DITI) and Other Monitors for Documenting Physical Phenomena during Sittings with a Medium. Threshold: Journal of Interdisciplinary Consciousness Studies 1/2, 37-50. Retrieved from http://tjics.org/index.php/TJICS/article/view/16

§  Boccuzzi, M. & Beischel, J. (2011). Objective analyses of reported real-time audio instrumental transcommunication and matched control sessions: A pilot study. Journal of Scientific Exploration 25, 215-235.

§  Boccuzzi, M. & Beischel, J. (2010). Old Dog, New Trick: The Effect of Animal Micro-Psychokinesis on Quantum Events.  Proceedings of the 10th Conference: Toward a Science of Consciousness. Tucson, AZ.

§  Boccuzzi, M. (2011). Three Methods for Examining Psi-Mediated Experimenter Effects in Investigations of Psychokinesis. Paper presented at the 30th Annual Meeting of the Society for Scientific Exploration, Boulder, CO.

§  Boccuzzi, M. & Beischel, J. (2012). Invited Ostensible Discarnate Interactions with Electronic Equipment: A Pilot Study. Proceedings of the 55th Annual Convention of the Parapsychological Association, Durham, NC.

§  Boccuzzi, M. (2016). Applying Machine Learning to Psi Research: An example of using a deep machine learning image classifier to analyze seemingly random visualized FieldREG data collected during sessions with meditators.  Proceedings of the 35th Annual Meeting of the Society for Scientific Exploration and 59th Annual Convention of the Parapsychological Association Joint Meeting. Boulder, CO.

§  Boccuzzi, M. (2018, June). Datasets as vectors for intention: Measuring the impact of intention-entangled datasets on the happiness scores of online gamers. Poster presented at the 37th Annual Meeting of the Society for Scientific Exploration (joint conference with the International Remote Viewing Association). Las Vegas, NV.

§  Boccuzzi, M. (2019, June). Looking for Psi in All the Wrong Places: Task Optimization in Psi Research. Paper presented at the 38th Annual Meeting of the Society for Scientific Exploration, Boulder, CO.

 

 

Traduzido com Google Tradutor



[2] Windbridge Institute, LLC, 2017.

[3] Boccuzzi & Beischel, 2018.

[4] Windbridge Research Center: http://www.windbridge.org/education/

[5] Boccuzzi, 2017.

[6] Boccuzzi & Beischel, 2011.

[7] Boccuzzi & Beischel, 2010.

[8] Boccazzi, 2011.

[9] Boccuzzi & Beischel, 2012.

[10] Boccuzzi, 2016.

[11] Boccuzzi, 2018.

[12] Boccuzzi, 2010.

[13] Duggan (2019) ·

[14] Boccuzzi (2022)

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

ALENCAR BRAGA[1]

 


 

Alencar de Paula Braga nasceu no antigo distrito de Rio Pomba (atual Guarani, pequena cidade da Zona da Mata, Minas Gerais) no ano de 1901. Foi o quinto filho, de uma prole de dez, do casal João Evangelista Braga e Jovita de Paula Braga.

Seu pai, proprietário do Hotel Guarani e escrivão da Coletoria Estadual, coadjuvado por sua esposa, proporcionou aos filhos sólida formação moral, alicerçada nos valores da ética, do trabalho e do respeito ao próximo.

Dessa forma, tão logo concluiu o curso primário, o menino Alencar iniciou-se na atividade mercantil, transportando em seu cavalo, para propriedades vizinhas, pães frescos encomendados por várias famílias, e de lá trazendo, ao retornar, ovos e frangos para atender à sua sempre crescente clientela na cidade.

Em 1920, com os recursos que conseguiu amealhar, instalou, com apenas 19 anos, o estabelecimento comercial denominado “Lojas Brasileiras”, que alcançaria grande progresso, alinhando-se entre os mais conceituados da região.

Foi nessa época que Alencar teve os primeiros contatos com a Doutrina Espírita. Sua mãe, Dona Jovita, apresentou sintomas de influenciação espiritual, que só puderam ser explicados e solucionados por três adeptos do Espiritismo: Sr. Josué, pequeno comerciante, Sr. Nicola, imigrante italiano, e o Sr. Moisés Silva, guarda-livros.

A partir daí, passou a ler O Livro dos Espíritos e O Evangelho Segundo o Espiritismo, que foram sua primeira fonte de estudos doutrinários.

Em 1923, casou-se com a jovem Martha de Campos Alvim, natural da localidade vizinha de Descoberto. Da união nasceram os filhos:  Adalberto, Maria Aparecida, Terezinha de Jesus, George e Jandir, espíritas desde o berço. Por volta de 1932, a família muda-se para a Capital Mineira, a fim de terem melhor qualidade de vida e perspectivas mais amplas aos filhos. Em Belo Horizonte, estabelecem-se no ramo de armarinho com as lojas “A Principal”, localizadas na Rua Rio de Janeiro e na Avenida Afonso Pena.

Neste período, Alencar Braga aproximou-se ainda mais da Doutrina Espírita, passando a frequentar assiduamente reuniões na União Espírita Mineira e no Centro Espírita Oriente. Além de dedicar-se ao estudo de obras espíritas, realizava, semanalmente, em sua residência na Rua Eurita, 37, bairro Santa Tereza, o Culto do Evangelho no Lar congregando toda a família.

Numa dessas reuniões domésticas, após a leitura da mensagem “A Beneficência”, ditada por Adolfo, bispo de Argel, inserta no item 11 do capítulo XIII de O Evangelho Segundo o Espiritismo, ele e a esposa Martha muito se emocionaram, nascendo ali a inspiração de criarem uma instituição destinada a amparar as “pobres criancinhas sem família”. A ideia que lhes fecundara os corações fê-los procurar companheiros idealistas com quem pudessem irmanar-se para a concretização do objetivo acalentado.

Os primeiros a serem procurados foram seus vizinhos espíritas da rua em que moravam, Leonardo e Delmitina Baumgratz, que acolheram com entusiasmo o convite. Era o dia 31 de janeiro de 1937.

Procurados por Alencar e Leonardo, dirigentes e colaboradores da União Espírita Mineira, entre os quais Rodrigo Agnelo Antunes, Oscar Coelho dos Santos, Geraldo Benício Rocha, Noraldino de Mello Castro, Rubens Costa Romanelli, Cícero Pereira, Osório de Moraes, Francisco Cândido Xavier e Antônio Loreto Flores, mostraram-se receptivos à ideia de criação de um abrigo para acolher, em nome de Jesus, crianças órfãs de amparo.

A União Espírita Mineira serviu de útero abençoado àquele embrião fecundado pelo legítimo amor ao próximo e realizou-se, a 7 de fevereiro de 1937, a escolha do nome – Abrigo Jesus – e da diretoria provisória da futura entidade, cujo nascimento se deu no dia 25 de julho do mesmo ano, quando foi realizada a Assembleia Geral de Constituição. Elaborado por Noraldino de Mello Castro, o Estatuto Social somente dois meses depois, em 22 de setembro de 1937, sob nº 249, obteve registro no Cartório das Pessoas Jurídicas. Era a certidão de nascimento ansiosamente esperada.

A primeira diretoria, à época, da novel instituição, teve a presidência confiada a Rodrigo Agnelo Antunes, então presidente da UEM, ficando Alencar Braga e Leonardo Baumgratz como tesoureiro e secretário.

Alencar acompanhou, atento e diligente, as etapas que marcaram a vida do Abrigo Jesus – hoje, modelar  instituição de amparo à criança e ao adolescente, – como a compra do terreno em janeiro de 1940, o lançamento da pedra fundamental em 7 de fevereiro de 1940, a inauguração do prédio em 23 de junho de 1944 e o acolhimento das primeiras crianças em 31 de março de 1946.

Embora residindo em Belo Horizonte, Alencar nunca perdeu o contato com a terra natal. Em uma de suas visitas a Guarani, fundou, com amigos espíritas que lá deixara, o Centro Espírita João de Freitas, nome escolhido para homenagear o benfeitor espiritual que orientava as atividades mediúnicas de sua querida mãe, Dona Jovita de Paula Braga. O Abrigo Jesus tornou-se, além da família, a razão de ser de sua existência de espírita consciente e dedicado ao serviço do Cristo.

Alencar Braga desencarnou em 18 de novembro de 1972 em Belo Horizonte. Compareceram ao sepultamento de seu corpo, no cemitério do Bonfim, os amigos que soube granjear com sua honradez, trabalho e amor ao semelhante, no que se constituiu exemplo vivo de ação cristã “sem que a mão esquerda saiba o que faz a direita”.  Até sua desencarnação, participou de todas as diretorias do Abrigo Jesus, mas não chegou a completar seu primeiro mandato como presidente da Casa que tanto amou.

 

 

Fonte:  Jornal “O Espírita Mineiro”,  nº 297.



[1] UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA - https://www.uemmg.org.br/biografias

sábado, 25 de novembro de 2023

A LIÇÃO DA SÚPLICA[1]

 



Certa noite, o Chico alquebrado pelos obstáculos, orava, antes do sono, rogando a Jesus múltiplas medidas e soluções para os problemas que o apoquentavam.

Mais de quarenta minutos já havia empregado no petitório, quando lhe surgiu Dona Maria João de Deus que lhe falou bondosa:

— Meu filho, faça suas orações, porque sem a prece não conseguimos a renovação de nossas forças espirituais, entretanto, não será por muito falar que você será atendido.

— Então, como devo fazer em minhas súplicas? — perguntou o Médium desapontado.

— Você sabe que Jesus também pede alguma coisa de nós... — disse o espírito maternal.

— Sim, Nosso Senhor recomenda-nos humildade, paciência, fé, bom ânimo, caridade e amor ao próximo no cumprimento de nossos deveres.

— Pois, façamos o que Jesus nos pede e Jesus fará por nós o que lhe pedimos. Está certo?

 

E o Chico recebendo a lição aprendeu que orar não é falar e mover os lábios, indefinidamente.



[1] LINDOS CASOS DE CHICO XAVIER – Ramiro Gama

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

A EQUIVOCADA OPÇÃO PELO SUICÍDIO[1]

 


Rogério Coelho

 

Coadjuvada por Léon Denis, Yvonne do Amaral Pereira legou-nos um tratado sobre a questão do suicídio extremamente realista e esclarecedor, em especial com relação aos seus desdobramentos no plano espiritual. Falamos do notável livro Memórias de um Suicida[2], que merece acurado estudo de todos nós, atualmente reencarnados neste mundo de crises e escarcéus de variegada ordem.

Quem opta por atravessar a enganosa porta do suicídio não só aumentará consideravelmente seu próprio infortúnio como não se safará de um extremo desapontamento, vez que essa solução não é o fim da linha para os sofrimentos, mas seu agravamento.

A Revista Veja, edição nº 2106, de 1º/04/2009, apresenta a reportagem intitulada: Mortes Espelhadas, na qual o autor, Diogo Schelp, faz uma análise das motivações de suicidas em uma mesma família, contando a história trágica dos Hughes.

É interessante verificar que, em nenhum momento, cita uma das mais expressivas causas de suicídio: a interferência de obsessores, inimigos espirituais, embora inclua a opinião de psiquiatras e coordenadores de núcleos de intervenção em crise e prevenção ao suicídio. Cita causas como superposição de elementos psicológicos, biológicos, culturais, ambientais e sociais, respeitáveis, mas não as únicas. Não se esquece nem mesmo de fazer um esboço histórico do tema desde Platão, passando pelo Cristianismo, com Tomás de Aquino, pensadores iluministas como o escocês David Hume (1711-1776) e o sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917). Até mesmo a opinião do escritor francês Albert Camus que, em O Mito de Sísifo, ponderou que se a vida não tem sentido, talvez não valha a pena ser vivida.

O bom do livro de Camus é que ele afirma que o ser humano deve aceitar a tensão de procurar sentido em um mundo absurdo e caótico, descartando, assim, a opção enganosa e ilusória do suicídio. O autor arrisca-se até mesmo a oferecer subsídios terapêuticos para os candidatos ao suicídio: terapia e uso de remédios, saídas mais concretas e menos filosóficas.  Acrescentaríamos a essas providências, vigilância e oração, componentes muito concretos, embora suas características metafísicas.

O estudo da Doutrina Espírita é manancial rico e inesgotável de subsídios para nos auxiliar na romagem evolutiva, incluindo-se as informações essenciais para fazer face às tribulações que podem levar-nos a desembocar no delta hiante e sinistro do suicídio.

As vicissitudes constituem, segundo os Amigos Espirituais, os espinhos que encontraremos, inevitavelmente, em nossa caminhada evolutiva.  Saber enfrentá-los ou minimizá-los, tal a atitude que não podemos menoscabar. Também os autores espirituais não descuidam de nos oferecer informações importantes nessa área, quais os pontos de vista da nobre Mentora Joanna de Ângelis[3]:

[…] Infortúnio ou desgraça significa tudo que perturba a comodidade e contraria as ambições imediatas em que se compraz a criatura humana.

Educada por técnicas de condicionamentos para colimar resultados utilitaristas, não obstante as vinculações religiosas que se permite, os seus agitados passos a levam quase sempre aos interesses materialistas, fazendo-a   atormentada, aflita e infeliz…

Observado, no entanto, do ponto de vista espiritual, o infortúnio que poderia  significar verdadeira desdita  para  os  desarmados  morais,  faculta  aos  que   sabem entregar-se a Deus, conquistas que trasladam para a Vida  Imortal – a verdadeira.

As dores de qualquer procedência, as injunções de toda natureza, as enfermidades ditas incuráveis, a presença da pobreza material, a ausência dos valores amoedados, a ingratidão das pessoas amadas, representam apelos ao  Espírito calceta  e  atrabiliário  para  cuidar,  quanto  antes,  da   sua renovação e consequente ascensão moral.

Provas e expiações de qualquer monta são necessidades elaboradas por nós próprios, a fim de repararmos  as faltas  cometidas,  encontrando  na dor que se  deve  superar,  os recursos  valiosos para a libertação dos gravames inditosos  e  a paz da consciência.

Não são, portanto, desgraças reais os chamados infortúnios, conforme  conceituam  as  convenções   do utilitarismo e do imediatismo.

O verdadeiro infortúnio pode ser encontrado na ausência da  fé em Deus com o  impositivo  de  prosseguir-se caminhando entre dores e desesperações sem os arrimos  abençoados da crença e da esperança.

[…] Cada um é o artífice do seu próprio destino, recebendo conforme se produziu.  Isso nos concede a indispensável  maturidade  para   conscientizar-nos quanto às responsabilidades decorrentes dos nossos atos.

Assim, a dor e o agravo, a angústia e o desespero são vigorosas terapêuticas da vida para que o enfermo espiritual inveterado se preocupe com a cura geral e se volte em definitivo  para  os elevados objetivos da Vida Maior, em cujo rumo se encontra desde agora, lá chegando quando a desencarnação o despir da transitória indumentária  em  que marcha tentando a felicidade  que  só  mais tarde alcançará após resgatados os compromissos atrasados. 

Os momentos de prova e aflição, portanto, constituem, na verdade, momentos de aferição dos valores morais de cada um, momentos de verificação da fibra da fé, mediante os quais a criatura adquire mais amplas e valiosas expressões iluminativas como suportes e lastro para futuros investimentos evolutivos. Tal o motivo pelo qual somos todos nós atingidos por tais métodos de purificação.  Não existe nenhuma criatura na Terra que esteja isenta desses períodos de aferição de valores.

Com seu atilamento psicológico, Joanna de Ângelis ensina-nos[4] a enfrentá-los – serenamente – com vistas à aprovação no tentame e a consequente promoção espiritual que nos elevará aos cimos gloriosos da emancipação espiritual:

Vigia-te, no momento da aflição e prova, a fim de que não compliques, por precipitação, o teu estado íntimo.

Suporta o vendaval do testemunho com serenidade; recebe a adaga da acusação indébita com humildade; aceita o ácido da reprimenda injusta com nobreza; medita diante do sofrimento com elevação de sentimentos.

Todos os momentos difíceis cedem lugar a outros; os de paz e compreensão…

Não te desalentes, exatamente quando deves fortalecer-te para a luta.

É nos instantes difíceis que as resistências morais devem estar temperadas, suportando as constrições que ameaçam derruir as fortalezas íntimas.

Quando estiveres a ponto de desfalecer, procura refúgio na oração.

Orando, renovar-se-ão tuas paisagens mentais e morais, elevando-te o ânimo e reconfortando-te espiritualmente.

Jesus, que não tinha qualquer dívida a resgatar e que é o Sublime Construtor da Terra, enquanto conosco, não esteve isento dos momentos de aflição, demonstrando, amoroso, como vencê-los todos, e, ao mesmo tempo, ensinando a técnica de como retirar do aparente mal as proveitosas lições da felicidade.

Considera-Lhe os testemunhos e, em qualquer momento em que sejas defrontado pela aflição ou prova, enfrenta a circunstância e extrai do amor a parte da tua tarefa de santificação.



[1] REVISTA MUNDO ESPÍRITA – 11/ 2023 − nº 1672 −  Ano 91 − http://www.mundoespirita.com.br/?materia=a-equivocada-opcao-pelo-suicidio

[2] PEREIRA, Yvonne do Amaral. Memórias de um suicida. Rio de Janeiro: FEB, 1982.

[3] FRANCO, Divaldo Pereira. Após a tempestade. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador: LEAL, 2000. cap. 11.

[4] ______. Oferenda. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador: LEAL, 1980. cap. Momentos de aflição e prova.

ngelis. Salvador: LEAL, 1980. cap. Momentos de aflição e prova.